Dia Internacional dos Gatos

Eu havia feito uma postagem sobre gatos e, bem, reaproveitei quando aqui, no dia 22 de fevereiro, é "dia dos gatos" por causa da leitura da data em japonês (o número dois lê-se "ni" e se assemelha ao miado dos gatos daqui).

Parece de verdade, mas é de cerâmica. (Yanaka, Tóquio)

Só eu que não sabia que dia 8 de agosto é o Dia Internacional dos Gatos, por isso no Twitter estava trendando a hashtag #InternationalCatDay ou #世界猫日. Fora imagens de felinos fofinhos para alegrar a timeline que anda bem amarga ultimamente.



Confesso que até hoje estou tentando lembrar de onde surgiu minha paixão pelos simpáticos felinos, que os haters teimam em dizer que eles são traiçoeiros, interesseiros, só pensam em comida. Quem tem gato sabe que eles são independentes e gostam muito de carinho, muito embora gostem de ficar em lugares inesperados. Sem dizer que são fofos.

Por motivos de moradia, eu não posso adotar um animalzinho de estimação (aqui, por mais que muita gente prefere ter um animalzinho na casa, tem que procurar, e muito, algum apartamento/casa para alugar que aceite animais, mesmo arriscando a pagar um valor a mais no aluguel), mas bem que eu queria um bichano para fazer companhia, mesmo sabendo que ele vai acabar ocupando metade da sua cama, deixando pelinhos em sua roupa escura e dormindo em cima do teclado do computador.

Eu tinha mencionado alguns gatos de desenho animado/mangá nas postagens, mas como sempre digo: acaba faltando um ou acabo repetindo a mesma coisa.

Garfield: Criação do cartunista Jim Davis, esse gato laranja mais preguiçoso do mundo, comedor de lasanha e hater de segundas-feiras, era um dos personagens que eu gostava na minha fase ginasial. Tudo porque eu lia muito jornal, e as tirinhas do gato apareciam justamente em um que meu pai não assinava (acabava lendo na biblioteca). Cheguei a comprar alguns álbuns encadernados das tiras e páginas dominicais, e ganhei alguns guardanapos de pano de minhas tias com as estampas dele (que tenho até hoje). Depois que eu vim parar aqui, deixei de acompanhar, até quando consegui computador + internet, mas mesmo assim eu estava acompanhando pela home page oficial numa frequência muito rara.

Minha maior frustração de adolescente era não ter conseguido até hoje uma pelúcia dele, e mesmo estando aqui no Japão, parece que o personagem não é tão popular (ou eu que nunca procurei direito nas lojas alternativas que temos, tipo a Village Vanguard, aka loja que tem coisas do tempo do arco da velha).

"Pegar bolinha é coisa de bobão. Teu nível é outro, Gidget."
Chloe: Mais recente por causa dos trailers que apareceram na minha TL do Twitter a respeito do filme de animação "Pets 2". Para horror de muita gente, nem tinha assistido o primeiro. Melhor dizendo, passei muito batido. Mesmo alguns críticos terem detonado a animação (especialmente a segunda temporada), ainda continua sendo uma boa opção para passar o tempo e dar boas risadas. Chloe é uma gata enorme (para não dizer outra coisa ou vão me chamar de gordófoba) cinza e listrada que ama comer, dormir e bem apática, daquelas "não tô nem aí pros seus problemas", mas se precisar, ajuda (como em Pets 2, ensina a pomerânia Gidget a ser um gato). Mas cuidado: erva-de-gato tem que ser dado com moderação (uma das cenas mais engraçadas em "Pets 2", em que a dona de Chloe exagerou na dose de erva de gato, e, bem, quem tem gato sabe o que acontece)...

Amineko: Tudo começou por causa de um tweet dado por fãs japonesas do grupo Arashi: uma fã que tem como hobby fazer trabalhos manuais, e ela confeccionou cinco amigurumi (bonecos e/ou bichinhos confeccionados em crochê) em forma de gatos com as cinco cores que representam os membros do grupo (quem é fã de Johnny's manja dos paranauê) numa paródia do PV "My Girl". Cada tweet da pessoa, conta algum fato que aconteceu em forma de imagens. Fica muito fofo de tão engraçado que fica. A conta da autora é @maiga5bro e os amineko (amigurumi em forma de gato) são criações originais da Nekoyama (http://www5a.biglobe.ne.jp/~mite/) que tem um livro e gráficos de como fazer os amineko. Meu problema: tenho todo o material mas me falta cara-de-pau para começar logo.

Fukumaru: Do mangá escrito e ilustrado por Umi Sakurai, "Ojisama to Neko", está até o presente momento sendo publicado via webcomic pelo site "Gangan Comic PIXIV". Fukumaru era um gato da raça Exotic Short Hair, e fazia um ano que estava no pet shop esperando um lar. Um dos motivos que ninguém queria o gato, era porque, bem, era gordo e feio demais, e um belo dia, acaba virando companhia para um senhor de meia-idade e viúvo, Kanda-san, que batiza o gato de Fukumaru. Sabe aquele gato que nunca soube o que era ser amado e se fizer coisa errada, morre de medo de ser devolvido? Mesmo assim, Kanda-san acha todas as atitudes do gato divertidas, já que ele nunca havia tido algum animalzinho. O mangá ganhou tanta popularidade, que imediatamente já ganhou até collabo com os personagens da franquia Sanrio. Os goods já são fáceis de achar, porque volta e meia fazem pop-up stores em alguns lugares do Japão. O legal que vários goods, a autora costuma ilustrar os dois de forma mais "deformada", ou seja, tamanho menor.

Daí temos também gente especializada em fotografar gatos. Se formos em qualquer livraria, na parte de fotografia, encontraremos muitos e muitos livros sobre gatos. Particularmente, eu não tenho livros sobre o tema, apesar de um tempo para cá estou ganhando gosto por fotografia (e câmera decente que é bom comprar, nada, né?). Vendo algumas fotos que aleatoriamente aparecem em programas de variedades (especialmente quando se tem bichinhos fofinhos), alguns fotógrafos merecem destaque nos dias de hoje...

Um deles seria Mitsuaki Iwago, que ficou conhecido por seus trabalhos em fotografar a vida selvagem (duas de suas fotos foram capas da revista National Geographic). Recentemente, Iwago é relações-públicas da empresa Olympus, fabricante de lentes e câmeras. No site da empresa, tem uma parte dedicada aos trabalhos que possui. Desde 2012, possui um programa pela NHK-BS Premium, "Iwago Mitsuaki no Sekai Neko Aruki", em que ele acompanha a vida dos felinos pelo mundo, rendendo até um filme. Dirigiu recentemente o filme "Neko to Jiichan", baseado no mangá escrito e ilustrado por Nekomaki, que conta a história de um casal residente numa pequena ilha pesqueira onde moram muitos gatos.

Sakura Ishihara começou como fotógrafa de moda, mas como gostava de animais desde criança, resolveu dedicar seu trabalho fotografando gatos. Seu amor por animais é tanto que, chegou a ter nível 2 de gerenciamento de cuidado com animais, conselheira de um nekocafe, e, claro, várias exposições de fotos com gatos. Colabora na revista especializada "Neko no Kimochi" (Ed. Benesse) e apareceu em vários programas de TV (vide "Itadaki High JUMP" de 18 de agosto de 2016). Seu último livro - "Teraneko - Mainichi ga Shiawase ni naru - Otera to neko no tsuresoi kata" ("Gato de templos - Todo dia serei feliz - Como acompanhar templos e gatos", em tradução livre) - foi lançado em março de 2019, sobre o cotidiano de gatos vivendo em templos.

Recentemente, pelo programa semanal "Tensai Shimura Dobutsuen", o fotógrafo Masayuki Oki deixou de ser fotógrafo de catálogos de moda para ser de gatos, especialmente os de rua. Ele chega a passar o dia todo tentando captar o melhor ângulo para fotografar. Um amigo meu de longa data (e amante dos bichanos) foi na exposição e conseguiu até uma foto com o autor. Como eu tinha assistido o programa um pouco antes de eu ter ido para Tóquio, eu não sabia nada sobre o fotógrafo, senão teria ido mais tarde (e até pedido folga no dia seguinte) para Yanaka (o bairro de gatos em Nippori) e ido na exposição. Porque justamente no dia que fui para lá, estava aberto. Será que encontraram o gato de rua que fez Oki se dedicar mais à fotografia?

Mas temos também filmes que têm como tema esses simpáticos bichanos, como os dois mencionados do fotógrafo Mitsuaki Iwago; "Neko nankayondemo konai", com Shunsuke Kazama (baseado num mangá do mesmo nome, escrito por Sugisaku; e o recente "Nekotabi Report", com Sota Fukushi (baseado do livro do mesmo nome, escrito por Hiro Arigawa ). Ok, temos muitos filmes que o gato seria o ator principal, bem como mangá (como "Dokyonin wa Hiza, tokidoki Atama no Ue" e "Ojisama to Neko") ou animes.

Seja como for, os felinos também merecem atenção. Eu sei que muita gente que eu conheço abomina os neko cafe, lugares onde pessoas que não podem ter um animalzinho em casa, ficam se divertindo com os bichanos. Acredito que os gatos são bem tratados no local, com vacinação em dia e castrados, senão o negócio fecha. Melhor do que eles ficarem na rua, abandonados.

Imagens: a que abre o post, da própria autora; wikipedia, illumination, amazon, twitter (da conta oficial de Umi Sakurai)

Comments

  1. Nossa, quanto tempo não passo por aqui! E você continua firme e forte!!

    Amo gatos.
    Tem também o famoso livro "Eu Sou um Gato", de Natsume Soseki!

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    1. Obrigada, Ewerthon! Sim, continuo postando mesmo em suaves prestações, ou quando a inspiração chega.
      Eu sabia que você ama gatos, eu também, mas por questões de contrato, infelizmente ainda não posso ter um bichano pra chamar de meu.
      É mesmo! Tinha me esquecido do livro "Eu sou um Gato" de Natsume Soseki (vejo nas livrarias, sempre estou para ler e esqueço de emprestar na biblioteca).
      Obrigada!!!

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