O Direito de Ser Feliz


Muitas vezes fico me perguntando onde é que foi parar a felicidade das pessoas, especialmente nas redes sociais (que daqui a pouco vou acabar chamando de redes antissociais, porque, eu já nem interajo direito mais). E isso já vem de faz muito tempo. 


O pior: se a gente que tem um fio de esperança de que tudo melhore e compartilha um pouco de alegria para ver se anima, sempre tem gente que está de mal com a vida e acabo ganhando mais um sermão que nem minha mãe daria. Coisas como...

"O mundo pegando fogo e você postando coisas de ídolos [ou coloque alguma coisa boa aqui]?"

"Qual o motivo pra tanta alegria nos dias de hoje?"

"Isso não são horas para ficar dando retweet de futilidades!"

Daí se a gente não se manifesta por alguma coisa sempre generalizam dizendo que...

"Quem cala, consente."

"Vocês do Exterior que não votaram, colocaram aquele no poder."

E adianta explicar?

"Não dá pra ficar feliz e informada ao mesmo tempo."

"Se não tá fazendo nada pra ajudar, então ajude como puder - cale a boca!"

Na verdade, eu fico me perguntando porque leio coisas assim para acabar com o dia. Isso porque voltei ao trabalho hoje, depois de 45 dias em casa a pedido da firma. Nesse período, fiz o que eu pude fazer e acho que ainda até mais. Inclusive limpando a mente com leitura de mangas leves e programas de entretenimento (mesmo em distanciamento social ou em casa), assistindo doramas reprisados, filmes que eu nem tinha visto ainda...

"Isso é coisa de privilegiado! Pensa naquelas pessoas que não tem acesso a isso blablabla..."

Conclusão de que tiro tudo isso: fecha o aplicativo e vai cuidar da vida. 

Deixem-me fazer as coisas que eu gosto. 

Deixem-me postar coisas fúteis para fazerem os outros rirem.

Deixem-me dar retweet de algo bonito.

Deixem-me ouvir as músicas que eu gosto.

Deixem-me assistir os filmes que eu gosto.

Deixem-me em paz e me deixem ser feliz. 

Muitas vezes acabo tendo a triste certeza de que a felicidade dos outros incomodam. Sei como é isso. Então, se não quiser ver a felicidade alheia - nascimento de um filho, o sorriso de uma pessoa, uma flor no campo, um lindo pôr-do-sol -, tudo bem, então feche a página e vá fazer o que acha melhor. 

Mas nem sempre o significado de felicidade para algumas pessoas seriam coisas boas e bonitas.

Porque existem pessoas que por algum motivo (ou nem precisa de), acabam sendo felizes no sentido de fazerem o mal. Se bem que isso eu chamaria de sadismo.

Vamos falar de felicidade sobre coisas boas. De otimismo. De termos sempre fé e esperança de que o momento seguinte pode sempre melhorar. 

De que adianta a gente ter fé e esperança se logo tem pensamentos negativos? De que nada vai melhorar? Uma coisa eu aprendi: quem tem que melhorar somos nós mesmos. Fazer uma autoavaliação, tentar ver o que está de errado consigo mesmo. Sim, eu já recebi um monte de críticas pelo fato de eu estar fazendo isso ou aquilo, mas eu não ligo e estou progredindo (em muitas coisas, ainda bem).

Eu só quero voltar à minha vida normal antes da pandemia. Como disse antes, de poder sair de casa sem medo, mesmo precavida - máscara e álcool gel (coisas que eu JA usava bem antes porque sofro de alergia ao pólen durante metade do ano). De poder voltar a ir ao cinema (90% das vezes que eu fui, tinham algumas pessoas aleatórias aqui e ali, bem distantes), de poder ir no café da sereia depois do trabalho e ficar até perto de fechar, seja estudando ou lendo só pra poder esquecer os problemas.

Na verdade, a gente já tem os problemas do nosso dia a dia, não entendo porque criamos mais. Ou eu tento entender, sabem. 

Preciso parar de ficar acessando as redes sociais logo que acordo E antes de dormir, por isso que fico com o sono afetado e durante o dia meu raciocínio fica uma zona. Logo que entrei no período que chamei de jishuku, estabeleci uma regra que segui quase sempre: 

- Entrar o menos possível nas redes sociais;

- Assistir os noticiários da manhã e da noite somente para pegar as informações básicas;

- Passar o resto do dias fazendo diversas atividades para "limpar" a mente, aprender outras coisas para criar vergonha na cara e melhorar de vida, não entrar em desespero.

Fiz isso pelo motivo que precisava mesmo esquecer muitas coisas ruins, afastar pensamentos negativos e aproveitar melhor o tempo livre para aperfeiçoar o meu eu. Seja traduzindo, seja estudando, seja assistindo a algum filme pra descontrair. Ou ouvindo as músicas de meus artistas favoritos. Ou lendo um livro ou mangá que gosto (ou aquele que comprei e deixei pra depois).

Mas também aprendi que, se não quero essa onda de too much information, fazer como muita gente faz - sabe aquele "x" no quadradinho do lado direito da tela do computador (ou a função de sair do seu celular, tanto faz)? Clica nele e vai ser feliz. Quer felicidade melhor? Dá unfollow. Deixa de seguir. Sem notificar, nada. 

Da mesma forma que sei que tem muita gente que já me excluiu da "listinha de amigos" (mas não me inclua no Death Note, aí aguente as consequências), mas tudo bem, ninguém é obrigado a concordar 100%... 

... dependendo dos casos, claro.


Foto: da autora, em junho de 2016, no Otsuka Shokai Temple Historical Park, onde anualmente, nesta época do ano, há o florescimento de hortênsias e consequentemente, festival. Mas, por motivos da pandemia, infelizmente o festival e apreciação ficarão para o ano que vem *oremos*

Detalhe: Foto nada a ver com o tema.

Nota da autora: Na verdade, eu era para fazer uma postagem sobre o álbum dos Beatles - "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", que hoje completa 53 anos de seu lançamento. Seria uma postagem mais sobre as capas parodiando/homenageando porque sei que tem aos montes. Mas, do jeito que as coisas estão, se eu fizer uma coisa dessas, o resultado será mil vezes pior do que a postagem de hoje... Mas enfim, como eu mencionei em uma postagem, eu não tenho mais a obrigação de ficar agradando, deixem-me fazer minhas postagens de assunto aleatório que eu acredito que não esteja deixando alguém p... da vida (e se deixei, sinto muito).

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