Desenterrando da Massa Cinzenta - As Tosqueiras que já ouvi e gostei (e ainda gosto)

Voltando à saga das tosqueirices e da expressão "não acredito que já gostei disso", eis alguns vídeos de músicas que vi na minha pré-adolescência, chegamos a gravar via gravador de fita e memória cerebral nos finados mas bons programas de vídeoclipes (naquela época MTV no Brasil só em sonho mesmo) chamados "SuperSpecial" e "SomPop". Mas não reparem na tosqueira dos vídeos, dos visuais que hoje soariam meio cafonas, mas naquela época era a cereja do topo do bolo.

Paul McCartney - "Coming Up" - Tá, eu sei, tinha que ter Beatles no meio sejam juntos ou em carreira solo, ainda mais no sítio desta autora, mas esse vídeo não podia passar em branco: a música, do álbum "McCartney II", lançado em 1980, depois da dissolução do seu grupo paralelo Wings devido a um incidente em Tóquio, devido a erva que passarinho não fuma, nove dias na geladeira e um prejuízo danado aos shows cancelados, traz Macca antes da casa dos "enta", em dose multiplicada (tirando a saudosa Linda) graças a tosqueira do cromaqui, podemos vê-lo na bateria, no tempo do cabelo tigela e seu inseparável baixo Hofner, como Buddy Holly (seu ídalo-mor), e até de chapinha que qualquer muié queria ter.



Se um Macca já é ótimo, imagine dez!

J. Geils Band - "Freeze Frame" - Muita gente não conhece essa banda de seis músicos, mas no início dos anos 80, o grupo fez sucesso - ao menos em programas de vídeoclipes - com "Centerfold" e "Freeze Frame", um pop-rock com cenas de filmes antigos e no final a guerra de tintas. Apesar da banda levar o nome do fundador, quem fazia sucesso era o vocalista Peter Wolf.



Ignore o erro da grafia no título da música, curta o som e a imagem!

Blondie - "Heart of Glass" - No meio dos anos 70, esse grupo americano, aparecia no cenário punk nos clubes como a finada CBGB (o mesmo que os Ramones, Clash e outros mais começam lá), mas era meio esquisito um grupo que tivesse uma loirona que foi coelhinha da Playboy, a Debbie Harry, como vocalista. Mesmo assim o grupo estourou mas no quesito da "new wave". "Heart of Glass", de 1978, segundo John Lennon, era a música que ele gostaria de ter escrito/gravado. Prova disso, consta num postal que mandou pro Ringo Starr, que devidamente publicou no seu livro "Postcards from The Boys".



De lôra burra, a Debbie não tem nada!

Talking Heads - "Psycho Killer" - Um dos primeiros grupos a aparecer no cenário da "new wave" (uma vertente do punk, mas mais moderado), o quarteto liderado por David Bryne ( que depois saiu em carreira solo, como diretor e também como músico, claro, mas fazendo uma bela salada musical, literalmente), trazia pérolas como "Wild Wild Life", "Burning Down The House", mas a música a seguir, foi a que levou o grupo a ser reconhecido (apesar do título da música, mas...). Gravado em 1978 para um programa de TV inglesa - "Old Whistle Grey Test", que o Police (do Sting) também deu uma passada por lá.



Nerds fazem música? E das boas! Detalhe para Tina Weymouth, uma das poucas mulheres baixistas nos anos 70 - coisa rara!

David Bowie - "Ashes To Ashes" - Nos anos 70, era o Ziggy Stardust, andrógino que veio do espaço, e depois refugiou-se em Berlim e apareceu no início dos anos 80 para "enterrar" o Major Tom que "suicidou-se" ao se lançar no vazio do espaço em "Space Oddity". Sim, David Bowie já fez de tudo um pouco, desde aparecer no final dos loucos anos 60 dizendo sobre espaço sideral, discos voadores e seres extraterrestres, atravessou os anos 70 sob visual andrógino (foi o precursor do chamado "Glam Rock", diz que ele se declarou bi, dizem a boca pequena que dividiu a cama com Mick Jagger...), refugiou-se em Berlim, na antiga Alemanha Oriental, foi o ídolo da infame Christiane F. (alguém leu o livro?), e em 1981, no álbum "Scary Monsters" traz o hit "Ashes to Ashes", o qual enterra de vez sua criação Major Tom como "louco varrido e drogado".



Sempre me confundo qual dos olhos David Bowie tem o de vidro...

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