Como desfazer de algo indesejado...

Quando a gente leva um chute no traseiro por um amor nunca correspondido, o negócio seria chorar bastante, levantar a cabeça e seguir em frente, pois como dizem, a fila anda. Mas para alguns casos que recentemente andei vendo, lendo e ouvindo, parece que não é bom por aí...
A gente sabe que, se o amor desanda pior que bolo mal assado, pode descartar e partir pra outra, pois se insistir, pode ser que piore.
No final da primeira quinzena de dezembro passado, em Kabukicho, bairro de entretenimento (caham!) de Shinjuku, Tóquio, encontraram metade de um corpo sem cabeça, nem os antebraços. A polícia ficou desconcertada, pois quem iria fazer uma barbárie destas e ainda largar no meio desse bairro? Onde estaria o resto do corpo? E o que isso tem a ver com o post de hoje? Calma que chego lá...
Após o ano-Novo, cujo noticiários daqui abordaram a semana todo o caso do irmão que assassinou e mutilou a irmã mais nova devido a um comentário infeliz ( maiores detalhes no meu post sobre
Caim e Abel). Mas logo que a poeira meio que assentou, uma semana depois, os noticiários com as manchetes de uma mulher que foi presa por ter assassinado, esquartejado e abandonado as partes do marido. Daí a ligação com a parte que foi encontrada em Shinjuku.
Um casal jovem, aparentemente bem de vida, marido trabalhando numa multinacional de finanças, um apartamento em um dos bons bairros em Tóquio... mas infeliz, pois a mulher alegava que seis meses depois de casados, vivia sofrendo agressões físicas. Se fosse fato recente, sei lá eu se poderíamos levar em consideração, mas acontecer por três anos seguidos... Já estaria era dando entrada na papelada pra separação e seguir em frente, sozinha, leve livre e solta... Mas como essa gente queria era manter as aparências, isto é, o vil metal dominando a vida, a mulher agüentou isso até dezembro do ano passado, quando perdeu as estribeiras, golpeoou o marido com uma garrafa na cabeça e o matou.
Pra ter a certeza de que ele não voltaria mais, alguns dias depois comprou serrote, pá, sacos e até terra para consumar o fato. Uma maneira trágica e ... macabra de se livrar de alguém! Jogou os braços no lixo queimável (para dificultar a identificação, mas hoje existem os exames de DNA.), a cabeça enterrou em outra cidade e metade do corpo foi para Shinjuku. As partes baixas, desculpem, aí seria pedir muito pra mim também, mas deve estar perdida em alguma parte da região. E terra? Existe um tipo de terra aqui que absorve qualquer líquido sem deixar vestígios, nem cheiro. A mulher usou essa terra para fazer uma cobertura na casa para serrar o corpo. Depois de toda essa (argh) cirurgia, ela levou as partes para lugares diferentes. E ninguém desconfiou do conteúdo nas sacolas que levava para os locais dentro de trem ou táxi! Depois foi para a polícia fazer um boletim de ocorrência dizendo que o marido havia desaparecido.
Foi aí que a desconfiança caiu por cima da mulher: as câmaras internas do prédio viram a vítima entrando no dia que ela alegou ter desaparecido, mas não saindo depois. E no mesmo dia do crime, ligou no escritório onde ele trabalhava dizendo que ele não tinha voltado pra casa ainda. Sem falar de ter jogado os móveis fora e chamado uma empresa para reformar a casa. Porém eles apenas colocaram papel de parede e linóleo novo por cima daquele onde tinham vestígios de sangue.
Para a investigação ligar os fatos, foi um estalo.
A resposta da acusada quando perguntada porque ela tinha feito isso, disse: "Ele era muito pesado para ser carregado!".

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