Café, estudo e concentração...

Nota da autora: cada um tem o seu método para estudar. Não estou influenciando ninguém e tampouco incentivando. Só estou colocando meu ponto de vista.


Quem me conhece há muito tempo, eu não consigo me concentrar estudando em casa, salvo exceções (ou quando estou preferindo ficar em casa no final de semana, ou quando acontecer de ter "férias forçadas" como aconteceu em abril deste ano). Isso desde a faculdade, que, quando tinha aula vaga ou tinha que esperar muito o ônibus pra voltar pra casa, eu ficava na biblioteca estudando ou lendo algum livro. Depois que me formei, era em casa mesmo, mas tinha que colocar um aviso na porta do quarto para ninguém me incomodar quando eu estava estudando para algum concurso ou tentar uma pós-graduação, ou até mesmo lendo algum livro.

Comecei a ter o hábito de ficar estudando em cafeterias quando mudamos para Yokohama e fui trabalhar em Tóquio. Muitas vezes eu saía de casa mais cedo para ficar algumas horas na cafeteria estudando japonês, antes de ir trabalhar (porque depois do trabalho, nem dava, devido ao horário e sexta-feira era dia de saideira da firma). Um dos motivos era falta de espaço na casa e, se eu ficasse em casa estudando, acabaria perdendo o foco. No dia que eu folgava (que não coincidia com o do namorido), eu ia para a biblioteca do Fórum da cidade (é uma instituição da prefeitura que dá apoio e fornece informações para o bem-estar das mulheres e crianças) e passava algumas horas lá.

E mesmo quando mudamos para outras cidades por causa do trabalho, meu hábito de ficar nas cafeterias estudando (pra ver se eu conseguia logo o N3), continuou. Aquelas que chegou ao cúmulo de ir em outra cidade no dia de folga para ir no café da sereia e passar algumas horas estudando e esquecendo do resto.

Eu sei que isso não seria o método ideal para estudar, que eu deveria montar um cantinho no quarto para isso, mas por enquanto está sendo inviável. Mas eu diria que, de tanto ir nessas cafeterias, consegui pontuação média no TOEIC e N3 na proeficiência em língua japonesa. 

A verdade é que eu realmente deveria estudar em casa, já que boa parte do material pra estudo fica na minha estante (e quem pensa que meus livros são pra enfeite, enganam-se: antes de dormir, sempre acabo lendo algum mangá ou revista aleatória), mas sempre tem alguma coisa que me faz sair do foco, desde querer assistir algum programa na TV, ficar mexendo no celular ou até mesmo ir assaltar a geladeira (sem falar que de vez em quando o namorido fica me chamando pra saber se ainda estou viva, tamanho o silêncio que fica na casa).

Ah, mas essas cafeterias custam caro... Eu sei disso, por isso que acabei colocando aplicativo no meu celular desses lugares que mais frequento: já ganhei muito cupom de desconto e até bebida na faixa de tanto que uso esses aplicativos (eu pago o aplicativo pra quê, né? Vamos fazer bom uso do valor investido nele).

Mas, e no período de "jishitsu" que você e o resto do país ficou? Simples. Fiquei em casa, como todo mundo. Nos 45 dias que fiquei de "férias", consegui render muito nos estudos e até na cozinha. Era eu ficar com fones e ouvindo música pra relaxar, como me indicaram as do canal ChilledCow e semelhantes nos canais de streaming music, e me concentrar. E a base de café ou chá (quando entrei de "férias", era primavera, mas ainda estava um pouco frio, e quase acabei com o estoque de chá que havia comprado). 

Pois é, depois que voltei das férias, meio que perdi o foco (felizmente consegui encontrar). E tive que reorganizar o ritmo de trabalho e estudo. E quando as cafeterias voltaram a funcionar conforme as normas atuais de distanciamento social e higienização, na verdade eu demorei para voltar a ir nesses lugares. Confesso que muito foi o medo, mas aos poucos fui vencendo isso, basta eu me prevenir, tomar os devidos cuidados e, evitar lugares cheios (mas fazer compras no supermercado no final do dia, fica meio difícil...)

Muita gente condena o pessoal (entre jovens e adultos) de usarem as cafeterias para estudar, dizendo "não tem casa pra isso", e outras coisas semelhantes, mas eu sei como é. Tanto que algumas cafeterias até colocam tomadas para os clientes usarem para recarregar as baterias do celular ou notebook. E esses estabelecimentos vêem uma certa vantagem nisso tudo, porque muita gente que frequenta e fica algumas horas estudando, acaba comprando mais de dois copos (experiência própria). E muita gente não fica o dia todo, não. Se ficarem duas ou três horas, é o limite.

(Verdade seja dita: cada um sabe onde se encaixa melhor.)


Foto: da autora, no Starbucks de Kita-Nagoya.




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