Os Melhores Anos de Nossas Vidas

Digam que sou saudosista, nostalgica, e que é pior que Indiana Jones - desenterra tudo o que estaria escondido no fundo do baú -, mas uma coisa muita gente terá que concordar comigo: muita coisa do passado era bom, a gente era feliz e não sabia.

Posso dizer que sinto-me privilegiada em ter vivido muito e muito bem nos anos 80 e 90, décadas em que estava no florescer da adolescência, queimando pestanas no Magistério e escola de Comércio e depois nas cadeiras da Unesp. Mas passei esses anos ouvindo além dos Beatles, o novo rock brasileiro, a vinda da MTV e lendo muito gibi. Claro que também lia Capricho, oras, eu tinha uns quinze, dezesseis anos, me dêem um desconto, né?

Não, não tenho vergonha de admitir que estou na casa dos "enta" e ainda gosto de ler gibi, tenho saudade do bendito creme de amendoim da Campineira, ficar na pracinha da igreja com o pessoal somente pra ver o mancebo do outro lado do quarteirão e dizer "eita, que pedaço de mau caminho, sô!", tomando cuba-libre naquelas noites em que a gente podia sair de casa e os nossos pais poderem dormir sossegados que no dia seguinte seu filho volta, mesmo cheirando a cigarro e ter tomado aquele porre pra esquecer os foras que levou madrugada adentro, mas que voltou feliz e inteiro.

Anos felizes aqueles, que dificilmente voltarão.

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