Desligue a mente, relaxe e deixe fluir...



O que muitas vezes eu tento fazer nos meus dias de folga é descansar. Em todos os sentidos.

Porque não é fácil levar uma vida de segunda a sexta, oito a dez horas de trabalho diário, em pé, aguentando toda a sorte do que pode acontecer durante o dia todo. Aí você quer tentar se distrair nas redes sociais, mas a vontade de fechar a janelinha do site é imediata, de tanta gente destilando ódio e raiva na timeline. Assim desanima até os mais otimistas de plantão.

Minha amiga Mina havia dito uma vez: "Mente vazia, oficina do diabo", um ditado popular que significa "não tem o que fazer, só pensa e fala bobagem". Pior que convivo com gente assim (no trabalho e nas redes sociais).

Quando eu falo em descansar, subliminarmente digo "quero me desligar do trabalho", ou seja, se tenho meus dias de folga, eu tiro para organizar minhas coisas, ler algum livro, testar receita nova, limpar a casa, assistir meus programas favoritos (algo que está sendo raro com esse meu horário de trabalho maluco), ir ao cinema, ir bater perna por aí, andar de bicicleta, ir numa cafeteria descolada, marcar encontro com azamiga, fazer algum curso por hobby ou pra aprender algo de útil, enfim. Ok, dormir pra relaxar também conta, mas infelizmente eu tenho hora certa.

Sobre eventos, filmes e similares, eu tenho que ficar mais atenta nas programações da região, ainda mais que a gente consegue encontrar quase tudo via internet, algo que eu deveria usar muito mais, já que facilita e como facilita...

O que me decepciona em muitas pessoas é que elas reclamam muito e nada fazem. Certo, eu também reclamo, mas existem pessoas piores. Não conseguem aproveitar as oportunidades que aparecem, não procuram saber da existência de muitas coisas e ficam chorando pelos cantos. O mais chato é que acaba sobrando pra gente que nada tem a ver com os problemas dos outros. Por isso que procuro no máximo não ficar reclamando demais pra não aborrecer as outras pessoas.

Muita gente no trabalho deve achar (ou tem certeza mesmo) que eu sou antissocial pra caramba, porque quase não interajo, quase nem converso (na verdade, o trabalho que eu faço, nem posso), e mesmo fora do trabalho meu círculo de amizade se restringe no trabalho mesmo. Diferente do tempo que eu trabalhava em outros lugares. Será que posso culpar meu signo e meu tipo sanguíneo?

Mas não sou hikkomori (gente que se tranca em casa em seu mundinho particular, nem sai nem pra comprar leite na esquina), se eu não saio como eu deveria, tenho três motivos - ou grana muito curta, ou estou cansada demais ou caindo o maior toró. Aí eu aproveito para ler, para assistir meus DVDs, para estudar. Bem, e voltar a fazer trabalhos manuais, algo que eu fazia muitos anos atrás e hoje estou parada... *vergonha*

Talvez por eu ter vindo sozinha aqui, morado um ano e tanto numa cidade no meio do nada com pouquissimos compatriotas, eu tive que me virar na língua japonesa depois de eu ter passado mal com um ramen feito de pimenta vermelha e eu achando que fosse de tomate por pura ignorância ao ler um menu inteiramente em japonês e em kanji. E talvez por isso eu ainda consigo ir pra cima e pra baixo sem tanta dificuldade como no início. Mas isso varia de pessoa pra pessoa, nem posso condenar aquelas que nem têm ânimo em querer conhecer (mas que essas pessoas não fiquem reclamando e achando ruim daquelas que conseguem se virar nos trinta).

O jeito é a gente ignorar certas coisas na vida, porque nada vai acrescentar, e tocar a vida sem prejudicar as outras.

Imagem: via tumblr @azul3104 do CM da Kirin Ichiban shibori em 2016 (ainda acho que o Ninomiya está coçando o gato do que fazendo carinho nele).

O título é a primeira frase da música dos Beatles, "Tomorrow Never Knows".

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