Não perdoaram nem o cachorrinho...

Ultimamente, nos jornais e revistas e noticiários, corre uma onda de furtos na calada da noite de objetos nada convencionais. Sinos de corpo de bombeiros de bairro, postes que fecham os estacionamentos de lojas e algumas casas, guard rails, grades de esgoto, andaram sumindo. Mas quem poderia fazer isso e pra quê?

Segundo dizem, alguns sem-noção ou aqueles que não têm o quê fazer na vida, vendem para a China. Sim, a Olimpíada de 2008 está chegando e parece que falta material para as estruturas e medalhas. E como aço e bronze são materiais raros de se encontrarem na região, tem gente que daria até a mãe para ter esse material.

Com essa onda de furtos, a gente poderia até imaginar o sumiço de alguns monumentos importantes aqui, como a estátua de Sakamoto Ryoma, Musashi, entre outros. Até do Hachiko, o cachorrinho fiel ao dono que fica na frente da estação de Shibuya.

Pois bem, eis que hoje de manhã, antes de sairmos, resolvi dar uma olhada nos jornais on line que costumo ler antes de qualquer outra coisa, isso quando dá tempo, claro. E no "Japan Times", na primeira página: "Ladrões roubam a estátua do Hachiko". Comecei a ler e fiquei pensando como tem gente capaz de fazer uma coisa dessas? E como ninguém viu? Aquele lugar é ponto de referência pra marcar encontros.
Portanto, como é que alguém levaria uma estátua, pesando centenas de quilos, sem ninguém ver?

Neste dia tínhamos marcado um almoço em Shibuya mesmo. Falei pro marido kinguio que sumiram com o Hachiko. Ele não acreditou muito, pois nos noticiários nada falavam. Eu também achei estranho, mas fiquei tão surpresa com a notícia que fomos na churrascaria assim mesmo.

Tal minha surpresa, ao sair da estação de Shibuya, eis o cachorrinho em seu pedestal, em sua posição clássica: esperando o dono voltar.

Depois que me lembrei que hoje era Primeiro de Abril...



Hachiko, o cachorrinho fiel, ainda bem que continua em seu lugar!

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