Voltamos a Programação Normal - Parte 2

Ou: Continuando a ter desigualdade funcional

Fiéis (nem tanto) leitores deste sítio, voltei mais ou menos às atividades normais. Quando falo mais ou menos, é que estou aos poucos organizando este sítio que têm dias que fica mais abandonado que a última bala de hortelã vagaba no pote. Já começa pelo fato ainda estar me recompondo dos excessos que cometi no início do ano.

Como também saco vazio não pára em pé, dia 4 voltei ao batente, isto é, ao tronco. Claro que ano novo entra mas certas coisas continuam velhas. A começar no meu trabalho.

Vida de atendente de um departamento odiado por todos, com sério risco de acabar tendo sua cabeça exposta num poste, não é fácil. Claro que ninguém disse que seria a oitava maravilha do mundo, um paraíso. Mas ao menos deveriam ter dito que eu deveria tomar doses cavalares de chá de camomila (ou mastigar a flor de camomila pura )antes de vir ao trabalho, pois estaria mais anestesiada que meu dente quando vou ao dentista.

Desde que trabalho lá, dificilmente consigo mais do que três folgas seguidas numa semana. Só meio que implorando. Mas fica meio difícil quando somos em nove pessoas e por dia podem folgar duas pessoas. Imagine pedir para sair um pouco antes do final do expediente... O que para nós fica totalmente inviável. Acho que a última vez que pedi foi há quase dois anos atrás.

Dependo totalmente de condução pra voltar pra casa. Quando perco o último ônibus que vai próximo do meu apertamento, tenho que apelar ao kinguio vir me buscar de carro mesmo, pois andar quase uma hora à pé, é de matar. Literalmente por causa de uma ladeira que tem pra subir na volta. Isso quando é domingo, quando fico até dez da noite fazendo plantão.

Certo que isso ocorre uma vez por mês, claro que a gente faz um pequeno esforço, afinal o retorno (financeiro) é garantido. Imagine naquela época que a gente não podia pôr o carro pra rodar por causa da vistoria vencida e nosso dinheiro só dava para as despesas habituais. Sem falar no problema de saúde que kinguio teve e ficou quase um ano de cama, literalmente.

Perdi as contas de quantos domingos e feriados tive que voltar andando ou dependendo de táxi (esse, sim, cobra até o passo da minhoca!). E pra pedir pra sair quinze minutos mais cedo nesses dias? Sob risco de receber outro não sonoro na cara, fiquei na minha. Tá, podem dizer que isso é comodismo, mas também tenho contas a pagar. Eita vida essa! Só teve uma ou duas vezes, não lembro, que pedi ao meu chefe não me colocar muito até tarde na escala, quando tinha um domingo e alguns feriados.

Sorteio de quem vai entrar mais cedo ou sair mais tarde, já não entro mais. Sempre perco, é uma desgraça. Por isso que no meu Departamento, quem decide ficar até mais tarde ou entra mais cedo, é o chefe. Qualquer alteração, avisar antes...

Um indivíduo (não interessa o nome nem sexo) que trabalha lá, mal tem um ano de casa e já pediu no primeiro domingo que teria que ficar até mais tarde pra sair mais cedo. Desculpa? A mesma que a minha que dei e fui negada - dependo de ônibus pra voltar pra casa e aos domingos e feriados terminam o expediente mais cedo.

E o pedido dela foi aceito.

Claro que trabalhamos em departamentos diferentes, mas que puxa, é o mesmo escritório! Agüentei até certo ponto quando desabafei com um colega meu, dizendo que era a maior injustiça do mundo, por que uma pessoa pode e a gente quando solicita é negado? Tudo bem que agora estamos com carro e marido pode vir me buscar, mas imagine se não tivesse?

Iriam falar pra mim: "Muda de casa, oras!"

Como se fosse fácil...

Comments

  1. Eu acho que você precisar ser mais cautelosa com as coisas que posta aqui quando se refere ao trabalho...mas não quer dizer que não concorde. Concordo!!
    Mas digamos que certas pessoas,são dispensáveis...enquanto outras, indispensáveis....agora imagino que ser dispensável,deve ser bem ruim né...rs!
    Espero que tenha entendido a minha mensagem!

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  2. Ah sim, mas nunca digo onde e como.

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