Teoria da Conspiração ou Piada Mesmo?

Ou: A (Velha e Batidíssima ) História da "Morte" de Paul McCartney.

Desde 1966, depois que os Beatles resolveram "passar a régua" na escala de shows e dedicarem-se mais no estúdio, começaram os boatos, mas o mais famoso deles é a história de que Paul McCartney, o baixista canhoto do grupo, teria morrido num acidente de carro e quem estaria no lugar dele até hoje, seria um sósia escolhido em um concurso, chamado Willian Campbell, no qual fez uma plástica e a cicatriz que tem no lábio superior seria uma falha na cirurgia.

Ok, ok. A coisa foi tão bem-feita que, pra aumentarem mais as evidências que Paul foi desta pra melhor, desde o álbum "Revolver" (1966), na qual a capa do álbum era desenhada e uma montagem de fotos, pois o sósia não tinha sido escolhido ainda. Aí por diante começa-se uma lista de "pistas" que evidenciam que Paul foi desta pra melhor:

1. "Strawberry Fields Forever": no final da música ouve-se "I buried Paul", mas John Lennon alegava que era "Cramberry Sauce". Bom, vindo por parte de Lennon, a gente fica na dúvida mesmo...
2. O disco inteirinho de "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" (1967) já começa pela capa, que muita gente desocupada resolveu escarafunchar e dar inúmeras pistas da "morte" de Paul: o arranjo de flores, o baixo "escrito" "Paul D" ("Paul D(ead)"), o ar fúnebre dos quatro (em cera, que fica no lado esquerdo da capa), na contracapa, Paul está de costas...
3. Em "Magical Mystery Tour" (1967), no filme, na qual os quatro cantam e dançam "Your Mother Should Know", Paul estava com um cravo preto na lapela (enquanto os outros eram vermelhos).

4. No álbum "The Beatles" (a.k.a. "Album Branco"), na música "Glass Onion" no final, se rodassem o vinil ao contrário poderia ouvi "Paul is Dead, Man, miss him, miss him" ("Paul está morto, cara, sinto falta dele").
5. Na capa de "Abbey Road" (1969), deram tantas interpretações na capa, que muita gente achou que Paul foi mesmo pro outro lado da vida: os quatro atravessando a rua, parecia uma procissão de enterro, com direito a Paul andando descalço (na Inglaterra dizem que seria costume enterrar os mortos desta forma), com o passo diferente dos outros e o cigarro na mão direita (falei antes que o Paul é canhoto?). Na placa do fusquinha branco "28IF LMW" deram a interpretação de "Linda McCartney Weeps", e o "28IF" era a idade de Paul se estivesse vivo. Só que nessa o pessoal fugiu das aulas de matemática, a não ser que contem o ano que nasceu também, mas se o álbum foi gravado em 1969 e Paul nasceu em 1942...

Como os quatro eram muito piadistas e gostavam de desconcertar muita gente, tudo isso não passa de piada. A cicatriz no lábio de Paul, foi devido a um acidente de moto, na qual quebrou o dente e ficou um corte no lábio (quem ver o PV "Rain", logo no começo dá pra ver o Paul com o dente quebrado). A partir desse boato que uma rádio lançou, imaginem se eles não iam deixar barato e divertirem-se às custas disso.

No álbum "Paul is Live" (1995), Paul resolveu tirar tudo a limpo: a foto no mesmo lugar de "Abbey Road", atravessando a rua no passo certo, segurando a correia do cachorro na mão certa e devidamente calçado.



Abbey Road (1969) e Paul is Live (1993): feitos para desconcertar e acabar "de vez" a boataria.



Se fosse um sósia, então o que eu vi no show no Maracanã em 1990 e muita gente em Coachella em abril deste ano, era quem então?

Nota: Este texto era para ser postado na segunda-feira, mas como a autora aqui teve um compromisso inadiável justo no dia de folga, acabou por fazer hoje, iniciando a semana (meio quebrada) "Paul is (a)live!"

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