The Music Day e éramos mais felizes


Desde 2013, em meados de julho, a emissora NTV (Nippon Television), transmite ao vivo, o programa musical "The Music Day", com duração de oito a onze horas, ao vivo, no Makuhari Messe (Chiba), comandado por Sho Sakurai e Shinichi Hatori, e mais de 50 artistas se apresentavam - seja ao vivo no Makuhari Messe, seja ao vivo em algum outro lugar por causa de algum compromisso no dia.

O bom desses programas é que não fazem distinção de gerações - desde veteranos de enka music, passando pelos artistas dos anos 70 a 90, e a geração atual - tanto que chegam a fazer colaborações com eles, e fica melhor que a encomenda. Na real, tanto o The Music Day como The Best Artist (que é transmitido em novembro pela mesma emissora e pelos mesmos MCs) ficam melhores que o Kouhaku Utagassen por causa da interatividade e colaborações.

(Claro que depois das 6 da tarde, a programação literalmente esquenta porque juntam todos os grupos dos Johnny's, escolhem um membro aleatoriamente pra fazerem um medley das músicas deles mesmos, apesar que quase sempre escolhem as mesmas músicas. Sem falar que depois disso, apresentam os artistas de maior carisma.)

Até um tempo atrás, tinha um pessoal no Twitter que já combinava no sábado (ou sexta de madrugada, depende do fuso horário de cada um) para comentar no SNS a apresentação dos artistas, e quando chegava a hora do Johnny's Medley (ou shuffle, dependendo da inspiração do dia), o pessoal chegava a travar no Twitter de tanto que comentava (se não era no The Music Day, era no Kouhaku).

De algum tempinho para cá, talvez somado diversos fatores (além da pandemia), minha timeline no Twitter em época desses programas musicais, está com o ânimo no negativo. Se bem que eu não lembro como a timeline estava no ano passado (eu estava mais era assistindo do que nas redes sociais), mas este ano quem eu conheço não soltou um pio. E olha que o anúncio foi no sábado, dia 12 no programa "Show Channel". 

Normalmente, a minha timeline iria vibrar de alegria, mas desta vez passaram tão batido, que, somente quem acompanha o programa repassou a mensagem. 

Percebi que, desde o "famoso anúncio no dia 27 de janeiro de 2019", minha timeline desandou ao ponto de não terem mais ânimo para nada. Podem me chamar de insensível, embora no dia eu fiquei paralisada, mas logo assimilei a idéia, para não dizer que eu me conformei (triste a gente fica, mas vamos ter paciência e entender o outro lado).

A vida continua - tal como na música "Ob-la-di, Ob-la-da" -, e tocar a vida em frente, fazendo as coisas normalmente (ou quase). 

Num ponto, eu fico triste quando entro nas redes sociais para obter alguma informação (Twitter continua sendo uma das SNS que ainda uso com uma certa frequência) e me deparo com minha timeline vazia. Ou de uma enxurrada de reclamações - ok, a gente usa para desabafar mas muita gente exagera, too much information e acaba sendo irritante até para quem nada tem a ver com o assunto.

Mas eu tenho que tentar entender que muitas vezes essas reclamações, desabafos e surtos de fangirl ou fanboy seriam uma válvula de escape para elas que sofrem de algum tipo de desordem e preferem tentar ser felizes com esse desabafo. Mesmo porque também no auge de usuária, eu reclamava horrores de tudo...

Mesmo assim, eu ainda procuro me distrair do mundo caótico, dos problemas que tenho todo santo dia. Acordar com problemas e dormir com elas, acabam com o psicólogo de qualquer um. E antes que venham me dizer que "ah, você mora no Exterior, você leva uma vida boa", já digo que mesmo morando no Exterior, eu levo a vida normal de qualquer um - trabalhar, descansar, comer, estudar, ter um momento de lazer, pagar contas, economizar, segurar os trocados até o próximo salário.

Bem, parando melhor para pensar, cada um sabe o que faz. Se na época o pessoal era animado porque seu artista favorito estava batendo ponto nos programas musicais... 

(Nota de quem vos posta aqui - o meu favorito nem aparecia e nem por isso eu ficava desanimada, porque esses programas musicais servem para gente nova e desavisada conhecer artistas da geração que muita gente nem era nascida ainda)

Nem dá pra agradar todo mundo, isso é a realidade.

Na realidade, a postagem de hoje seria um tipo de desabafo, se me entendem. Tudo bem que eu também posso ter uma parcela de culpa nisso, porque estou interagindo menos nas redes sociais, mas eu expliquei o motivo - mas também não queria que as pessoas que conheci ao longo dos tempos não perdessem tanto o ânimo mesmo no contexto atual. Não é fácil estar animada com tudo isso, mas se afundar cada vez mais não vai resolver nada. 

Como disse, cada um tem como procurar ser feliz, procurar se distrair, mas às vezes tenho a triste impressão que "porque meu artista favorito não vai estar lá, então perdeu a graça", "depois de janeiro de 2019 tudo perdeu o sentido", e por aí vai.

Imagem: Banner do The Music Day em 2016, via NTV.


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