Quinze Anos Depois...



Uma bomba atômica? Bombardeiro aéreo? Guerra civil? Não, o famoso terremoto Hanshin-Awaji que quase acabou com as cidades de Kobe e Nishinomiya (província de Hyogo).


Em 17 de janeiro de 1995, quando soube do terremoto que quase acabou com as cidades de Kobe, Nishinomiya e Awaji, ainda estava no Brasil e a TV habitualmente mostrava as cenas que parecia cenário de uma guerra. O que muita gente pensaria que as cidades afetadas não iriam ser recuperadas, tal minha surpresa que, três anos depois, estava aqui, e fui no Kobe Luminarie que a cidade de Kobe faz anualmente.

Iluminação nas ruas de Kobe - o Kobe Luminarie - realizado desde dezembro de 1995.

Embora fui morar numa cidade que ficasse a duas horas da capital, Kobe, eu tinha um certo receio no assunto "terremoto". E se houvesse um no meio da noite e não conseguisse sair a tempo? Foi essa a pergunta que pairava em mim quando era recém chegada na província. Do tipo: tanto lugar para me mandarem trabalhar, fui parar justo na província onde houve o terremoto.

Em dezembro de 1998, sete meses de estadia aqui, fui com alguns colegas de trabalho pra Kobe. No Kobe Luminarie, onde a rua principal fica iluminada com figuras feitas com lâmpadas. Pintadas individualmente e manualmente. Como chegamos ao entardecer, dava para ver a cidade. Nem parecia que outrora houve um terremoto. Impressionante que, em quase quatro anos, a cidade parecia ter renascido das ruínas. Uma pena que não deu para tirar mais fotos, pois viajar com gente que tinha pouco tempo de trabalho, era meio complicado.

Só que no ano seguinte conheci o namorido kinguio e mudamo-nos para a província que até hoje estamos. E pensar que em 1 de setembro de 1923, a capital Yokohama também sofreu um dos maiores tremores que o Japão teve.

Sobre Kobe, seria um exemplo de como os habitantes conseguiram - em anos - recuperar a cidade. Tal como Hiroshima e Nagasaki. O que muita gente falará pra mim que, o Japão, tido como atualmente país desenvolvido, pôde recuperar rápido dos traumas que tiveram (é, mas no tempo em que houve o terremoto de 1923 e as duas bombas que cairam num intervalo de dois ou três dias em lugares distintos, o país estava em petição de miséria), o que infelizmente no Haiti, com o recente tremor que dizimou dezenas de milhares de habitantes e inclusive compatriotas (como Zilda Arns), vai levar muitos anos para se recuperarem. Já não bastava a guerra civil, país em estado de calamidade pública, e agora um tremor que melhor dizendo acabou com uma nação?

Comments

  1. Quinze anos depois... O drama se repete, só que ao invés do rico e organizado Japão, agora é no paupérrimo e caótico Haiti, que se viu transformado no inferno na Terra. Cenas que nem em guerra se vê. Destruição, fome, desesperança, morte, valas comuns e cadáveres sendo queimados, cenário de apocalipse em Porto Príncipe.

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  2. MP Kouhaku:
    ... e olha a ironia do nome da capital do Haiti, minha nossa...

    Alexandre: quando eu fui em Kobe, ja era o 4o ano que tinha o Luminarie, e, como você, por pouco não fui espremida. Mas consegui tirar algumas fotos, pois eu era recem-chegada no Japao, e eu tinha comprado uma maquina descartavel. Mas renderam boas fotos.
    E Yokohama, em 1923, por pouco nao sumiu do mapa!
    Esperamos mesmo que Haiti se recupere. Nao so do terremoto apenas...

    Abraços!

    Feliz 2010 atrasado Andrea!

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  3. Nossa, nem consigo imaginar como foi aquela época. Tinha um colega q trampava comigo que disse que estava dentro o ofurô quando deu o terremoto e ele estava em Tokyo. Disse que sentiu a banheira tremer e achou que estava caindo a pressão. Quando ele olhou na TV o estrago, ficou de cara. Nunca fui à Kobe, exceto por passagem rs...

    Kisu!

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  4. Bah, nem eu. E olha que estou no Japao há quase doze anos, já senti um sem número de tremores. Um dos piores que presenciei na minha estada foi o de Niigata. Teve vários, mas longe de Kanagawa. Talvez o do ano passado, que teve em Shizuoka foi o mais perto.
    Quando teve em Ibaraki, foi forte a ponto de termos quase saido de pijama (juro!!!) e minha prima que morava lá na época, ligou pra mim no meio da madrugada perguntando se conseguia um trem as tres da matina pra vir em casa, pois tudo caiu na dela...
    Beijos!

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  5. Acho que isso ainda é uma maneira de Deus chamar a atenção do mundo pras coisas que estão acontecendo ultimamente....e os terremotos não param..esse ano já começou assim...será que vamos ter de torcer pra acabar sem nem antes ter começado direito??

    kowaii

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  6. Mesmo sendo desenvolvido, acho que muito deste "poder" de levantar está no povo japonês... Não é somente o material que é afetado mas o emocional das pessoas tb!
    Beijos

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