[Cine Pipoca Lista] Seis Filmes pra Diversão, Reflexão e Emoção

Prepara a pipoca, o refrigerante, silêncio e vamos ver o filme!



De muitos anos prá cá voltei a ir ao cinema, mesmo estando ciente que os filmes que assisti são todos em língua japonesa, sem legenda e se entender a metade já está bom. Motivos para que eu vá ao cinema são vários, desde o enredo até os atores (me julguem!), e até a desculpinha pra eu aprender a entender melhor a língua japonesa, ouvindo. Mas só que teve filme que assisti de curiosidade e saí da sala com jeito de "onde é que eu estava com a cabeça quando topei assistir isso?"

Se perguntarem pra mim se eu assisti aos filmes que são verdadeiros blockbusters, indicados pela Academia, etc., sinceramente, não assisti nem quando entraram em cartaz e pensando se vou na locadora. Filmes de super heróis, desculpem, hoje eu não consigo mais assistir. E os indicados pela Academia, esses vou ter que locar mesmo (porque no cinema, filmes internacionais são no som original, mas legendados em japonês, obvio).

Os filmes que assisti, pelo menos um chegou a passar no Brasil. Na minha opinião, tem muito filme japonês que deveria merecer sessão nos cinemas brasileiros, mesmo sendo eventos especiais, como teve no ano passado, porque filme japonês não se restringe apenas a filmes históricos e de guerra. E muita gente que eu conheço que gosta de filmes nipônicos, tem que apelar por outros meios (é, vocês entenderam).

Eu somente vou comentar os filmes mais recentes que andei assistindo no cinema, mas minha opinião não influi na de outras pessoas, ou seja, se gostou, tudo bem, se não gostou, tudo bem. Como dizemos: gosto é que nem traseiro, cada um tem o seu.



Strawberry Night (2012): Reiko Himekawa é uma oficial de polícia que trabalha como líder do primeiro esquadrão da Polícia Metropolitana de Tóquio, que havia começado como investigadora, mas com seu trabalho e esforço, conseguiu alcançar seu posto mais alto, mesmo sendo a única mulher na equipe, predominantemente masculina. Coube a ela desvendar uma série de assassinatos que ficou conhecido como "Strawberry night".

A história não somente envolve crime e sua solução, mas o que passa na mente de cada um dos personagens - drama, culpa, perdão, amor e ódio. Principalmente com Reiko - a personagem central da trama - seu estado mental, suas emoções e seu relacionamento com as pessoas ao seu redor.

Em novembro de 2010, a Fuji Television transmitiu um especial - baseado no livro do mesmo nome de Tetsuya Honda -, protagonizado por Yuko Takeuchi e Hidetoshi Nishijima. O especial fez tanto sucesso que, na temporada de inverno de 2012, a emissora decidiu fazer um dorama de 11 capítulos, mantendo quase o elenco original do especial (no dorama, Kenta Kiritani já não participa, mas incluiram os atores Keisuke Koide e Ryuhei Maruyama). Teve uma média de 15% de audiência, considerado bom no horário que foi transmitido (terças-feiras, nove da noite).

Em janeiro de 2013, foi lançado o filme - "Strawberry Night - Invisible Rain", baseado no livro do mesmo nome do mesmo autor. Na história,  Reiko Himekawa (Yuko Takeuchi) envolve-se novamente na resolução de um caso de assassinatos em série, e a chave do quebra cabeça seria um alto escalão da máfia japonesa, Isao Makita (interpretado por Takao Ozawa).



Mistério, crime, drama psicológico, triângulo amoroso (pois na série, Himekawa tem um caso amoroso com seu subordinado, Kazuo Kikuta (interpretado por Hidetoshi Nishijima)), romance proibido, carreira em jogo. Tudo isso numa história, que prende o espectador do começo ao fim.

Assisti logo depois que lançou nos cinemas. Tipo de filme que teria que assistir de novo, pois eu assisti somente o especial e não acompanhei o dorama e deu a impressão de que teria que assistir tudo completo para entender vários pontos.

Mas o elenco impressiona. Quem estava acostumado a ver a Takeuchi como a "mocinha romântica" (vide "Shiroi Kage", "Pride", "Bara no nai hanaya", "Natsu no koi wa nijiiro ni kagayaku" e "1778 no Boku to Tsuma no Monogatari", por sinal todos eles recomendados) e que muita fã do Kazunari Ninomiya a odeia (porque Nino é hipermegaultra fanboy assumidissimo dela), vai se surpreender em "Strawberry Night". E os atores principais são bem aproveitados (fica difícil acreditar que o Ryuhei Maruyama - sim, ele mesmo, o Maru -  é membro da JE).



Platina Data (2012): No ano de 2017, a população japonesa tem seu DNA secretamente controlado pelo governo. Ryuhei Kagura (Kazunari Ninomiya), um jovem cientista, trabalha com análise de DNA numa divisão especial de pesquisas da Polícia Metropolitana de Toquio. Quando um dos criadores do sistema de análise é encontrado morto, Kagura torna-se o principal suspeito por terem encontrado amostras de seu DNA no local do crime, e para provar sua inocência, torna-se fugitivo da polícia. Reiji Asama (Etsushi Toyokawa) encarrega-se do caso e fica em seu encalço.

O filme foi baseado no livro do mesmo nome, por Keigo Higashino - conhecido no Japão e no Exterior por ter muitos de seus livros - a maioria suspense - adaptados para a TV e cinema com grande êxito, chegando a ter um de seus livros indicado para o prêmio Edgar, nos Estados Unidos, com "The Devotion of Suspect X" ("Yogisha X no Kenshin", que tornou-se filme em 2008). Muitos (que acompanham dorama) devem conhecer a maioria de seus livros - como "Tantei Galileo", "Akai Yubi", "Shinzanmono", "Ryuusei no Kizuna", "Byakuyako", "Tokio", entre outros.


"Platina Data" foi lançado em 2010, mas foi republicado em 2012 durante as filmagens.

O filme foi lançado em março de 2013, e no mesmo dia, a editora BIRZ lançou a versão mangá. Tornou-se uma das maiores bilheterias da temporada que foi exibido, devido a trama (embora seja tido como complexa, por tratar de termos científicos, é emocionante e bem movimentado) e elenco (formado por Kazunari Ninomiya, Etsushi Toyokawa, Honami Suzuki, Anne, Katsuhisa Namase, Kiko Mizuhara).

Nota pessoal 1: quando o filme foi lançado, eu tinha acabado de mudar para Kisarazu e demorei muito pra encontrar o cinema mais próximo daqui. Esperei sair em DVD para poder assistir (sim, comprei), mas saiu primeiro para locação e depois para venda. Demorei muito mais ainda pra assistir porque teve uma fulana no FB que fez questão de postar as cenas do filme inteiro e informando até as cenas finais do filme, o que me fez desanimar (e muito) pra assistir. Ok, eu sei que eu deveria era ter fechado a maldita janela dessa rede social...

Acabou sendo transmitido na TV Asahi este ano, mas aconselho alugar o filme, porque quando transmitem na TV, cortam muita coisa (caso dos dois filmes da série GANTZ por exemplo, que me informaram que - o que passou na TV era a versão mais light), e tiver legenda em inglês, melhor ainda, devido aos muitos termos técnicos.

Nota pessoal 2: Assistam mesmo se ninguém for fã do Ninomiya, porque independente disso, ele trabalha muito bem.


Nazotoki wa Dinner no Ato De - The Movie (2013): Durante um cruzeiro no famoso transatlântico "Princess Reiko", acontece um assassinato e toda a tripulação e passageiros são suspeitos. Imaginem mais de 3000 pessoas a bordo, em pleno mar, a caminho para Cingapura, e ter que descobrir quem foi o autor do crime.

No que a investigadora (e herdeira do grupo Hosho) Reiko Hosho (Keiko Kitagawa) pensava ser uma viagem de férias, acaba sendo mais um mistério a ser desvendado, junto com seu superior (e herdeiro da empresa automobilística Kazamatsuri Motors), Kyoichiro Kazamatsuri (Kippei Shiina), que estava também por coincidência no navio, indo para um evento em Cingapura, exibir seu prêmio como o "Investigador do Ano".

Será que Hosho e Kazamatsuri conseguirão descobrir o verdadeiro assassino? Ainda mais que a história envolve uma jóia valiosa, um troféu, proposta de casamento, eventos do passado, sequestro, uma ilha deserta e o mordomo, que faz de tudo um pouco e ainda tem tempo pra destilar um veneninho pra Reiko, Kageyama (Sho Sakurai).


O filme foi baseado nos livros do mesmo nome escrito por Tokuya Higashigawa, que tornou-se sucesso de vendas e posteriormente virou dorama, dois especiais de TV e peça de teatro (este, não com o mesmo elenco do dorama). Foi filmado no famoso transatlântico "Superstar Virgo", Cingapura e Malásia. Manteve o elenco principal do dorama e dos dois especiais (Sakurai, Kitagawa, Shiina) e teve participação de outros atores - Masatoshi Nakamura, Nanami Sakuraba, Jun Kaname, Katsuhisa Namase, Naoto Takenaka, Rie Miyazawa.

Apesar da Reiko fazer uma breve apresentação dos protagonistas logo no início do filme, seria interessante assistir o dorama e os dois especiais (muito embora no dorama, cada capítulo era uma história diferente).

"Com licença, madame, mas a senhora não é idiota?"  - Kageyama, para Reiko (que sempre ameaça despedir o mordomo, mas nunca consegue).




Soshite, Chichi ni Naru (2013): O arquiteto Ryota Nonomiya (Masaharu Fukuyama), sua esposa Midori (Machiko Ono) e o filho Keita (Keita Ninomiya) formam uma família feliz. Até que um exame médico feito no filho na admissão escolar, o casal descobre que o mesmo foi trocado na maternidade, no momento do nascimento e resolvem contactar a família que estaria com o filho verdadeiro - Yuta Saiki (Lily Franky), sua esposa Yukari (Yoko Maki) e o filho Ryusei (Hwang Shogen) - e decidir o que fazer diante desse incidente.

Nisso, Ryota começa a refletir a importância de ser pai, já que durante os seis anos que esteve com Keita, era um pai quase ausente.


O filme, dirigido por Hirokazu Koreeda, foi indicado para a Palma de Ouro no Festival de Cinema em Cannes no ano de 2013, mas ganhou o Prêmio do Júri. No mesmo ano, foi exibido no Festival Internacional de Cinema em Toronto, ganhou no Festival Internacional de Cinema em Vancouver em 2013 (ambos no Canadá).

No mesmo ano, o filme foi exibido também no Brasil, na 37a. Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. (Apesar do filme ter recebido boas críticas na França, Estados Unidos, Canadá e na Asia, no Brasil teve críticas mornas)

O diretor ficou conhecido pelo filme "Daremo shiranai" ("Ninguém pode saber") em 2004, que era a história real do caso "As Quatro Crianças Abandonadas em Sugamo".

Notas: E' a segunda vez que Masaharu Fukuyama, Lily Franky e Kirin Kiki trabalham juntos. A primeira, foi no filme "Tokyo Tower - Okan to boku tokidoki Oton" - baseado no livro de Franky, Kiki atuou e Fukuyama assinou a música "Tokyo ni mo attanda".

Lily Franky, cujo nome real é Masaya Nakagawa, começou como escritor, é ilustrador também. Começou a atuar na TV e cinema pela primeira vez  em 2001, mas foi no dorama "Code Blue - 2nd Season" , em 2010, que muita gente o conheceu (ele interpretou o pai de Kousaku Aizawa, interpretado por Tomohisa Yamashita).

Em uma parte do filme, onde Ryota pega uma de suas fotos quando tinha quase a mesma idade de Keita, uma delas é do próprio Fukuyama (a foto está no encarte do álbum "The Best Bang!").

No exterior, o filme se chamou "Like Father, Like Son". No Brasil, ficou como "Pais e Filhos".



Hidamari no Kanojo (2013): Kosuke Okuda (Jun Matsumoto), um jovem publicitário, reencontra sua ex-colega dos tempos de colegial, Mao Watarai (Juri Ueno), durante uma reunião de negócios. No passado, Kosuke e Mao eram amigos inseparáveis na escola, mas quando o rapaz teve que se mudar, perderam o contato.

Eles se apaixonam, casam-se e levam uma vida feliz, até que um dia, algo estranho acontece com Mao e ela desaparece, fazendo com que Kosuke saia a sua procura, mas todas as lembranças a respeito dela começam a desaparecer.

E' quando Kosuke decide retornar ao lugar onde ambos conheciam para saber o tal "segredo" que Mao escondia.

O filme foi baseado no best seller de 2011, escrito por Osamu Koshigaya e, foi tido pelas leitoras daquele ano, como um dos "melhores livros que retrata uma história de amor que rapazes também deveriam ler". Teve locações em Tóquio, Kamakura e Fujisawa.


"Wouldn't it be nice", que foi usada para promover o filme e fez parte do tema do mesmo, era da banda americana Beach Boys, gravada em 1967. Em uma cena do filme, Mao coloca o álbum "Pet Sounds" em um dos cantos da nova casa. Apesar que a música "Hikari to Kimi e no Requiem", de Tatsuro Yamashita, foi composta para o filme, toca nos créditos finais (e também em alguns vídeos promocionais).

Faziam cinco anos que Matsumoto não protagonizava um filme (o último foi "Hana Yori Dango - Final", em 2008) e três anos que Ueno terminou a série "Nodame Canterbile" (2010).

Nota: O filme foi lançado em 12 de outubro de 2013, duas semanas depois de outro sucesso de bilheteria - "Soshite, Chichi ni naru".



Kamisama no Karute 2 (2013): Ichito Kurihara (Sho Sakurai) é médico do Hospital Honjo, da cidade de Matsumoto, Nagano, onde funciona 24 horas por dia e 365 dias no ano. Enquanto o prédio sofre reformas para modernização e ampliação, o trabalho não pára. Durante uma reunião com a equipe médica sobre as reformas (segundo um dos administradores do hospital - "Medicina não é serviço voluntário, e sim business"), Kurihara encontra seu antigo colega dos tempos de faculdade de medicina, Tatsuya Shindo (Tatsuya Fujiwara).

A princípio, dava-se a entender que seria uma "rivalidade" entre Kurihara e Shindo, no quesito de tratamento aos pacientes, mas no desenrolar da história, descobre-se o real motivo de Shindo agir daquela forma.


A gravidez de Haru (Aoi Miyazaki), a vida complicada de Shindo, a doença de Nukita (Akira Emoto) - são fatos que levam a todos pensarem no valor do ser humano.

Assim como o primeiro filme, o segundo foi baseado na série de livros do mesmo nome, do autor Sosuke Natsugawa, e dirigido por Yoshihiro Fukagawa.

O elenco praticamente permaneceu o mesmo (Sho Sakurai, Aoi Miyazaki, Jun Kaname, Michiko Kichise, Akira Emoto、Taizo Harada, Tokuma Nishioka), exceto Yoshinori Okada e Mariko Kaga (estiveram somente no primeiro filme). E acrescentaram os atores Tatsuya Fujiwara, Kazue Fukiishi, Yoshie Ichige e Gaku Hamada.

A música "Kamisama no Karute ~ Keep the Light"foi composta por Nobuyuki Tsujii e interpretada pela cantora inglesa Sarah Brightman.

Notas: O filme teve mais de 90% de aprovação pela audiência. Houve quem dissesse que superou o primeiro.

- Opinião pessoal: muita gente (inclusive esta que vos posta) confunde o ator Tatsuya Fujiwara com Satoshi Ohno, tamanha a semelhança física entre os dois. Teve uma amiga muito próxima minha que teve que olhar duas vezes para o cartaz porque ela jurava que era o Ohno como ator coadjuvante do filme.

- No dia 3 de março de 2014, quase três semanas antes do filme estrear, a editora Shogakukan , pela revista "Cheese!", publicou a versão mangá, por Natsumi Honda, baseado no livro de Natsugawa. Mas em agosto de 2011, a mesma editora Shogakukan, pela revista Big Comics, tinha publicado também, desenhado por Saburo Ishikawa. 

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Imagens que ilustram o post: tudo via sites oficiais dos filmes, tumblr, twitter. Não colocarei os links dos respectivos filmes porque tenho receio que os mesmos poderão acabar indo no arquivo morto.




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