Eu Acredito na Grande Abóbora!


Muitos anos atrás (e põe muitos nisso!), na rede de televisão brasileira, o SBT, passava os desenhos do Snoopy, Charlie Brown e sua turma. Sim, eram bem antigos, mas eram bem feitinhos e não perdia nada do charme original das tiras de Charles M. Schulz (exceto terem mostrado e batizado a tal da Garotinha Ruiva que nos quadrinhos só apareceu uma vez na sombra e sequer nome tinha). Eu assisti a alguns, devido ao meu horário desregado de trabalho (na época que passou, eu era freelancer de lecionar, traduzir e ainda fazer trabalhos no Word Processor, algo que em meio dos anos 90 era a coisa mais fina que tinha). E quando assistia, meu irmão (mais novo) fazia questão de assistir.

Um dos episódios que para mim e muita gente deve lembrar, era o episódio da Grande Abóbora. Como é sabido, nos Estados Unidos, as crianças tinham o hábito de sairem à noite fantasiados (geralmente de fantasmas, bruxas e outros seres menos cotados), pedindo doces para a vizinhança. E fazerem uma festa com direito a brincadeiras, como pegar uma maçã com os dentes numa tina de água e por aí vai. No episódio mencionado, muita gente faz questão de lembrar de dois fatos - a de Charlie Brown, o coitado eterno azarado, com a frase "... e eu, uma pedra" (quando eles vão pedir doces na vizinhança, aí eles sempre fazem saldo final do que cada um ganhou). E Linus com a Grande Abóbora.

A Grande Abóbora sempre foi um episódio à parte - quem lia as tiras diárias (quando saíram no Jornal da Tarde, em São Paulo, muito tempo atrás) dos Peanuts, quase próximo do dia das Bruxas, sempre tinha o episódio do Linus em que ele falava da Grande Abóbora - figura lendária ( na concepção de Linus) que viria na noite do dia das Bruxas na plantação de abóboras trazendo doces e brinquedos para a criança mais sincera que estiver na plantação. Aí vocês vão me dizer - mas o Linus não estaria fazendo confusão com o Papai Noel?

Em uma das tiras dominicais, Linus explica que "enquanto Papai Noel traz brinquedos que já são esperados por nós, a Grande Abóbora traz por pura obrigação moral". Eis que toda noite do dia das Bruxas, Linus espera - em vão - a vinda da Grande Abóbora na plantação das mesmas.

Por mais que a crença seja absurda, na concepção de muitos que leram a tira e assistiram ao desenho ("It's the Great Pumpkin, Charlie Brown!"), chegaram a conclusão que "existem três coisas que aprendi a não discutir com as pessoas - política, religião e a Grande Abóbora". E se pararmos para pensar, é verdade. Há quem prefira incluir futebol e gosto cultural, mas aí seria outra história.

Uma vez eu havia mencionado nas "pílulas de papo furado" que uma das coisas que, por mais que na verdade deveria saber, ter conhecimento e estar por dentro, seria a parte de política. E é um dos assuntos que eu mais detesto de comentar, porque, se já dá conflito comigo devido ao meu gosto musical duvidoso, imagine se eu comentar de política. Leio, mas prefiro guardar as opiniões comigo mesma, aí não me estressa e nem aos outros. E mais: já tem tanta gente que menciona, que o assunto torna-se saturado.

Podem achar que eu seja alienada na parte de política, mas na altura do campeonato, nessas horas eu prefiro mais acreditar na crença da Grande Abóbora.

Comments

  1. Eu também prefiro acreditar na grande abóbora do que cair nessa discussão política. Não é questão de não se preocupar com o País, quero me isentar desse partidarismo recheado de ofensas! PT reclama de PSDB e vice-versa.
    Beijo

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  2. Eu lembro vagamente da grande abóbora, sempre gostei da turma do snoopy!

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  3. Fabi, é nessas que prefiro a grande abobora, pois ela é mais sincera. Fico imaginando você que é jornalista, isso sim, teria que ficar a par de tudo e mais um pouco. Felizmente sua área de trabalho seriam cães fofinhos, gatinhos meigos e outros animais adoráveis!
    Beijao!

    Desabafando, a história da Grande Abobora deve ter em DVD. Procurei no iuchubi mas sabe que eles colocam somente as partes que interessam e tiram. Uma das minhas historias favoritas, alem da Grande Abobora, era a da Patty Pimentinha sendo patinadora no gelo.
    Beijao!

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  4. Olá Kiyomi,
    Do desenho animado eu não lembro mas das tirinhas no Jornal da Tarde sim. Realmente discutir política e religião não dá muito certo. No final todos ficam insatisfeitos e achando que o outro está errado.

    Off topic: Gostei dos links que passou. Agora fiquei com vontade de experimentar. No Bagel & Bagel tem lanches que parecem muito bons e mais baratos que os daqui! Agora Muffin é uma coisa que nunca comi fora de casa...ainda não achei um lugar que tivesse um apetitoso...

    Abs e bom fim de semana,
    Carlos

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  5. Cada um tem a sua "Grande Abóbora".

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  6. Kiyomi, este teu post sobre a grande abóbora é maravilhoso!!!

    Sobre as compras nos supermercados, vou dizer, odeio supermercados, principalmente se for apertado (aqui em Curitiba é o BIG)..
    E os idosos? um dia vi um homem gritar com um idoso: Vocês tem o dia inteiro pra fazer as coisas enquanto temos que trabalhar, porque vocês tem preferência?
    Aqui no Brasil, nos estacionamentos, há vagas e vagas para idosos e você fica rodando e rodando pra achar uma vaguinha...
    E, eu cá pensando, como um sonho horrendo, um dia eu chego lá, e quando eu estiver mesmo chegando, vão mudar a idade limite....

    Quanto às novelas japonesas, estou dando um tempo, mas estou anotando as suas dicas...

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  7. Carlos, sobre discussões e que sempre dá problema inclui também gosto musical, cinematográfico e futebol, porque vou te falar...
    Ah, sim: os dois links que passei a vocês, são as duas maiores lojas de bagels que conheço no Japão. Apesar que a Doutor Coffee, Excelsior Cafe, Tully's e outras menos conhecidas possuem os bagels (mas confesso que não experimentei, acreditem!).
    Nossa, ainda você lembra que Peanuts era publicada no Jornal da Tarde (como Minduim)??? Eu lembro porque, bem, meu pai assinava o Estadão e meu tio (vizinho de casa) assinava o Jornal da Tarde.
    Abraços!

    Mp Kouhaku: Concordo....

    Nozomi-san, aqui estacionamentos seriam para deficientes fisicos e o carro tem que ter a etiqueta informando. Mas para idosos, o que seria preferencial é lugar no onibus e trens, mas é outra história.
    Sobre doramas, estou preparando aos poucos, pois alguns estou revendo outros acompanhando (nao como eu queria, mas que posso fazer se meu horario de trabalho não ajuda?)
    Beijao!

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