Quando o uso exagerado de Aizuchi (相槌) chega às últimas consequências (Parte 1)

 Na linguagem japonesa, aizuchi (相槌) são expressões (ou interjeições) frequentemente utilizadas durante uma conversa que indicam que o ouvinte estaria prestando atenção ou entendendo o que o interlocutor estaria dizendo (mas não significa que entendeu tudo).


Numa postagem sobre aizuchi, tinha mencionado o exemplo do programa "Kanjani Eight Chronicle F", que logo no primeiro episódio, no perfil do You Yokoyama, tinha um detalhe em que, durante a reunião para definir o novo formato do programa, foi um festival de "un-un-un" que teve até gravação provando o quanto ele fazia uso dessa expressão (para alegria dos demais membros) e ainda por cima o agravante que o interlocutor nem estava ouvindo direito.

Isso me fez lembrar os tempos em que cursei Magistério, em que quase todas as disciplinas, tínhamos que fazer uma explicação em forma de aula. Bem, essa era a finalidade do curso. Eu tinha uma colega que ela tinha uma mania de falar "né" em todo final de frase. Como se fosse um ponto final ou vírgula, dependendo da situação. De tanto que ela falava "né" em todas as aulas explanatórias, teve uma vez que uma professora começou a contar. Ou seja, não prestou atenção na explicação. 

Mas a professora fez isso no intuito de explicar para nós que, se tivermos um cacoete na linguagem, o risco do aluno prestar atenção nos cacoetes é muito grande. Eu não sei hoje como ela está, se ela diminuiu o uso do "né", mas sei que ela ainda leciona.

Voltando ao aizuchi. O primeiro episódio do Kanjani Eight Chronicle F ficou tão memorável (mais do que a turnê gastronômica de Yokoyama e Okura em comer um... corvo!), que os produtores foram tão bonzinhos que chegaram a contar quantos "un" o Yokoyama conseguiu falar em uma gravação do programa!! (Contaram: deu 205 vezes em duas horas em que gravaram uma parte do programa que foi ao ar no dia 4 de maio.)


Essa cena foi inclusa na pasta "Yokoyama no Fushigi", ou "O Mistério de Yokoyama", com direito a BGM daqueles programas de casos sobrenaturais ou estranhas. Para deleite dos demais membros do grupo, que chegavam a chorar de tanto dar risada.

Como disse, teve um assistente de diretor com um contador (sim, aqueles manuais, que faz aquele bendito barulho de "tic-tic-tic") enquanto assistia a cena, no que deu 205 "uns". Isso contando com outras interjeições no meio da conversa. O mais interessante nisso tudo é que até mesmo o próprio Yokoyama dá risada de si mesmo (se fosse outra pessoa, ia mandar todo mundo pra... vocês sabem onde).

Não que a gente não deva usar aizuchi, muito pelo contrário. Só temos que tomar cuidado no uso excessivo para não tornar uma situação séria para constrangedora (ao ponto de ficarem contando, ao invés de prestar atenção em alguma conversa).

Imagem: Twitter

Vídeo: editado do original enviado por Anna-chan.


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