[Dia de Jishuku] Tentando manter a rotina (e a sanidade) mesmo em casa

Como estou de férias desde o dia 15 de abril e significa muito mais tempo em casa, eu tive que colocar em mente que, "estou em casa, mas não significa que vou ficar acordando a hora que bem entender, comer qualquer porcaria e ficar dormindo o dia todo". Claro que tenho aqueles dias que acabo acordando mais tarde do que o normal (geralmente acontece aos sábados e aos domingos), fico com preguiça de fazer qualquer coisa que preste em casa e acabo indo dormir mais cedo. 

By dorari.com via pinterest

Desde então, estabeleci uma regra para mim mesma - para não desregular meu relógio biológico, ainda acordo e levanto as 6 da manhã, e ocupo boa parte do meu tempo entre arrumar a casa (limpar e lavar a roupa), testar alguma receita na cozinha, estudar pro JLPT, treinar desenho técnico e traduzir. Quando dou uma pausa para respirar um pouco, assisto a alguns doramas de temporadas passadas ou leio algum manga que comprei uns meses atrás e ficou na pilha na mesa de cabeceira. Nem noticiário estou assistindo direito, só o matutino para ter uma noção e, quando lembro, o das 11 da noite. Como estão falando do mesmo assunto, só um noticiário basta e acabo ouvindo internet radio para me distrair (e treinar mais pra entender o que falam pra prova do JLPT).

Ué, a gente tem que ocupar o tempo que tem para não morrer de tédio, como muitos dizem.

Mas claro que tudo isso eu não faço num mesmo dia. O que eu aprendi, era fazer uma coisa por vez. Se quiser fazer algo bem feito, que faça aos poucos. Tem dia que, depois que termino os afazeres de casa, sento à mesa e começo a traduzir pro projeto e fico nisso até metade do dia. Tem outro que fico quase o dia todo estudando para o JLPT, anotando detalhes e procurando exemplos. Mas tem aqueles dias que você está a fim de passar metade do dia assistindo dorama da temporada que está disponível em aplicativos, ou ver o seu programa de variedades que está disponível em algum vídeo, que seja. 

Exceto a primeira imagem que foi no "G no Arashi", as demais foram do especial "Odoriki no Arashi" em que os membros do Arashi faziam na prática, uma série de experimentos científicos (devidamente acompanhados de algum especialista), desde empinar pipa com uma pessoa dentro e experimentos hortifrutigranjeiros. O máximo eram os barcos construídos de diversos materiais - papel, papelão, gelo, sal, palha e até blocos de Lego - para verem se conseguiam chegar a uma ilha, a uns 12 a 20 km de distância. Nem precisa saber o resultado final, né?

Já cansei de mencionar, mas não custa: ninguém faz por obrigação, ninguém está competindo. 

Eu sei que vai ter muuuuuuuuuita gente reclamando que "só os privilegiados que podem ter esse luxo de ficar em casa, maratonar séries, essas coisas de gente rica", mas vou avisando que eu só estou em casa pelo motivo que onde trabalho mandou todo mundo ficar em casa, e se tenho acesso a muitas coisas é porque me esforcei, economizei e também porque odeio ficar ociosa e não aprender nada.

Mas se eu ficar dando trela para esse tipo de pensamento que até parente meu teve, aí eu morro de tédio de vez. 

Tem dias que bate aquela vontade de ficar na cama e dormir o dia todo. É algo muito difícil de acontecer comigo, mas quando acontece, eu tento contornar assistindo programas de variedades do passado ou ler algum manga encalhado para me distrair. Ah, sim. Muitos dos meus artistas favoritos colocaram lives de eras passadas no YT para o pessoal assistir, já que este ano praticamente todos os concertos foram cancelados e/ou adiados para o ano que vem, aí assisto colocando no modo wide screen no tablet (faz de conta que você está no terceiro andar do Dome e acompanha tudo pelo telão).


A gente está fazendo o que pode para não perder a sanidade numa situação dessas. Estou evitando acessar às redes sociais (minhas postagens no Instagram e no Twitter ficaram bem escassas depois que entrei de férias, FB nem se fala, que quase nem entrava mesmo antes disso), noticiários, porque a todo minuto somos bombardeados com a mesma notícia. Eu sei que precisamos ficar informados, estarmos a par da situação, mas todo minuto, chega a irritar as pessoas. Um amigo meu, que trabalha com publicidade, ele só acessa o site da prefeitura e olhe lá. 

(Informação inútil: desde que estou aqui no Japão, o uso de máscaras descartáveis se faz necessário no cotidiano porque o ar é seco, e a situação piora no inverno. E na primavera temos o kafunshoo... Se antes pelo menos 50% da população daqui usava máscara diariamente, hoje chega a 99,9% e uma das queixas é que está sendo item difícil de encontrar ultimamente. E já estão dando dicas para enfrentar o verão com o uso delas.)

Hoje mesmo li um texto de um professor na área de T.I. (Tecnologia de Informação, na qual me graduei mas raramente exerci e hoje estou tentando retornar) sobre "especialistas em tudo", o que na verdade acaba sendo em nada. O que ele quer passar para o leitor é que, não adianta querer saber mil coisas se no final acaba não fazendo nada. Isso porque na área de T.I. as informações crescem de uma forma que a gente acaba criando aquela ansiedade de querer dominar tudo. Mas não é bem por aí e isso aprendi com o tempo - melhor se especializar numa área. 

Podemos saber um pouco de muitas coisas mas também podemos saber mais de algumas. 

Ou seja, um pouco de cada vez, como venho fazendo há exatamente um mês (e podem acrescentar mais quinze dias porque onde eu trabalho decidiram retornar às atividades em junho), e vamos ser felizes, mesmo se o bolo que você tentou fazer nessas férias, desandou. Esfarele o bolo, e faça torta de sorvete.

Ah, não esqueçam de lavar bem as mãos, se alimentarem bem, beber muita água e se precisar realmente sair, usem máscara corretamente.

E se puderem, continuem em casa.

Imagens: pinterest, ameblog, YT





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