Contra o Mundo e Todos

Sei que depois de muito tempo sem postar aqui, já chega o mês de junho e ter que postar coisa nada agradável. Mas é que existem certas coisas que a gente, por mais que tente, acaba por lembrar.

Há sete anos atrás, oito de junho de 2001, um desequilibrado mental (assim que dizem?) entrou numa escola primária em Osaka e matou oito pessoas, a maioria crianças. O acusado confesso foi condenado a pena capital e executado três anos depois.

Coincidência ou não, domingo passado, também um oito de junho, em Akihabara (conhecido por muita gente, especialmente turistas, como "o paraíso dos eletro-eletrônicos"), em pleno meio-dia, horário de muito movimento, um inconformado com a vida e tudo o mais, resolve sair de uma pacata cidade, aluga um caminhão, vai pro centro da cidade e, além de atropelar, esfaqueia (e mata) pessoas a esmo.

Como se era de esperar, claro que foi premeditado: na noite anterior ao crime, o acusado enviou mensagens via celular para um site do tipo "twitter" informando a cada instante o que ia fazer até a hora fatal.

Certo dizer que pela proporção contigente populacional x criminalidade, poderia-se dizer que o Japão seria um dos países mais seguros do mundo, mas o aumento de crimes à faca cresceu. No início do ano, um rapaz matou oito numa estação de Ibaraki; ano passado, em Asakusa, um adolescente ameaçava os transeuntes com duas facas (este, felizmente, não feriu nem matou ninguém). Aí fica a pergunta: o que está acontecendo?

Seria uma forma de expressar o descontentamento com o mundo?
Como disse o pai de uma das vítimas - "se não está contente com o mundo, não precisa sair matando qualquer um".

Pode ser que muita gente depois esqueça, mas ao passar no centro de Akihabara, sempre vai ter um ramalhete de flores e/ou uma garrafa de chá no local do incidente e aí fica difícil não lembrar.

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