[Turning 50] Como conheci alguns mangás que tenho (e leio)


Desde que comecei a aprender a ler, em casa era inevitável ter na prateleira revistas em quadrinhos (aka "gibi") de tudo o que era personagem - desde a galeria Disney até Turma da Mônica (esta, quando ainda era pela Editora Abril). E que ninguém pense que eu abandonei o hábito. No tempo de faculdade, acrescentei a coleção "Graphic Novel" em que eram histórias paralelas de vários personagens conhecidos, incluindo autores europeus. Agora, manga mesmo fui começar a ler na adolescência quando ganhei algumas revistas da década de 60, o "Shonen Gahou" - aí conheci as histórias de "Magma Taishi" (do Osamu Tezuka), "Daibutsu-kun" (Fujiko Fujio A), entre muitos. 

Meu gosto por mangas firmou quando meu irmão mais velho comprava os originais na capital (já que ele mora e trabalha lá) e trazia para a gente ler. Pois é, comecei a ler muito shonen manga por causa disso. Só fui saber o que era shoujo manga quando ele me deu a coleção completa de "Magic Knight Rayearth" por causa do anime.

Aí vim parar aqui no Japão, e quem ver minha estante hoje, boa parte dela está forrada de mangas, a maioria entre shoujo, otona josei e BL (sim, Boys Love). E antes que me perguntem, sim, eu tiro um tempinho para ler algum. E se tenho coleção, é porque gostei muito da história. O duro é quando tem uma história que a gente gosta e esta se estende até sei lá que volume (tenho uns três ou quatro que estão em andamento).

Vou listar alguns que eu gosto e faço questão de manter mesmo sendo volume único ou em andamento e como foi que descobri.


Magic Knight Rayearth (CLAMP): Quem me conhece, sabe que eu sou fã das histórias das meninas do CLAMP desde o Brasil, quando assisti o anime (que foi todo picotado, passava em hora aleatória e só consegui assistir inteiro quando meu irmão conseguiu o laser disc original). Para gostar do manga foi um pulo, e confesso que gosto mais do manga que do anime, mas gosto é gosto. Nem vou resumir porque eu já fiz uma resenha aqui.


Suki. Dakara, Suki (CLAMP): Novamente um dos trabalhos das meninas do CLAMP, mas completamente diferente do que estava acostumada. Foi por causa de um anúncio na revista Gekkan Asuka (porque eu comprava para acompanhar "X") que me interessei na história publicada pela Mystery DX. Embora tenha 3 volumes, vale a pena ler. Também fiz resenha deste manga aqui.


X (CLAMP): Na verdade, foi o segundo manga das meninas do CLAMP que eu acompanhei, depois de Rayearth. Quando cheguei no Japão, estava em andamento e estava no volume 10. Claro que fui correndo adquirir todos os volumes, e fui tentar acompanhar depois quando era publicado pelo Gekkan Asuka. Só que em 2002 parou no volume 18, e até hoje não adquiri o volume 18.5 que está no livro "All About Clamp" (que estou procrastinando pra comprar). Vai ter resenha logo, logo.


Natsume Yuujincho (Yuki Midorikawa): Outro manga que vai ter resenha em breve. Tudo começou porque tenho duas amigas que conheci pessoalmente via Twitter, a Eli e a Mikan. As duas gostam do mesmo anime e manga, inclusive a Mikan já fez cosplay do Takashi e seu casamento teve esse anime e manga como tema. A história, que é publicada a cada dois ou três meses pela revista Gekkan LaLa desde 2002, já está no volume 25 e sem previsão de terminar.


Hanazakari no Kimitachi e (Hisaya Nakajo): Confesso que foi por causa do dorama que passou em 2007 que fiquei interessada no manga, que foi publicado pela revista "Hana to Yume" de 1996 a 2004 pela mangaka Hisaya Nakajo. Não consegui achar o tankobon original (23 volumes mais dois especiais), mas achei a versão aizoban de doze volumes com um bônus no último volume, em uma loja de segunda mão, mas tive que ir comprando aos poucos, porque em uma loja você achava uma parte e em outras o restante.

(Detalhe: Algumas pessoas na internet disseram que a autora Hisaya Nakajo fazia doujinshi BL do Yama Pair depois que terminou HanaKimi, mas com outro nome, claro... Pior que eu tenho alguns exemplares e a semelhança do traço não teria como negar. Mas sabem como são as doujinshika - tudo no mais absoluto sigilo e só quem frequenta o meio, sabe.)


Hachimitsu to Clover (Chica Umino): Através do anime do mesmo nome em que foi de forma aleatória e posteriormente a versão live-action. Mas fui adquirir os 10 volumes mais o fanbook muito tempo depois. Eu não cheguei a assistir a versão dorama que tinha o Toma Ikuta como Takemoto (e estou procrastinando até hoje). Apesar das recentes polêmicas que algumas leitoras criaram em alguns blogs sobre manga (no caso de "Hachimitsu to Clover" foi a aparência infantil da Hagu, sendo que ela já tinha mais de 18 anos), eu mantenho esse manga até hoje na minha estante, e às vezes dou uma lida, embora até hoje fico triste pelo final. Comentei muitas vezes deste manga aqui e aqui.

Versões quadrinizadas de filmes: Acabei comprando para ver se eu entendia melhor o enredo, já que meu nível de conhecimentos em língua japonesa ainda está no intermediário. Mesmo sabendo que boa parte dos filmes foram baseados em livros, algumas editoras resolvem investir na forma quadrinizada, para atiçar mais a curiosidade dos leitores, já que a serialização é feita meses antes do filme, mas baseiam no livro do que no filme. Alguns que eu tenho:

1. Ao no Honoo (Yusuke Kishi/ Rie Arai): Lançado em 2003, para divulgação do filme do mesmo nome, protagonizado por Kazunari Ninomiya. O filme foi baseado no livro do mesmo nome de Yusuke Kishi, em 2000. A revista Asuka Comics DX fez a serialização do livro em forma de manga na edição de março de 2003 (publicado em janeiro) e lançado em tankobon no dia 15 de março do mesmo ano, coincidindo com a estréia do filme. Eu descobri o manga por acaso na loja de segunda mão, pois na época, eu tinha parado de comprar a revista por motivos de mudança (era a mesma revista que publicava "X" da CLAMP).


2. Shoujo (Kanae Minato/ Keiko Iwashita): O livro foi publicado em 2009, um ano depois do famoso "Kokuhaku", da escritora Kanae Minato. A mangaka Keiko Iwashita tinha publicado em forma de manga em 2010, pela Kodansha, na revista Dessert. Devido a adaptação do livro para o filme dirigido por Yukiko Mishima e protagonizado por Tsubasa Honda e Mizuki Yamamoto em 2016, teve uma nova edição, com capa diferente (mas a parte interna manteve a original). Eu possuo a versão "shinsouban", que adquiri por motivos de eu ter gostado do "Kokuhaku" e queria ler algo da autora.

(Detalhe 1: Ainda não assisti o filme até hoje. Detalhe 2: Keiko Iwashita é conhecida recentemente por leitoras de shoujo manga "do estrangeiro" por "Living no Matsunaga-san", mas pelo lado negro da história.)



3. Kokuhaku (Kanae Minato/ Marumi Kimura): O famoso livro de Kanae Minato, foi publicado em 2008 e tornou-se filme em 2010, dirigido por Tetsuya Nakajima e protagonizado por Takako Matsu. A versão quadrinizada foi publicada na revista Jour nas edições de março a junho de 2010 e lançado como tankobon no dia 18 de maio do mesmo ano (algumas semanas antes do filme estreiar). Comprei na loja de segunda mão quando descobri tempos depois que tinha a versão manga e eu já tinha assistido o filme (bem com atraso).


4. Pink and Gray (Shigeaki Kato/ Mio Fujisaki): Livro de estréia do membro do grupo NEWS, Shigeaki Kato (ele mesmo, ninguém aí está lendo errado), sobre a morte misteriosa de um ídolo em ascenção. Publicado em 2012 pela editora Kadokawa, ganhou versão quadrinizada pela mangaka Mio Fujisaki para a revista Gekkan Asuka durante as edições de outubro de 2012 a julho de 2013, e publicados em dois volumes tankobon em dezembro de 2012 e junho de 2013. A versão cinematográfica dirigido por Isao Yukisada e protagonizado por Yuto Nakajima e Masaki Suda, saiu em 2016. O primeiro volume adquiri quando fiquei um mês em Gifu e o segundo, quando já estava em Kisarazu, mais porque estava curiosa em saber como era a história que Shige escreveu.


5. Platina Data (Keigo Higashino/ Renji Asai): O livro do mesmo nome do escritor Keigo Higashino  era publicado em forma seriada na revista "Papirus" de 2006 a 2010, quando neste mesmo ano foi publicado em forma tankobon. Era um dos livros menos conhecidos de Higashino, já que ele era popular devido aos livros da série "Galileo"."Platina Data" ficou conhecido devido a adaptação cinematográfica dirigido por Keishi Otomo e protagonizado por Kazunari Ninomiya e Etsushi Toyokawa, em 2013. A versão quadrinizada foi publicada pela revista Spica, da editora Gentosha (a mesma que publicou o livro de Higashino). Adquiri o manga em Kisarazu mais por causa da propaganda que fizeram do filme e atiçou minha curiosidade.

(Detalhe: Embora eu tenha o mangá, era óbvio que foi baseado no livro original. Quando fui assistir o filme quando entrou em cartaz, o cinema mais próximo ficava a uma hora de trem. Esperei sair em DVD. E sem querer tomei um baita spoiler na cara nas redes sociais, que me deixou com tanta raiva que até hoje não assisti mesmo quando passou na TV aberta.)


6. 100 kai Naku Koto (Kou Nakamura/ Ai Mizutani): O livro original de Kou Nakamura foi publicado em 2007. E ganhou versão cinematográfica em 2013, dirigido por Ryuichi Hiroki e protagonizado por Tadayoshi Okura e Mirei Kiritani. A versão do manga é baseada no livro, já que os quadrinhos foram publicados na revista Cheese! nas edições de março a junho de 2013 (bem antes do filme estreiar). Eu lembro quando o manga estava nas livrarias, bem como o filme nos cinemas. Mas até hoje estou tentando lembrar porque eu não assisti o filme tampouco comprei o manga na época. Fui tirar o atraso sete anos depois, durante o tempo que fiquei em jishuku e pra achar o manga depois? Apelando na amazon e adquiri de segunda mão de um projeto que adquire livros usados e reciclam...

(Lembrei o porque de não ter visto esse filme na época e tampouco comprei o mangá: no twitter tinha uma turma de uma comunidade que descia o pau no Kanjani Eight e o Okura é membro, e falaram tão mal do filme que fiquei receosa em assistir. Aquela época que eu estava com a mente girando em muita coisa e nem pensava direito.)


Koshoku Robotto (Hisae Iwaoka): Também fui motivada a saber da história quando fizeram a versão dorama nas madrugadas de segunda na NTV, protagonizados por Yuya Takaki, Hikaru Yaotome e Daiki Arioka (ambos do grupo Hey! Say! JUMP). O manga original nem era conhecido de muita gente (e tampouco até hoje pouca gente comenta), mesmo assim fui conferir, já que na época que o dorama foi ao ar, estava no quarto volume!!! E para encontrar, já que nem todas as livrarias tinham. Apesar da revista que publica a história - o Gekkan Cookie -, seja vendida na maioria delas, o manga em si eu só encontrava nas livrarias "maiores".

Seção não recomendada para mentes fechadas e preconceituosas - BL Manga: Aviso que mesmo eu lendo essa categoria de manga, eu continuo a mesma coisa, tá? Para quem frequenta muito evento de doujinshi nas grandes cidades (melhor dizer, frequentava, porque este ano, só se for no máximo Osaka e olhe lá), gostar de ler manga BL, eu demorei um pouco mais. Apesar que eu sigo algumas pessoas que curtem muito o gênero e pego algumas dicas.


1. Quase todos os livros da Etsuko: Posso dizer que conheço pessoalmente a autora porque ela participava de tudo o que era evento de doujinshi. Mas de 2017 em diante, praticamente ela parou e tinha perdido contato, até que descobri que ela estava publicando material próprio em outras editoras, todas elas voltadas para o gênero BL. Em questão de meses, eu já tinha encontrado quase tudo dela - "JOY", "In the Apartment", "Last Friday", "More Than Words" e "Supernatural". Só não a reencontrei pessoalmente por causa das datas que tiveram eventos e agora por causa dos mesmos terem sido cancelados ou adiados.


2. Série Doukyusei (Asumiko Nakamura): Recomendações do pessoal que acompanha BL. Isso porque outras pessoas que gostam de anime me disseram que na versão animada de "Doukyusei", um dos seiyuus era o mesmo que dublava outro personagem de um anime que eu gosto. Num dia que fui pra Osaka encontrar uma amiga, fomos as duas na Book-Off pra "dar uma olhadinha" e acabamos saindo com alguns volumes debaixo do braço. Na verdade, eu recomendo mais os três primeiros livros (Doukyusei, Sotsugyosei Fuyu e Sotsugyosei Haru), e tem a sequência "Blanc", que ainda está em andamento na revista Opera.


3. Given (Natsuki Kizu): Tudo por causa do anúncio que "era a primeira vez que a Fuji Television, no quadro de anime Noitamina, colocaria no ar um anime BL". A curiosidade fala mais alto e adquiri os cinco volumes publicados (o manga ainda está em andamento na revista Cheri Plus) de uma vez só. Li os cinco volumes, assisti o anime completo e estou esperando agosto para ir assistir o filme (que seria a partir do volume 3 ou 4) e o volume 6, que sei lá quando vai sair. Digo que é uma história que difere muito do que se imagina de um romance BL.

Na verdade, eu tenho muito mais, e se eu ficar listando todos, vai ficar longa demais. Aos poucos estou fazendo uma pequena resenha do que tenho e do que andei lendo (alguns que li, acabei passando para frente por motivos de mudança, ou porque gostei só na hora e depois deixei de lado). 

Eu não gosto muito de recomendar mangas, ou anime ou filmes para outras pessoas. Eu apenas faço um pequeno resumo, coloco as curiosidades e pronto. Se eu gostei ou não, depende muito. Sabem aquela velha história - nem sempre o que eu acho legal, a outra pessoa não vai curtir e por aí vai. Isso dependerá de cada um de nós. 

Imagens: da autora, amazon japan, kodansha, shueisha, shogakukan, natsume_anime, hana to yume, clamp net/

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