O Resultado

Ou: o que resultou depois da postagem "Maré de Azar".

Quando fiz a postagem de ontem, logo cedo fomos na administradora da imobiliária e eu e namorido perdemos duas horas, paciência e tudo o que sabíamos do nosso parco de conhecimentos em japonês para tentar solucionar o caso de, num espaço de quinze dias terem furado três pneus do nosso carro e um farol de milha no estacionamento do prédio onde moramos. Digo perdemos tudo isso porque saímos de lá com frustação e sensação de que realmente a imobiliária não quer ajudar em nada.

Depois de termos ficado cerca de mais duas horas em Futamatagawa (Yokohama) no Centro de Habilitação (mais conhecido aqui como "Menkyou Center", onde se fazem exames para tirar carteira de motorista) para assistir a palestra quando se renova a carteira de motorista (ninguém mandou tomar multa porque fez uma conversão errada...), fomos novamente à polícia, o mesmo koban que fica perto de casa. Por sorte, falamos com os mesmos policiais que atenderam da primeira vez e imediatamente foram averiguar.

Ficamos na área por mais de duas horas - conversando - para que alguns moradores pudessem ver e saber do incidente e que a polícia já está muito bem a par do assunto. O que eles nos aconselharam seria mesmo tentar filmar o local do incidente para ver se o meliante aparece, o que, sei lá, vai ser meio difícil, já que agora o carro vai ficar temporariamente estacionado.

O que mais nos decepcionou nessa história toda:

1 - O fato da administradora da imobiliária onde alugamos o apartamento não queria assumir nenhuma responsabilidade sobre o ocorrido, sendo que o mesmo ocorreu no estacionamento de onde eles mantém o prédio;

2 - Se mudássemos de apartamento, eles cobrariam como se fosse contrato novo. Mas não estávamos mudando por puro capricho, e sim, por segurança: hoje é o carro; amanhã poderá ser a gente e aí?

3 - Nenhum funcionário da imobiliária se dispôs a ir ver o ocorrido. O máximo que farão é colocar panfletos para os moradores do prédio, aquela história toda. Nem pra instalar uma câmera de segurança foram capazes.

Nota mental 1: não alugar mais por essa imobiliária e tampouco indicar até para o meu pior inimigo.

Nota mental 2: trabalharmos direto, tentar economizar uma boa grana para mudarmos logo. A desconfiança de que realmente deve ter alguém que não gosta da gente e deve estar fazendo de tudo para que saiamos do prédio. Eu sei que faz algum tempo que a gente pensa em mudar, mas não nessas condições.

O que pelo menos foi um alívio para nós foi o fato dos policiais terem ido no local para averiguar e conversar conosco, foram muito educados e ajudaram muito nessa parte de conselhos e que vão novamente registrar a queixa, pois duas vezes em espaço de tempo muito curto, aí alguma coisa já ficou muito mas muito estranha mesmo.

Esperamos que parem por aí mesmo. Que o dano foi material, eu sei que depois a gente recupera, mas como disse Carlos (tabeteimasu): perde-se agora a tranquilidade de poder voltar pra casa, dormir e acordar e não ter acontecido nada durante a noite.

P.S.: Perdão, leitores, pelos dois posts de conteúdo pesado e até em tom de desabafo, mas se estivessem no nosso lugar, entenderiam bem o que passamos. Em breve a autora volta com as novidades lesadas de sempre. 

Comments

  1. Ah, espero que essa maré de azar acabe logo e que mais nada aconteça!

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  2. Bom, qdo o japa invadiu meu apato, eu entei em contato com a empreiteira, que teve a boa vontade de chamar a polícia. Pegaram meus dados, perguntaram tudo, e o cara nunca mais apareceu... nisso eu confio na polícia japonesa. Pode ter certeza que eles farão justiça... se fosse aqui no Br amiga, falaria pra vc desencanar... mas coloca câmera mesmo. Se desse pra ver o carro do seu apato, falaria pra vc colocar uma webcam e vigiar rs....

    Espero que tudo se resolva ai... mas eu to achando que é coisa de japa mesmo... vai ver é a dona da "floresta"...

    Kisu!

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  3. Desabafando, depois que a policia está a par, veremos o que será daqui em diante.

    Bah, pelo menos a policia aqui, na segunda vez ficaram mais de duas horas conosco no estacionamento conversando para ver se o pessoal que mora apareceria para eles estarem cientes do que estava acontecendo.
    Provavelmente coisa de jp mesmo: nao tem UM estrangeiro que mora no mesmo bairro que moramos...

    Alexandre, yakuza não é, porque senao faria coisa pior: quebrariam os vidros do carro, sabotariam o motor, colocavam fogo... Nem os motoqueiros que passam todo santo final de semana perto de casa eles fazem mal pra ninguem, muito pelo contrário: até cumprimentam todo mundo que passa em frente ao Family Mart perto de casa, onde eles param pra comprar bebida.
    Nacionalistas malucos tambem não, porque nunca vi um aqui nas redondezas mesmo em dia de feriado nacional.
    E mesmo porque nunca destratamos um yakuza porque nunca fizemos nada a ninguem, nunca fechamos ninguem...
    So pode ser morador do local que sabe MUITO bem nossos habitos...
    Espero que tudo se resolva. Ou mudar logo daqui, o que a gente estaria precisando (e estou enrolando faz muito tempo)


    Abraços e beijos a todos!

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  4. Realmente é difícil deduzir quem seja pois de acordo com seu relato, não existem muitos suspeitos e nem vizinhos com desavenças.

    Deste modo sobraria um desequilibrado...o que é mais preocupante (sem querer assustar). Apesar de não haver muitos ladrões no JP como no Brasil, existem mais loucos que fazem coisas absurdas e com motivos banais. Melhor é mudar mesmo do que ficar nessa tensão...

    Sobre a imobiliária, pensei que fosse diferente aí. Mas pelo jeito funciona do mesmo modo que em outros países...na hora de fechar contrato e receber o dinheiro são todos atenciosos. Mas quando ocorre um problema eles "lavam as mãos"...

    Bjo,
    Carlos

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