Nenhum plano para 2021


Com grande custo, finalmente entramos em 2021.

Se eu fosse fazer um balanço do que foi 2020 para mim, foi satisfatório. Eu sei que diante de muita gente eu estaria numa posição privilegiada, mas a pandemia afetou todo mundo, sem exceção. Estou com emprego e com saúde, o que é mais importante (porque sem saúde, não conseguiria arranjar outro emprego, fazer minhas especializações e viver).

Confesso que passei boa parte do ano em estado de animação suspensa. Interação nas redes sociais foi quase zero, raramente postava no Instagram e no Twitter, rede social que antes eu interagia muito mais (e foi graças ao Twitter que pudemos informar para outras pessoas o que realmente acontecia durante o terremoto de Tohoku em 2011, conheci muita gente boa, enfim), mas fui percebendo que, quanto mais eu tentava passar informações no mundo j-pop que muita gente desconhecia, mais eu era ignorada. Por isso que muitas vezes ficava no monólogo. No fim, só acompanhava o que realmente me interessava.

Na real, interagi mais no Instagram, com algumas pessoas que curtem j-doramas daqueles que ninguém lembrava, gente do meio otaku (embora eu não seja completamente uma, porque gosto de um pouco de tudo), ouvindo podcasts, e outras coisas aleatórias.

Depois que voltei do jishiku, eu deixei de fazer muita coisa, e voltei aos poucos. Culpa da minha procrastinação, e nem era porque estava trabalhando muito, porque onde trabalho ainda folgo nos finais de semana, fiquei quase seis meses sem aulas presenciais (não tive nem EAD - educação à distância - porque meu professor ficou esse tempo internado), eventos e concertos cancelados...

O que me ajudou muito em manter minha sanidade em ordem foi resgatar filmes e j-dramas que eu havia encostado e, graças aos aplicativos das emissoras e de um que pago mensalmente da operadora de celular que possuo, consegui assistir a maior parte deles. Isso porque fiquei meio ano sem ir ao cinema por motivos que nem preciso explicar.

Aprendi que não adianta muito fazer um monte de planos para depois acontecer o que aconteceu no ano passado e ficar frustrado por um bom tempo. Melhor frustrado mas com saúde do que realizado e acabar na cama de um hospital (ou numa urna). Algumas coisas temos que planejar, sim (no sentido financeiro), mas eventos e outras finalidades, acho que tem que ser na hora mesmo.

Para este novo ano que entra, o que eu quero além dessa pandemia sumir da mesma forma que apareceu, é o que muita gente quer - mais empatia, mais compreensão, mais amor ao próximo. E isso vai depender muito da gente tentar fazer com que as pessoas sejam mais tolerantes e compreensivas, mesmo nos dias atuais. 

Que 2021 seja um ano infinitivamente melhor do que o anterior, e que possamos viver sem medo.


Foto: da autora, no Studio Reiho, Hamamatsu, em novembro de 2020, durante um evento beneficente para ajudar uma ONG que resgata e cuida de gatinhos abandonados, para serem adotados depois.

Comments

  1. Que esse ano seja de prosperidade, amor e felicidade para todos nós!
    Feliz 2021
    Dea

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