[Discoteca Básica do Empório]: "Paul McCartney - All the Best!" (1987)



Semana Especial: "Paul is (a)live"

Apesar que depois desta coletânea, foram mais álbuns, uns mais fracos, outros melhores. Mas se tratando de Paul McCartney, bem... Fica difícil dizer algo a respeito pelo fato de eu ser beatlemaníaca, mas como mensalmente mantenho a seção "Discoteca Básica", e ontem foi aniversário do Sir Macca, vamos lá...

"All The Best", lançado em 1987, compreende a fase pós-Beatles, quando Paul resolveu seguir carreira solo. Quem não se lembra do primeiro álbum "McCartney" de 1970, com uma mesa com cerejas (até hoje não entendi o significado, mas se tratando de Beatles e muitos outros dos anos 60, vai saber)? De 1970 a 1986, o "best of..." do Paul, foi montado não por escolha do próprio, mas através de pesquisa de mercado. Acreditem, se quiserem.

Quando se trata de pesquisa de mercado (neste caso entende-se enviar um questionário pra uma leva de gente responder e mandar de volta), pode escrever embaixo: sempre vai ter o mais comum, já batido e que todo mundo conhece. Mas, como qualquer "best of" ficam aquelas que o pessoal conhece, canta de trás pra frente até, mas sempre vai ter gente reclamando: "pqp, faltou aquela, faltou essa" e por aí vai.

Vamos lá que a fila anda.

Bom, esse álbum (duplo se for no vinil, simples e faltando mais do que faltou na pesquisa, em CD), traz as 20 melhores músicas do Sir Macca (17 se for no CD). Trata-se na verdade da segunda coletânea oficial ( a primeira foi "Wings Greatest", mas de 1978). E mistura entre a carreira solo e o projeto-paralelo-mas-nem-tanto Wings, banda que formou em 1972 e durou até 1980 (quando Paul ficou nove dias na geladeira em Meguro por ter trazido quase 300 gramas da erva que passarinho não fuma escondida na bagagem).

No CD, lamentavelmente faltaram "Maybe I'm Amazed" (1973), "Goodnight Tonight" (1978) e "With a Little Luck" (1979). Mas, as indefectíveis, que até em show viraram obrigatórias senão o pessoal invade o palco, como "My Love", "Jet", "Band on the Run", "Silly Love Songs", estão na coletânea, não se preocupem. Isso porque o "best of" tem mais músicas do Macca do tempo em que ele ostentava aqueles mullets e frontman do Wings do que da própria fase solo.

"Another Day", lançada em single logo após o término da fase Beatles, é uma estorinha bem pessimista de uma mulher cansada da rotina de secretária e quer encontrar seu principe encantado, mas no dia seguinte volta tudo de novo. Mas a otimista "With a Little Luck" (não inclusa na versão CD) quebra o gelo. "No More Lonely Nights", que era do filme "Give My Regards to Broad Street", fez mais sucesso que o filme. O PV (promotion video) é melhor que o filme, isso eu dou o braço a torcer.

"Live and Let Die", de 1973, quase ganhou o Oscar de melhor canção devido ao filme de nome igual da série "007". Esqueçam as versões posteriores do Guns and Roses e da Duffy, o original é melhor. Falando em filme, "We All Stand Together" fez parte de uma animação britânica da série "Rupert". Paul só aparece bem no comecinho do PV. "Once Upon a Long Ago", somente em compacto e inédita, o PV também é animação, mas desconheço se era material promocional de um desenho animado (somente na Inglaterra).

"Let 'Em In", quem souber muito bem a vida de Paul, as pessoas que ele menciona na música, explica-se: Sister Suzie, era o pseudonimo de Linda McCartney numa banda paralela chamada "Suzie and The Red Stripes"; "Brother John" era John Lennon (ou alguns diziam que era o irmão de Linda); Martin Luther, era Martin Luther King; Phil and Don, eram os Everly Brothers; "Brother Michael, Auntie Gin, Uncle Ian" eram, respectivamente, o irmão caçula de Paul, tia e tio deles. "Uncle Ernie" era o personagem que o ex-baterista do The Who fazia no filme "Tommy".

Como "ninguém é perfeito", pode ser que em 1983 a parceria com Michael Jackson parecia ser um bom negócio, mas logo depois Wacko Jacko passou a mão nos direitos autorais dos Beatles, e até uma certa época, se Paul, Ringo e George cantassem alguma música dos Beatles, tinham que pagar pro Jackson. Bom, como eles não eram bobos nem nada, nos shows, eles evitavam o máximo que pudessem para não cantá-las. Isso porque eles tinham material solo muito farto.

Que faltou uma música ou outra? Com certeza. Achei estranho que, quando comprei a versão em CD (eu tenho o vinil original, com fotos, letras ...), estava faltando música. Que foi sacanagem das grossas terem excluido "Maybe I'm Amazed", ah isso foi...
Nota 1: o CD que falta música, era a versão americana que a lesada autora comprou sem saber. Eu tenho a versão em vinil devidamente guardada na casa dos meus pais (isso se não empenou com o tempo).
Nota 2: quando o álbum foi lançado, o comercial trazia Paul tentando encontrar as guitarras e dentro da case saíam algumas figuras que ilustram a capa e verso do álbum (em vinil), que por sinal, ilustravam os títulos das músicas.

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