Mary Quant Addicta

Não era tão vaidosa assim até o dia que vim pra cá. Sabido dizer que aqui, mesmo se andar de cara lavada e de roupa básica, passa despercebido no meio do povo mesmo se estivesse usando uma fantasia de cenoura. Só que muita gente já tinha falado pra mim que a mulherada, no geral, leva cerca de meia hora para se produzir toda - desde lavar, tonificar, hidratar e se maquiar.

Pensei naquela época que comigo não ia dar certo. Se nem quando estava no Brasil eu perdia tempo de ficar passando cremes e maquiagem... tudo porque eu nunca acerto nas cores e nos produtos. E no tempo que estava lá, não tinha essa variedade como temos hoje.

Quero dizer melhor: como usar os produtos corretamente, pois cada mulher tem um tipo de pele diferente e qual côr de sombra, base, etc., combina melhor. Como eu pra esse tipo de coisa eu sou meio um zero à extrema esquerda, eu ficava - até um tempo atrás - na base de lavar o rosto com sabonete facial, um batom cor-de-boca e olhe lá.

Tentei usar os produtos, ao menos de lavar e hidratar a pele, da The Body Shop, mas mesmo usando continuadamente por um bom longo tempo, confesso: só os cremes pra quem está chegando nos "enta" parecem que pra mim estão dando resultado. Milagres não acontecem de um dia pra outro, claro. Ah, sim. O creme à base de leite para pele seca no inverno pra mim foi um alívio.

Comecei a usar os produtos da estilista inglesa Mary Quant quando uma ex-colega de trabalho com quem morei deu-me um esmalte dessa marca. Só comecei a comprar algumas peças de roupa ( com o indefectível logotipo da margarida estilizada de cinco pétalas) quando mudei-me pra Yokohama e comecei a trabalhar em escritório. Que isso tem a ver? Virei adepta do básico, e ao menos as camisetas que uso se não são brancas...

Da primeira camiseta mangas 7/8 branca com o logotipo quase no decote pra usar os produtos - leia-se cosméticos - foi um pulo. Estava meio cansada de ir trabalhar e ter que pegar condução todo santo dia e ver as moçoilas maquiadas e parecendo que mesmo com o calor esturricante, a maquiagem não derretia. Isso porque eu também já estava cansada da minha cara lavada.

Sabe quando você cria vergonha na cara e resolve dar uma olhada nos quiosques de cosméticos das lojas de departamentos e começa a estudar o que usar, como usar... Pois é, ano passado fiz isso. Só que a coragem de ir nos quiosques parou aí, pois tenho até hoje vergonha de ir num lugar desses, experimentar os produtos e está lá a consultora de beleza para lhe dar as dicas, que produto usar, essa côr ficou bem e... acabar não levando nada porque a lesada esqueceu de passar no banco e tirar uma reserva extra.

Afinal, produtos "de marca" baratos não são, mas conheço pessoas que se dividem em dois grupos: os que dizem que os produtos "de marca" são bons, por isso são caros e os que dizem que tanto faz, depois vai ter que tirar mesmo...

Num dia que parei pra pensar de que, como estou chegando na casa dos "enta", por que não investir um pouco na vaidade pessoal? Quando o inverno chegou, minha pele já pedia algo mais, pois só lavar, hidratar e aplicar creme já não estavam bastando nem pro meu ego. Parece soar muito vaidosa, mas é verdade. Fui na loja de departamentos e fui no quiosque da Mary Quant mesmo. Afinal, volta e meia eu comprava uma camiseta básica pra ir trabalhar (daí que mais da metade da gaveta do armário só se vê camisetas brancas).

Apesar do meu japonês meio tropegante, a mulher que me atendeu foi muito gentil, paciente e explicou-me como usar a maquiagem corretamente, que cores combinavam comigo, tipo de base (sim, o tal da foundation sempre foi uma verdadeira dor-de-cabeça pra mim: se fosse em pó, minha pele parecia que estava descascando, por isso que desanimei logo e nem experimentei a cremosa ou em gel), como espalhar adequadamente, o uso das sombras (nos olhos como os meus, quem nem a tal dobrinha tenho direito, por isso que, até então NUNCA usei sombra), batom...

Confesso: acabei por comprar quase a linha completa de maquiagem.

E os produtos para limpar e hidratar a pele? Como eu tinha os da outra marca, quem me conhece, sabe: enquanto eu não terminasse com aqueles, eu não iria comprar o novo, exceção feita para os cremes e máscara hidratante. Por isso demorei mais tempo para renovar a linha de limpeza.

Marquei hora no mesmo lugar onde "fiz o estrago financeiro" com a maquiagem e acabei por "fazer um estrago maior ainda" com os produtos de limpeza facial. Com a devida paciência da mulher que me atendeu ( e não foi a mesma quem me ensinou a como se maquiar adequadamente), a compra valeu a pena.

Agora, todo dia, ao acordar e antes de dormir, pelo menos meia hora levo para me preparar facialmente, pois se o dia todo a gente fica estressada, nervosa, com sono e cansada pelo dia-a-dia, ao menos nossa auto-estima fica em dia.

O único senão é que toda vez que vou na loja só pra ver as novidades, acabo levando alguma coisa de lá, se bem que as camisetas básicas da Mary Quant - mesmo sendo a estilista criadora da minissaia e referência dos anos sessenta - me salvam no dia que vou trabalhar e não sei que parte-de-cima usar.



Meu perfume predileto - Eternity - é mero detalhe.

Comments

  1. Incrível mesmo.Com todos esses produtos de beleza da Mary Quant ainda por cima,raramente vejo essa mulher maquiada no escritório.

    Eu falo pra ela que quando ela vem toda ajeitadinha fica outra pessoa.Maquiagem pras mulheres faz toda a diferença.Pra quem vai ver e pro ego pessoal mesmo.

    Vamos Kikki...acorde mais cedo e perca 10min por dia pra cuidar de vc mesma.

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  2. Eu perco é meia hora pra lavar, hidratar, tonificar, passar creme no rosto e DEPOIS "rebocar a cara", como diz marido kinguio.
    Olha, depois que comecei esse ritual, minha pele parece que ficou mais lisiiiiiiiiiiinha...
    Quanto a maquiagem, dia de folga quando tou em casa, nem pensar, mas quando saio, a história é outra ahah

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