[TAG: Weekender] O Rock Brasileiro dos anos 1980-1990

Pra ninguém ficar dizendo que eu não ouço música brasileira, ao menos vivi bem os anos 80-90, que foi o auge do rock brasileiro. E na minha adolescência, a gente queria era mais curtir os artistas, as músicas e a única preocupação era estudar para garantir boas notas e passar de ano.



Era uma boa fase para a música brasileira, coincidindo com eventos políticos, as músicas subliminarmente falavam sobre a situação atual (e que hoje em dia pra muita gente ou soa datado demais ou subversivo demais), mas o pessoal queria era mais se divertir mesmo.

Algumas das bandas que eu ouvia muito, era que minha turma do Magistério também gostava, e a gente ficava por dentro de muita coisa do pop-rock mundial graças a revista BIZZ e a MTV que a gente fazia milagres para funcionar na cidade.

Vai faltar banda, claro, mas se postar tudo o que eu ouvi nessas duas décadas, a postagem vai pra semente.


Nenhum de Nós - "Astronauta de Mármore". Em meio de bandas paulistas, cariocas e brasilienses, o chamado rock gaúcho também dominava o mercado. Apesar que Engenheiros do Hawaii era uma banda já conhecida no circuito, outra banda também merece destaque - Nenhum de Nós. Eles ficaram conhecidos nas rádios e programas de TV com "Camila Camila", mas foi com a versão "traduzida" de "Starman" de David Bowie, para "Astronauta de Mármore" que ficaram conhecidos até hoje. O mais surpreendente é que muita gente aceitou essa versão, porque artista fazer tradução ou versão de música alheia, ou fica mal visto ou é chamado de "sem criatividade". Diz a lenda que nem o próprio Bowie quis entrar com processo porque na época que compôs a música, estava tão viajado com a heroína, que nem lembrava mais. Quem pegar a letra original, já era sem sentido, então ouvir a versão do Nenhum de Nós, nem daria pra contestar, certo­?


Legião Urbana - "Eduardo e Monica". Esqueçam completamente as músicas polêmicas e "subversivas" da banda e vamos focar numa que era nada mais, nada menos uma história de amor. Tá certo que a música era longa pra caramba, mas contava a história de Eduardo, um adolescente que ainda mal tinha entrado no colegial que conhece Monica, uma estudante de medicina descolada, numa festinha de clube. Apesar da diferença de idade, de idéias e de tudo, descobrem que foram feitos um para o outro. Até fizeram um vídeo contando o que aconteceu 30 anos depois. Mas ficaremos com a original.


Kid Abelha - "Como Eu Quero". Uma das bandas que vai fazer falta pra caramba, e foi uma das poucas (*pra eu não dizer que era a única) bandas brasileiras que consegui assistir ao vivo - foi no Festival do Brasil em Tóquio uns bons anos atrás. Mas quem lembra nos anos 80, quando a banda surgiu no Circo Voador, ela se chamava Kid Abelha e Os Abóboras Selvagens e ainda tinha o Leoni nos primeiros anos. Mas o ponto forte da banda era a vocalista Paula Toller, que nem tava nem aí em ser musa do rock brasileiro dos anos 80 e tals. Inesquecíveis as músicas como "Pintura Intima", "Como eu quero", "Lágrimas e Chuva", que eram românticas sem ser piegas.


Metrô - "Beat Acelerado". Outra banda que marcou presença nos anos 80 e que era obrigatória em toda coletânea ou show nos programas de variedade, era a banda paulistana Metrô. O que eu descobri muitos anos depois era que a vocalista principal, Virginie, era filha de franceses. Aliás, quase todos os membros da banda eram descendentes de franceses (menos Dany Roland, que era argentino)  e estudavam no mesmo colégio, o Liceu Pasteur. Mas, nos anos 70, a banda se chamava A Gota Suspensa, e era mais voltada ao rock progressivo, mas com o boom do rock nacional, mudaram o nome e o estilo, mais voltado para o new wave, em moda nos anos80, influenciados por bandas como Devo e B-52's  . No auge da carreira, ainda com Virginie nos vocais, a banda estourou com "Beat Acelerado", "Tudo Pode Mudar" e "Johnny Love". A formação original atualmente faz shows anuais pelo Brasil.


Titãs - "Go Back". Banda paulistana formada por oito membros, inicialmente era conhecida como Titãs do Iê-Iê. O estilo musical era rock, new-wave um pouco de punk-rock e alternativo. Os primeiros álbuns da banda era uma mistura de crítica social (como "Televisão", "Comida" e "Bichos Escrotos") com o cotidiano ("Família", "Sonífera Ilha" e "Go Back"). Confesso: eu peguei o auge da banda quando eram oito membros (ainda com Arnaldo Antunes), a gente era feliz e nem sabia. "Go Back", que na verdade já tinha saido no primeiro álbum, ficou mais conhecida quando foi inclusa no álbum ao vivo do mesmo nome, gravado ao vivo em Montreux. A música era um poema de Torquato Neto, de 1971. Se alguém quiser mais sobre a banda, recomendaria ouvir os primeiros álbuns, porque o auge do rock brasileiro está lá.

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