Nada de novo (Ou: se quiserem andar de carro comigo, pensem duas vezes)


Enoshima, cidade de Fujisawa, como a autora diz - fica no quintal de casa, o dia que der um grande maremoto, prazer em conhecer vocês... (Foto tirada em setembro de 2008)

Normalmente não costumo postar duas vezes no mesmo dia, mas como hoje foi meu dia de folga (finalmente chegou!), além de atualizar sítio, atualizar as notícias (leia-se assistir ao Mezamashi Terebi e acessar os jornais on line), arrumar a casa que está de pernas pro ar, podar as tulipas que já foram desta pra melhor (sniiiiiiiiiif), foi o dia que precisei ir na Imigração que fica agora em Torihama (Yokohama, explico melhor em um post oportuno) para buscar meu visto renovado que ficou pronto (ou seja: mais três anos de visto válido).

Antes que pensem: "ah, mas então foi um dia igual a qualquer um seu?" Poderia ser, mas se contar o que aconteceu da hora que saí, até a hora que voltei...

Pra ir pra Torihama, todo mundo fala "vai de trem, de ônibus, de carona...", mas da minha casa até lá, que fica quase perto do famoso Hakkeijima Sea Paradise, compensa mais eu ir de carro. Afinal, pra que sofri pra conseguir transferir minha CHN Brasileira para o dito Menkyo japonês? Ainda mais que o 525 ficou comigo, já que namorido kinguio está em Tóquio, e do alojamento-trampo fica a quinze minutos de bicicleta. E outra: sabem quanto custa o estacionamento lá?

Pois bem: depois de algumas boas semanas quase sem pegar no carro direito, todo cuidado é pouco, ainda mais que o 525 tem uma direção pesada, demora um pouco pra "arrancar" e, bem, imaginem uma mulher de metro e meio dirigindo. Exageros à parte, até o distrito de Kounandai foi tranquilo (pra chegar em Torihama, tenho que passar pela cidade de Kamakura e pelos distritos de Sakae, Kounandai, Isogo e Kanazawa.

Em Kounandai, aí a coisa meio que complica: apesar das ruas serem duas pistas pra ir e duas pra voltar, sabe aquele pessoal sem noção que estaciona o carro na pista da esquerda e como Lei de Murphy nunca falha, sempre é a pista que eu tenho que usar até chegar no cruzamento de Sangyo-Dooro e Yokosuka.

Espero que ninguém resolva ir ao meu lado se eu estiver dirigindo: se soubessem o quanto de impropério eu soltei de Kounandai até Kanazawa por causa de motorista lesado... Depois se a gente leva multa porque passou para o outro lado da pista pra desviar do carro que estava estacionado em lugar proíbido, a gente tem que ficar de bico calado né?

Voltando: estava já quase chegando em Torihama (o prédio da imigração ficou agora no meio do parque industrial de Yokohama), quando, numa entrada e saída da Nanbu Ichiba (seria o "Ceasa do Japão"), um carro queria sair. Como o sinal adiante estava vermelho, dei sinal pro indivíduo passar. Foi a hora que, se o cidadão fosse brasileiro, ou iria descer do carro e me bater ou iria ficar roxo de vergonha, pois nunca soltei tanto palavrão em toda a minha vida. Explico o porquê: se eu parei e dei sinal pro indivíduo entrar, o que ele poderia ter feito era agradecer ou acenando com a mão, ou uma pequena reverência com a cabeça, ou dado pisca-alerta. Mas não... o indivíduo passou reto e direto e cantando pneu e entrou a toda para o outro lado da pista e nem olhou!!! Detalhe: japonês não era, mas sei lá eu que nacionalidade era.

Lição que aprendi: nem todo mundo reconhece a boa ação que a gente faz.

Na imigração, pra ter o carimbo (selo) do visto foi fácil. O ruim foi esperar mais de uma hora e meia pra ser chamado. Mas quem me conhece, sabe: pra matar o tempo era ler a TV Guide desta semana. Acessar a internet do celular nem pensar: o prédio da imigração não dá sinal. E esqueci o conector do fone de ouvido, senão poderia ouvir música. Ou ver os vídeos. Ou somente pra tapar os ouvidos porque ao meu lado tinha uma mãe e seu filho (deveria ter dois anos?) que se esgoelava de tanto chorar. Haja fôlego, pois ficou mais de meia hora no berro e a mãe levando aqui e ali e nada do menino parar de berrar.

Sim, acabei indo a loja de conveniência pra tomar um suco, mas mesmo assim dava-se pra ouvir os berros do menino. Mas também: esperar tanto tempo num mesmo lugar, qualquer um acho que perderia a paciência.

Na volta pra Totsuka (teria que passar na prefeitura e depois fazer compras), pensei que iria pegar o trânsito livre, pois na ida estava tranquilo (tirando o fato dos motoristas deixarem o carro estacionado no lado esquerdo da pista...), mas no meio do caminho que costumo ir para a prefeitura, tudo parado. Motivo: acidente e nem deu pra ver se foi grave ou não, mas que fechou a pista toda e a polícia pediu pra todo mundo cortar o caminho. Mesmo na contramão.

Bem, pra quem ficou um bom tempo sem pegar no carro (só pra constar, metade do mês de abril fiquei em Tóquio), até que correu bem. Tirando dois acidentes e uma hora parada no trânsito, realmente foi um dia como qualquer outro. Mas se alguém quiser se arriscar a passear comigo de carro, melhor pensar, pois, quando estou sozinha...

1 - Vivo repetindo a música pelo menos três vezes (daqui a pouco já estou decorando a famosa "Sekai ni Hitotsu Dake no Hana"....)

2 - Além disso, costumo cantar junto com a música;

3 - Sim, eu dirijo na velocidade permitida. Já levei uma multa por estar correndo a 50 km/hora numa pista de 40 km/hora (o que me custou doze mil ienes, dois pontos a menos na carteira de habilitação e não tenho a tarja dourada).

4 - Quando estou com namorido kinguio, até que eu me seguro, mas sozinha, o que costumo soltar de impropérios por causa de gente que corta, gente lesada, gente que para em lugar proíbido... Só tenho que tomar cuidado quando estiver com outra pessoa sem ser o namorido.

5 - Quando vou estacionar, costumo abrir a porta pra ver se não vai bater na parede. Nem todo estacionamento tem aquele "encosto de pneu". Isso gerou muita piada interna.

A foto de hoje não tem nadica de nada com o post de hoje. Mas estava vasculhando minha caixa de CDs os quais gravei as fotos e lembrei desta...

Comments

  1. Sim, Alexandre. Ainda estou em Totsuka e ainda não encontrei o bendito transmissor de guerra, porque eu preciso saber onde é que colocaram rs
    A imigração, muito embora o de Yokohama tenha um visual mais novo, dentro continua a mesma coisa. Meldeus, o pessoal traz a prole inteira, imagina o festival de berreiro que acontece. Toda vez que vou pra renovar meu visto, já me preparo psicologicamente, porque vai ser um chá de cadeira...
    Bem, se eu falar que aqui dirijo menos do que na época que eu morava no Brasil, vai entender haha
    Quanto a foto, fique a vontade! Era uma da série: dois lesados em Enoshima numa tarde de verão qualquer rs
    Beijao!

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  2. Ahahhahahah eu imagino vc aqui na Marginal na hora do rush rss... vc vai ter um ataque do coração no da o pprimeiro minuto rs... Ai ainda o povo respeita as leis, o trânsito de forma muito mais civilizada do que aqui...

    Kisu!

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