Desapego

De uns bons tempos para cá, talvez motivado pelo famoso livro indicado pela querida Elisa (do blog Elisa no Blog) e também depois de quase oito anos morando num apertamento (sem exageros, meu apartamento é um apertamento mesmo) já ter tido o desconfiômetro de que pra dar a sensação de "mais espaço", teria que aos poucos desfazer de coisas que sei lá por qual motivo eu andei juntando. Namorido nem conta com isso porque se for analisar, 90% das coisas que temos no apertamento, são minhas.

Desde o começo do ano, comecei aos poucos desfazer de coisas que não têm mais utilidade, validade e que estaria ocupando espaço. Revistas velhas foram uma delas. Contas de telefone e internet de doze anos atrás também. Sem falar de panfletos, receitas culinárias (montei um caderninho e uma pasta com elas), anotações, jornais... Canetas que não funcionam mais, roupas que não me serviram pelo fato de eu ter engordado (mas agora estou com oito quilos a menos), caíram de moda ou furaram...

Até alguns eletrodomésticos foram para o recicle center, como uma cafeteira que queimou (aproveitei somente a jarra e o porta-filtro), ar condicionado de janela que nem funciona mais (estou tentando entender porque a gente acabou trazendo na mudança, sendo que o aparelho pifou), o potto denki (aquele aparelho que esquenta água, esqueci-me o nome em português)...

Cheguei a falar sobre isso em alguns artigos, o que está dando-me um certo alívio. Mas tenho muito o que fazer neste apertamento, pois, quando resolver mudar de vez (algo que muitos anos sempre falo, mas por um motivo e imprevistos acabo adiando), daria menos trabalho, porque quando mudamo-nos de Minamiashigara para Yokohama, tivemos que fazer tudo na pressa - sabe o que seriam apenas quinze dias pra empacotar tudo e levar? E pra encontrarmos as caixas para empacotar? E na época, nem sabia como pedir a um serviço de mudanças!

Sobre as contas de telefone (residencial e celular) e provedora de internet, além das faturas do cartão, eu tive a proeza de, até início deste ano deixar arquivado desde a primeira conta que tive em minha vida. De tanto que namorido falava que "não precisa deixar tanto tempo guardado, ao menos dos cinco últimos anos já bastam, porque, se estivesse com pendência, já teriam te cobrado faz tempo", acabei juntando e coloquei na picadora de papel que eu tenho em casa justamente para esse fim. E o primeiro que falar "porque não rasga", eu tenho um certo cuidado com a privacidade de contas.

Sobre revistas eu contei como dei fim nelas - levei na Book Off para garantir "uns trocados a mais" e o que eles não aceitaram (e não foram poucos exemplares), fiz doação para o Yokohama Josei Forum. Quanto as TV Guide que semanalmente eu comprava devido a programação de TV ( e outras coisas mais), teve uma loja que comprou de bom grado. Motivo: a loja é especializada em revistas de gente jovem e famosa (mais especificamente os mancebos do Johnny's Jimusho, e se tiver o Arashi, NEWS e Kanjani 8 na capa, melhor ainda).

O que esses dias também acabei fazendo foi uma limpeza geral no computador que é usado em comunhão com namorido kinguio. A diferença é que eu costumo "torrentar" j-doramas de encarnações passadas, e o que me interessa eu passo tudo para DVD e depois assistir quando quiser, e o que só pra assistir porque perdi no dia, eu assisto e depois deleto. Na verdade, eu deveria era comprar um HD externo com sei lá quantos terabytes de memória, mas e o medo do aparelho pifar e perder as raridades que andei encontrando e que levou-me mais de um mês pra torrentar tudo? (Caso foram os dez capítulos de "Shiroi Kage" e o especial "Ai to Shi wo Mitsumete", que levaram quase DOIS meses pra completar!!!)

Uma das coisas que eu preciso dar um jeito seriam em bichos de pelúcia. Alguns eu andei comprando (confesso, comprei mesmo porque achei as coisas mais cuti-cuti da minha vida), mas alguns andei ganhando de colegas de trabalho que foram embora ou de aniversário ou também no caso de um amigo lesado do namorido que, numa mudança que namorido ajudou, ele (o amigo lesado) lotou o porta malas do carro com um monte de bonecos de pelúcia que sei lá onde encontrou, também nem estou interessada. Mas agora estão fazendo volume no canto da sala, toda vez que vou fazer faxina, tenho que passar o aspirador neles. Imagine na época de kafunshoo...

Se alguém tiver alguma idéia, estou aceitando. Bem como dicas de como lavar bichos de pelúcia, porque tenho alguns que precisam ser lavados pois quem manda serem brancos?!

Realmente, existem coisas que nós nos apegamos tanto que depois fica difícil querer desfazer. Da mesma forma daquela roupa que traz boas lembranças, por exemplo.

Confesso também que muitas vezes tive vontade de participar dos flea (ou free) markets que tem aqui no Japão, pra ver se conseguia livrar das coisas mais rápido e garantir uns trocados a mais. Uma amiga minha chegou a fazer em Tóquio nem lembramos mais que encarnação foi, mas ela chegou a levantar uma boa grana. Fica o dia todo no ar livre, gritando pior que feirante de domingo, mas ela disse-me que valeu muito a pena. E toda vez que tem, acabo 1) esquecendo mesmo e 2) indo trabalhar justamente neste dia.

Bem, por enquanto, estou fazendo a limpeza das inutilidades aos poucos. Além de dar um alívio na casa, parece que sinto-me mais leve, disposta e que "um peso morto saiu das minhas costas".

Hoje sem foto e desculpem a demora, ninguém manda trabalhar no domingo...

Comments

  1. Kiyomi,

    É sempre bom se desfazer de coisas antigas e inúteis. Tinha um amigo que dizia que, se passado um ano, você não tivesse usado aquele objeto ou aquela roupa, era sinal de que nunca mais usaria e não teria porque guardar...Ao longo da vida vamos juntando umas tralhas, né? Eu tenho um quartinho aqui no fundo de casa, vou colocando tudo lá, de tempos em tempos chamo alguém que o esvazia e leva tudo embora (menos os papéis/documentos). E assim vamos... Mas desfazer-se das coisas nem sempre é fácil.

    Beijos

    Carla

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  2. ola amiga,
    menina,se tem uma coisa que eu sinto uma dificuldade danada eh ter que me desfazer de alguma coisa,principalmente pq cada objeto me tras recordacoes preciosas.
    foi uma mao de obra danada ter que me desapegar de algumas coisinhas,afinal nao daria para trazer tudo, meu love me mataria,haahah...
    mais se vc quiser se desfazer dos bichinhos de pelucia,eu te mando meu endereco,hahaha...
    eu lavava os meus na maquina de lavar roupas.
    :D
    ainda tem alguma revista com o arashi ou x japan?
    beijaoooooooo.

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  3. Carla, caso de roupas, até um tempo atrás eu cheguei a guardar algumas na esperança de que um dia voltaria a usar (tinha engordado dez quilos, mas consegui perder oito quilos), mas quando vi que não ia dar mesmo, acabei doando.
    Tem uma revista aqui, a "Nikkei Woman" que fala justamente isso que você falou: se passado um ano, você não usou tal objeto, sinal que nunca mais usaria e porque guardar?
    O que eu guardo seriam documentos e as contas dos ultimos cinco anos. Mas realmente, não é facil desfazer das coisas mesmo!
    Beijao!

    Andrea, tudo bem?
    Somos duas em matéria de desfazer algum objeto, porque dependendo traz lembranças... Eh que os bichos de pelúcia, bem, estão meio num estado (principalmente os que o lesado amigo do namorido deu)...
    Vou tentar lavar alguns na máquina de lavar, mas teve gente que indicou-me um produto que vende na Toys 'R' Us (lembra?).
    Quanto a revista... As revistas de TV semanais tem o quinteto diretoooooo! E pelo jeito vai dar um jeito de gravar/assistir o Kouhaku este ano, né?!
    Beijao!

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  4. é bom fazer essas faxinas de vez em quando né? até a alma fica mais leve!

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  5. é bom fazer essas faxinas de vez em quando né? até a alma fica mais leve!

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  6. Nos "flea market" dá pra arrumar umas coisas boas (para quem quer comprar) e também um dinheirinho extra (para quem quer vender). E quando realmente não dá pra vender, tem associações de caridade que recebem doações.

    No meu curto período no Rio de Janeiro no começo desse ano, um dos lugares que achei mais interessante foi justamente a feirinha da Praça 15, em frente à estação das Barcas para Niterói, onde se vende todo tipo de antiguidade. Lá eu encontrei, além de muitos CDs e discos de vinil para todos os gostos, máquinas fotográficas antigas, móveis de madeira maciça, colecionáveis (selos, postais, revistas, moedas), livros de todas as áreas...

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  7. Caso o uchiwa do Takuya seja uma dessas inutilidades, pode mandar aqui para o Brasil, ok?
    ahahaha
    Beijocas

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  8. Olá Kiyomi!

    Que bom que conseguiu praticar o desapego, por mais que seja difícil esse dia chega e no fim faz um bem danado.

    Esse ano já arrumei duas vezes o armário de roupas, falta arrumar a parte dos objetos e papeladas que é o mais chato... Tem que estar muuuito inspirado nessas horas! rs

    Bjinhos, ótima semana!

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  9. MP Kouhaku, em Tóquio, o mais conhecido é do Meiji Jingu, acontece uma vez por mês, mas eu preciso ver quais os dias certos. Tem uma revista especializada em "flea markets", quando e onde ocorrem, as regras, como fazer, etc. Mas o ideal seria mesmo ir com alguém que já fez!
    Mas legal mesmo os locais que você mencionou e foi!
    Abraços!

    Fabiana, sabia que você ia falar do jumbo uchiwa do Takuya. Pode deixar: o dia que precisar fazer os despachos, eu sei pra onde vai....
    Beijao!!!!

    Denise, pra mim, a parte mais penosa de desfazer, sempre foram as roupas: só pensar que, pra comprar teve que ralar tanto pra isso, apanhou em liquidações... dava pra mim um aperto, mas se ficou demodê e/ou não serviu mais, né...
    Documentos ainda a gente deixa. Folhas soltas consegui juntar em pastas e catalogar - aos poucos. Mesmo assim, como é que fui juntar tanta coisa???
    Beijao!

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  10. Olá Kiyomi!

    Nossa, me identifiquei muito com seu texto. Também tenho costume de ficar guardando tudo quanto é tipo de coisa. Mas realmente estou me esforçando pra mudar isso, rs. O que mais tem no meu quarto também são revistas velhas. Eu era viciada em tudo que envolvia o cinema de Hollywood. Adorava ler sobre os bastidores, a vida pessoal dos artistas etc e tal. Mas depois que me interessei por doramas (quem diria...), é muito raro até assistir filmes americanos. Ainda bem que não vendem revistas nipônicas por aqui. Senão já estaria falida, rs. Roupas velhas também. Tenho umas que tenha absoluta certeza que não vou usar mais, mas acabo socando dentro do guarda-roupa. A propósito, como conseguiu emagrecer 8 quilos?!? Também tenho livros da faculdade, apostilas, cadernos velhos... nossa, acabei notando que ainda tenho que jogar muita coisa. Desanimo total, rs.

    Bjuss

    * Valeu pelo e-mail!

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  11. Cacá (The Doramas), eu sei: no Brasil, minha estante está abarrotada de livros e artigos sobre os Beatles (meu grupo favorito desde a adolescência), o que a minha mãe (coitada!!) cuida com o maior carinho... até quando eu retornar. Em casa, ainda mantenho algumas revistas, com temas que não caem de moda... por enquanto.
    Gomen, a lesada aqui no e-mail esqueceu de mencionar de que blog eu era! Aí evitaria tamanho trabalho hahahaha :D
    Beijao!

    Alexandre, pode deixar que esta semana estou enviando o e-mail. Mas o "Ai to Shi wo Mitsumete" qual você possuia? O original com a Yoshinaga Sayuri ou o remake de tres anos atrás com o Tsuyoshi e a Hirosue Ryoko? (Eu tenho o remake)
    Quanto a limpeza... eu costumo fazer o oosoji todo final do ano, mas do jeito que estou, este ano acabei fazendo quase todo o mês (aquela limpada geral nos armários, contas, papeladas, computador...)
    E olha que a gente se sente taaaaaaaaao leve..
    Beijao!

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  12. Olá Kiyomi,
    Tenho um sério problema em guardar coisas...rs...não sei se é mania de japonês....Mas sempre fico pensando que posso usar isso ou aquilo algum dia. Papelada tem de monte. Revista então nem se fala...tenho até alguns folders que trouxe do Japão porque achei bonito...rs...

    Preciso praticar o desapego pois o espaço já está escasso em meu quarto...rs..

    Abs,
    Carlos

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  13. Olá Kiyomi,
    Acho que tudo tem que rolar pelo equilíbrio. Porque se a gente se desfaz de tudo, dá a impressão de que está sempre de passagem e não tem uma história impregnada.
    Eu também não tenho muito espaço onde moro e volta e meia tenho que me desapegar das coisas (roupas e sapatos que não uso meeesmo).
    Mas há coisas, difíceis de desapegar...

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  14. Carlos, uma vez (tentaram) explicar porque muita gente costuma guardar tudo: sindrome de formiga - um dia pode precisar. Agora pergunta se precisou mesmo!!! Depois da falta de espaço que eu vivia reclamando, resolvi mesmo dar uma limpada. O mais dificil foi desfazer de uma comoda que estava literalmente desmontando. Dificil foi jogar fora por causa do tamanho. Pelo menos não estou no caso extremo como aparecem nos noticiarios que tem gente que não consegue nem entrar na casa de tanta coisa que juntou...
    Abraços!

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  15. Nozomi, quanto desfazer as roupas e sapatos, eu nem sinto tanto porque se não serve mais, se nem uso ha mais de decadas, então pra que ficar fazendo volume no armário? Mas outras coisas...
    Mas eu consigo, pode deixar!
    Beijao!

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