[Dia 3 de Jishuku] Valorizando Produtos Locais



Acho que de tanto ler muita gente postando mensagens sobre "valorize o pequeno comerciante nestes tempos de coronavirus", seguido de "[uma rede famosa de fast-food] ou [uma rede famosa de cafeterias] não vão falir se não comprar deles, mas aquela lanchonete de esquina ou a cafeteria caseira irão caso não valorizá-los" e por aí vai que, às vezes bate em mim um peso na consciência de comprar produtos em grandes redes e esquecer daquela quitanda da esquina.

Se bem que, muitas vezes eu compro produtos de pequenos comércios, quitanda do bairro, na padoca que fica escondida, o que me faz acabar esquecendo de ir nesses lugares, é o horário de funcionamento deles (dificilmente ficam abertos nos finais de semana, justamente os dias que eu folgo).

Quando eu morava em Hyogo, costumava comprar pães quase toda manhã numa padaria que ficava a duas quadras do prédio onde morava. De tanto que eu ia, a dona do estabelecimento já sabia o que eu ia comprar. O chato foi quando ela parou de fazer um pão que eu adorava - era coberto com gotas de chocolate e recheado de chocolate. Mas também, a cidade era tão pequena que a maioria do comércio fechava justo na hora que eu saía do trabalho...

Acho que devo ser viciada em padarias, porque tanto em Minamiashigara como em Yokohama, eu passava nelas tanto para ir trabalhar como na volta pra casa. Mas não me restringia em padarias - eu costumava comprar verduras e legumes num mercado onde era abastecido pelos produtores locais e num supermercado de bairro. Esse meu costume vem desde o Brasil, já que nasci e fui criada no interior paulista. Significava que a gente comprava pão e leite na padoca da esquina e fazia a compra do mês no mercado do bairro.

Meio que tentei em Kisarazu, nos três anos que morei lá, pois no bairro onde fica o prédio onde morávamos, tinha supermercado perto, mas muitos comércios locais tinha que procurar, e a maioria era bem longe. Enfim...

Quatro anos na mesma cidade e recentemente descobrindo outros estabelecimentos. Como pequenos bistrôs, lojas de aviamentos e... padarias e docerias.

Quem ler isso vai pensar que só penso em comida ainda mais comida que engorda e quem eu conheço está evitando massas e doces, e ao ver minha conta do Instagram...

Bem, seja como for, estou fazendo minha parte de incentivar o pequeno comerciante, indo comprar produtos deles, mas isso faço desde sempre.


Uma das poucas docerias que frequento, isso porque é perto de casa - Papa Orange. Encomendas de bolos de aniversário, temáticos e sazonais, pode entrar em contato com o local. Se me perguntarem o motivo porque não frequentava o estabelecimento como deveria, eu digo: o precinho não é muito doce assim, mas...

Às vezes, comprar um bolinho, não seria o fim do mundo (e ajuda com o comerciante local).


Mana no Panya, é uma pequena padaria e café. O estabelecimento fica tão escondido que a proprietária colocou uma placa avisando onde fica. E quem passa perto, acha que é uma residência. Eu também pensei a mesma coisa se não tivesse mais uma placa avisando que é uma padaria e cafeteria...

Eles abrem relativamente cedo para os padrões comerciais daqui (8:30 da manhã), e para mim o melhor dia seria nos finais de semana. Motivos óbvios, claro. E isso quando eu lembro nos finais de semana. Mas vale a pena porque a qualidade dos pães é muito boa, não fica nada a dever com as padarias conhecidas (ok, eu compro ocasionalmente na rede Andersen, Vie de France e Mont-Thabor, mas porque elas ficam bem onde eu costumava ir), muito pelo contrário: o fato de ser caseiro e atendimento personalizado, já ganharam minha preferência.

Se possível, fiquem em casa.

Se puderem, valorizem mais os pequenos comerciantes.

Imagens: trip advisor, da autora (a que abre a postagem)

Comments

  1. Hoe, Kiyomi-chan! :3

    Eita, eu também me sinto culpada com esses pedidos para comprar do pequeno comerciante. Tem ainda o fato de estarmos numa situação em que não sabemos se vamos ter condições financeiras minimamente confortáveis mais tarde, mas também sabemos que nossas compras contribuem para que a máquina gire.

    Na verdade, se for parar pra pensar, são os mesmos dilemas de antes com uma pitada drástica que, aos poucos, fica mais e mais amarga.

    Deve ser uma delícia comer pãozinho fresquinho todos os dias - não criei esse costume, mas acho legal, hehe!

    Esses pequenos comércios do Japão são muito charmosos! Se por acaso eu tiver a graça de viajar para aí, certamente haverá alguns dias para encontrar lugares assim, despretensiosamente. :)

    Beijos de cotovelo e cuide-se, amiga~! :*

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    1. Ohayou, Karupin-chan!

      Do pessoal nos SNS ficarem floodando a lista com pedidos de valorizar o comércio local já vem desde sempre, mas agora com a pandemia, os apelos foram maiores com menção de grandes redes, do tipo, "substitua o lanche do palhaço para aquele boteco da esquina", coisas assim. Se bem que, embora eu more perto de um, pergunte para mim se vou com frequencia...

      Pelo menos aqui, os pequenos comércios são valorizados, especialmente se forem comércio de bairro residencial (onde moro, por exemplo, é 90% residencial e o mercado do bairro é quem abastece o pessoal aqui). É um pouco mais caro que os das grandes marcas? Sim, mas pense no trabalho da pessoa em manter o negócio, isso que eu penso.

      Na verdade, pão fresquinho todo dia, no meu caso, fica muito difícil, por motivos de horário mesmo (muito comércio aqui abre as 8:30 e já estou trabalhando, resta ir comprar no final da tarde, que sai a última fornada), mas agora que estou de molho, dá pra fazer duas vezes por semana, pois somos dois em casa, e quem mais consome pão sou eu (não deveria pois estou tentando diminuir o glúten, mas se consumo pão, dificilmente no almoço como arroz, por exemplo).

      Pelo menos os pequenos comerciantes daqui ainda têm uma clientela fiel, mesmo lojas dentro de departamentos, shopping streets e outlets. Exemplo, seria o famoso Takeshita Doori em Harajuku, onde são lojas pequenas mas vivem com clientes, muito se deve a variedade tanto de produtos como de público-alvo. Não sei como eles ficarão daqui por diante, mas vamos ter o pensamento positivo de que a situação melhore (e o pensamento do povo também).

      Beijos de cotovelo pra ti, também! :*

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