Pequenos trastes, grandes negócios

Quando saio pra fazer compras com o kinguio encantado, imagine voltar pra casa com um monte de compras e ainda com a carteira meio cheia. Conheço pessoas que quando vão fazer compras (de supermercado, só pra exemplificar), voltam com uma sacolinha nada pesada e a carteira mais vazia que árvore em dia de inverno. Ou que voltam com o carrinho cheio e a carteira vazia também.
Nosso caso parece sui generis, quando chega nossa folga, pode ter certeza que o final do dia se encerra numa ida ao supermercado que fica a uns dez quilômetros de casa. O bom desse supermercado é que encontramos de tudo um pouco. E ainda que fica dentro de uma loja de departamentos que, antes de nos aventurarmos em corredores, prateleiras e ofertas tentadoras, fico vendo que tem de novidade. Ou oferta. Que seja, dificilmente compro algo lá mesmo (exceto se a Muji tem alguma camisa ou blusa com desconto de 70%...), mas vez ou nunca acabo comprando algum sal de banho naquela loja em frente ao Muji mesmo (raios! Esqueci o nome!!) ou alguma revista na Libro que fica no meio do predio do Seibu e Daiei (o supermercado que costumamos fazer nossos estragos semanais).
Em matéria de farejar preço abaixo, mas bem abaixo mesmo mas com validade a perder de vista é o kinguio. Estou pra conhecer homem que goste tanto de supermercado como ele. Isso quando não se perde no meio das prateleiras, como algumas vezes me aconteceu em pleno Carrefour, em Machida. Mas depois de sete anos de convivência, se perder dele, sei onde encontrar (na seção de carnes ou senão na banca de ofertas), a não ser que pode ter dado uma pontada no intestino e ter ido aliviar o corpo no primeiro otearai que encontrar.
Se kinguio é mestre em farejar preço baixo, ele diz que sou a mestra da cara-de-pau sem precisar passar óleo de peroba - sim, tenho a mania de toda dona-de-casa japonesa em juntar cupons e pontos e depois trocá-los na próxima compra. Sempre faço questão de lembrar o kinguio encantado que um CD que comprei pra ele dos anos 80 da j-pop saiu de graça. E a nossa geladeira que ganhamos desconto graças ao point card da loja que eu possuía? E quantas vezes não ganhamos três horas de estacionamento de graça no nosso supermercado favorito somente por ter o cartão da loja? E o desconto nas compras desse mesmo supermercado graças aos cupons juntados em cada compra?
Digo com certeza que em matéria de desfazer de coisas inúteis, bastaria falar comigo. Já me desfiz de um Celeron Dell 600 pifado e ainda recebi uma graninha por isso. Já vendi relógios de pulso que nem sei porque comprei e ainda deu pra garantir o jantar daquele dia. Costumo trocar meus mangás que já nem leio mais por outro do meu interesse. Só não faço isso com nossos CDs pois os mesmos foram comprados "de baciada" em uma lojinha capenga prestes a fechar.
Mas uma coisa que não consigo fazer é o tal de "mercado de pulgas", coisa comum aqui, todo domingo, alguma pracinha tem. Primeiro, tem que pagar uma taxa pra ficar o dia todo. Segundo, olhe bem pra mim e veja se tenho coragem de ficar sentada na lona azul, tentando barganhar coisas que nem uso mais. Cara de pau eu tenho, mas nem tanto assim.
Recentemente vendi um PC que nem sei que processador era, mas ao ver que era "Windows 95" já imaginei a carroça que seria. Maldita hora que aceitamos esse cavalo de Tróia que ficou empoeirado por meses na mesa que fica em nosso quarto. Ontem tive um ataque quando fui fazer a limpeza do nosso apertamento após meu retorno, resolvi enfiar aquele pesado monitor e aquela CPU que nem sei se funcionava no nosso pequeno carro e ir para uma loja que aceite usados. Foi isso e também um gravador externo de DVD pra computador que comprei e não funcionou!
Não é que o cara da loja pagou uma boa grana por aquele elefante branco? De quebra ainda ganhei um single de minha escolha por esse feito. Imagine se não levei o Masha pra casa!



Com essa revista, já lanchei pela metade do preço e fiz curso de rocambole na faixa!

Comments