○○ coisas a fazer quando for na cidade XX


Poucos anos atrás, quando eu ainda era ativa no aplicativo Tumblr, tinha visto algumas ilustrações sobre "10 Things To Do When in XX" ("10 Coisas pra fazer quando estiver na cidade tal"), e achei interessante, porque a ilustradora não se restringe apenas em Tóquio (ainda continuo com o motto "Japão não é somente Tóquio"), mas em outras cidades, afinal o Japão possui 47 províncias e cada uma com sua particularidade.

Pois é, mais de vinte anos aqui e não conheço nem um terço do país...

Se não fossem os fatores medo de pegar trem errado e perder o dinheiro da passagem, não saber ler o idioma e falta de vergonha na cara, no primeiro ano, acho que já teria visitado Kyoto, Osaka, Kobe e, se bobear, as quatro províncias da ilha de Shikoku. 

Mas nunca é tarde para visitar alguns lugares menos conhecidos, só essa pandemia acabar (ou a gente poder sair com mais segurança).

Voltando - o Tumblr Japan Lover Me traz ilustrações da artista Little Miss Paint Brush, e foi numa dessas repostagens que vi sobre algumas províncias, suas particularidades e pontos turísticos. Ok, a maioria acredito que muita gente já deve estar cansado de saber, como em Kyoto tentar ir ver o Kinkakuji ou subir o Fujimi Inari, mas outras províncias menos conhecidas, trazem lugares bem interessantes, especialmente para quem nunca foi.

Apesar de eu estar morando na província de Aichi há cinco anos, eu não conheço a província toda, tal como eu fiz em Kanagawa. Pior que andava muito em Nagoya mas só no centro e esquecia de ir nos outros distritos. Agora, só depois que essa pandemia passar, porque não dá pra ficar saindo de casa direto como eu fazia.

Uma amostra sobre "10 coisas para fazer quando estiver em Nagoya" em duas partes... (Apesar de ter repetido o Castelo de Nagoya e a Torre de Nagoya)





Só uma ressalva - o parque onde fica a casa que é a replica do lar de Satsuki e Mei, do anime "Meu Vizinho Totoro", não fica em Nagoya, mas na cidade de Nagakute, onde foi realizado o evento Aichi Expo, em 2005. Até novembro deste ano ainda dá para tentar fazer visitação, pois depois disso, será fechado devido à construção do Ghibli Park.

Dos lugares mencionados, eu fiz a metade. Quesito gastronomia, até agora eu comi o famoso misokatsu na rede Yabaton (um dos melhores que já conheci) e vez em quando frequento a cafeteria Komeda (o pessoal de Tokai costumava dizer que era mais fácil encontrar uma loja do Komeda do que do Starbucks, tanto que onde moro, tem pelo menos três lojas contra dois do café da sereia). O famoso Hitsumabushi, eu ainda vou experimentar, já que tem várias formas de degustar esse prato.

Sobre o Melon Pan Ice Cream, uns bons anos atrás, no Osu Shotengai, tinham três lojas que vendiam a iguaria, mas não sei dizer se era tão popular como constava na imagem, pois nesse shopping street eram muitas trending shops, ou seja, era popular naquela temporada e depois acabam mudando, como foram as bebidas servidas em recipientes em forma de lâmpada, o tapioca milk tea e rolled ice cream.

Visitar os lugares populares isso vai de cada um. Confesso que eu também frequento os lugares conhecidos, mas eu tento procurar conhecer outras partes também, como o decadente mas reformado Endoji Shotengai; Fushimi; e o Noritake Mori Gallery (que fui só UMA vez e depois só fiquei enrolando pra ir). Além de outros lugares que dá pra aproveitar o uso do One Day Pass do Nagoya Metro. E olha que dá pra conhecer lugar pra caramba, além de ganhar alguns descontinhos quem tiver portando esse passe no dia.

Não que eu não tivesse tempo para ir nos outros lugares, mesmo porque eu moro a uns 10 a 15 minutos da capital via trem. Eu tenho um sério problema que, se entro em alguma livraria ou lojas de livros e CDs de segunda mão (aka Mandarake e Book-Off), eu esqueço da hora. E ainda mais esses lugares abrem quase perto do almoço. Daí, quando eu lembro que tinha planejado ir para tal lugar, acaba ficando muito tarde, e eu deixo para outro dia.

E olha que nem tanto é preguiça, mas sair para qualquer lugar, até pra ir trabalhar, em dia de chuva, é o fim da picada para mim. E acho que pra muita gente também... (eu detesto carregar guarda-chuva, porque corro o risco de esquecer em algum lugar e nunca mais ver o dito de novo.

Na verdade, eu não posso me restringir somente na capital, porque outras cidades possuem suas particularidades. Já fui em Tsushima (no Festival das Glicínias) e em Okazaki (no florescimento das cerejeiras e fui no castelo, mas na época tinha também a exposição do ilustrador Rune Naito e esqueci). Claro que ainda tem muito mais a ser explorado, mesmo se baseando nas revistas locais, como Tokai Walker, Cheek e Kelly, que mostram o que a região traz de interessante.

Endoji Shotengai, Nagoya. O moderno contrasta com o antigo.

Yabaton, restaurante especializado no Kare Katsu, vale a fila pra ir almoçar.

Oasis 21, com as lojas no subsolo e a Torre de Nagoya

Rune Panda, um dos símbolos da cidade de Okazaki

Publicidade no JR Takashimaya durante o Valentine's Day em 2019

LegoLand, ao lado do porto de Nagoya, tudo é feito de blocos lego, claro.

Fuji Matsuri ou Wisteria Festival, em Tsushima, 2018

Mas também não sou guia turístico e nem quero fazer deste Empório um blog de turismo pra ganhar fama, longe disso. Assim como muitos blogueiros old school, a gente escreve para distrair e quem sabe ajudar outras pessoas. Ou a gente tentar transmitir o que presenciamos e vivenciamos, como dizem, pessoas que moram no estrangeiro, acabam tendo uma outra visão do que se apresenta nos folhetos de turismo.

Quando eu ia para algum lugar diferente, eu costumo fotografar e saber mais a respeito para futura postagem (bem, eu costumo demorar muito...), experimentar a comida local, mesmo tendo o risco de eu ter uma indigestão depois... Por outro lado, nem todos os locais aqui tem fácil acesso, ou seja, mesmo indo de trem e ônibus, o local fica mais distante ainda (e nem cogito ir de carro para esses lugares no momento), maaaaas a gente sempre dá um jeito e vai, nem que seja caminhando.

Nana-chan Ningyo, um dos símbolos de Nagoya, no Natal.

Felizmente existem algumas pessoas que gostam de ir em lugares menos conhecidos, pois trazem o lado diferente do que muitos vêem em alguns programas de TV, folhetos de viagens e turistas. Muitos estrangeiros que já resolveram fazer daqui o seu "segundo lar", tentam conhecer melhor. As revistas que mencionei, trazem além do lugar-comum, outros lugares menos conhecidos. Mesmo vale para os programas de TV locais.

Apesar da pandemia, muitos tomam os devidos cuidados, especialmente no quesito aglomeração e saídas desnecessárias (o que nem todo mundo cumpre). 

Espero que esse período termine logo para que possamos fazer todas as coisas com segurança e sem medo.

Imagens: todas da autora em diferentes anos, exceto as creditadas.

Revistas:

- Tokai Walker https://www.walkerplus.com/top/ar0600mc/

- Kelly: https://kelly-net.jp/

- Blog: https://www.japaoculturaeturismo.com/

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