E depois?

Alguém vai me dizer que estive em Marte nos últimos meses, mas confesso que não tinha prestado atenção no assunto tocante a um urso polar branquinho e fofinho, parecendo ser de pelúcia. Só me toquei da existência do ursinho Knut de tanto que li notícias dele. Até canção fizeram pra ele, vê se pode!

A celeuma em cima deste ursinho branquinho, parecendo aquele personagem Rupert, vem desde que ele foi rejeitado pela mãe, uma ursa de circo, e o tratador, um humano de bom coração, resolveu cuidá-lo, dando leite na mamadeira e dormindo no mesmo quarto.
Certo que, quando é filhotinho, é lindo, fofinho e maravilhoso.

Tanto que Knut virou atração no zoológico de Berlim. Até música fizeram pra ele, bem como apareceu ao lado de Leonardo di Caprio na "Vanity Fair". Se fosse em versão humana, a mãe desnaturada de Knut iria aparecer em alguma revista sensacionalista e com lágrimas de crocodilo, mostrando arrependimento, toda aquela história que todo mundo sabe (quem lê revistas sensacionalistas, sabe do que estou querendo dizer).

Mas sabe que, como todo artista-mirim, quando cresce começam os problemas: a fama decai, perde a cara e a inocência de quando se era criança. Com o Knut não vai ser diferente: aos quase seis meses, dizem que ele já nem pula mais e só quer ficar sentado. E urso polar sabe o tamanho que fica quando chega a idade adulta.

Por isso que alguns ambientalistas mais xiitas (justamente eles, que defendem a vida animal, das plantas, etcetera e tal) queriam que Knut fosse sacrificado antes que crescesse. Uma vez criado fora da vida selvagem, longe da mãe biológica, a adaptação poderia ser muito difícil. Mas quem resistiria a um animal branco, peludinho e fofinho?

Então, agora que Knut aos poucos está crescendo, a fase da mamadeira já passou há tempo. O dia que ele resolver fazer do tratador o almoço do dia, virará a versão alemã de Maria de Fátima. Sem falar que aos poucos também, as luzes dos holofotes estão diminuindo.

Ao ponto que poderá cair no esquecimento. Portanto, Knut, aproveite enquanto dá.

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