Junho e um pequeno balanço do que fiz até a metade do ano


E lá se foram seis meses e entramos no segundo semestre. Pois é, achei que pra chegar na metade do ano, foi muito rápido demais. Na verdade, se foi rápido ou não, depende de cada pessoa. 

No meu caso, o mês de junho foi um mês meia-boca, não tão bom mas também não foi ruim, apesar da província onde moro ter ficado até o dia 20 em estado de emergência de novo e nem deu para ir ao cinema justamente num mês que lançaram alguns filmes que eu estava querendo assistir. Agora, esperar sair em DVD (ou no máximo no amazon prime, pra aproveitar que até o final deste ano não estou pagando a mensalidade).

Falando em filmes, pelo menos no amazon prime e no dTV (aplicativo da operadora de celular que possuo) desenterraram alguns filmes que eu nem achava mais em locadoras e tampouco passaram na TV aberta. E contando o fator que o mês de junho quase todo final de semana chovia. Pois é. E durante a semana, quase todos os dias voltando para casa cedo porque qualquer lugar que eu planejava ir, fechava mais cedo. (Se bem que até o presente momento ainda tudo está fechando mais cedo, exceto supermercado e farmácia)

No máximo foi minha ida ao Otsuka Shokaiji por causa das hortênsias e só. Explorar novas cafeterias como eu havia planejado, só depois de vacinada e olhe lá. E também tem o fator financeiro também. É, também tenho que pensar muito no que vou fazer daqui por diante, não é porque entramos em julho que vamos considerar que o ano já era.

Sempre falo para mim mesma que tenho que criar coragem para dar um passo maior, mas todas as vezes - ou quase todas, vai - eu acabo dando com a cara na porta. Ou na parede. Ou no chão mesmo. E olha que não foi por falta de força de vontade. Têm horas que dá vontade de desistir? Dá, mas ficar se lamentando não vai adiantar, então estou em constante luta para melhorar em alguma coisa.

O primeiro semestre aproveitei mais para estudar, ler e assistir a uma lista infinita de j-doramas e j-movies, pois, para quem está querendo prestar pela enésima vez o exame de JLPT mas no nível 2, tenho que ao menos estar com o ouvido em dia. Embora alguns sites no Instagram insistem em dizer que nivelamento no JLPT não traz algum progresso na vida cotidiana, aí eu fico me perguntando então porque raios as ofertas de emprego insistem em pedir que o candidato a vaga tal tenha ao menos o nível 2 do JLPT ou mais de 700 pontos no TOEIC (proeficiência na língua inglesa)??? Como eu não fico questionando tudo isso, eu estudo com o material que tenho disponível. 

Acho que de tanto assistir programação japonesa, ao menos consigo entender 70% do assunto que está acontecendo.

Falando em j-doramas e j-movies, desde o início deste ano, eu fiquei muito mais animada em acompanhar os j-doramas desta temporada e conseguir assistir as das encarnações passadas. Isso porque teve dorama que foi sequência de outra que passou bons anos atrás, e melhor assistir para poder entender a trama. Sim, essas coisas acontecem também nos j-doramas.

Foi graças a uma menina que me encontrou no Instagram pelo fato dela morar numa cidade vizinha à minha no Brasil - ela descobriu por causa de algumas fotos que postei quando passei um mês de férias lá. Conversa vai e conversa vem, ela também morou aqui no Japão, antes de eu vir para cá, e assiste até hoje os j-doramas e j-movies. Sem falar que ela gosta muito de j-pop...

Daí para me apresentar uma brasileira que ama os j-doramas que nem eu imaginaria que alguém assistiria, foi um abraço. E agora, todos os dias sempre tem uma velha novidade fresquinha que vale a pena ver de novo. Não entenderam? Elas desenterram j-doramas do fundo do baú e como para elas é novidade, a gente fica muito feliz em poder acompanhar. Eu, inclusive.

Voltando a me animar a acompanhar os j-doramas, aos poucos também estão vindo resenhas de alguns deles, algo que eu havia parado devido a muitos incidentes no passado que me afetaram ao ponto até de abandonar muitas resenhas que eu tinha rascunhado. Agora, eu estou com pelo menos três rascunhos e fora alguns filmes que andei assistindo durante o semestre.

Sessão gastronomia andou meio fraco também, muitos lugares restritos, e tive que dar um tempo nas cafeterias. Imagine ir para alguma cidade vizinha, o máximo que fui eram nas cidades ao lado por causa da divisa (onde moro, mais um pouquinho indo de carro, já estou ou em Ichinomiya ou em Ama ou em Kita-Nagoya ou em Kiyosu. Nagoya, só se for mais um pouquinho), justamente para fazer compras para a dispensa da casa.

E também durante o primeiro semestre, fiquei aos poucos dando uma geral na casa, especialmente na gaveta de roupas. Quase metade tive que literalmente jogar fora mesmo, nem para doação servia. Desgastadas pelo uso constante, tive que descartar no lixo queimável, porque os pontos de coleta, seriam para roupas que não quer mais porém em estado aceitável (o que seria "em estado aceitável"?). Mas, como sou do tipo de pessoa que usa até o fim, por isso que de um bom tempo pra cá, ando comprando pouca roupa. 

Geralmente eu faço essa faxina nas roupas na primavera e no outono, mas este ano acabei fazendo mensalmente. Não é que roupa aqui seja descartável, durou um ano e vai pro lixo - muito pelo contrário: eu tinha roupa que durou mais de uma década pelos fatores 1) peças sazonais e 2) aprendi a conservar melhor quando lavo.

Vai chegar ao ponto de ser como uma amiga minha e ser bem minimalista, ou seja, saber se vestir com poucas peças mas muitas combinações, estou aceitando sugestões.

O mesmo vale para livros e revistas. Na verdade, eu diminui muito a compra de revistas, só compro aquelas que realmente valem o investimento. Mas como os assuntos são sazonais, eu acabo passando adiante. Um dos motivos, é a falta de espaço no nosso apartamento, e não adianta eu ter duas estantes enormes, se todo mês acabo comprando vinte revistas. Tá, não chego a tanto, mas as prateleiras estão comportando meus mangas favoritos, meus livros, meus photobooks, meus dicionários e livros de estudo. Fora mais de 200 ou 300 *perdi a conta* CDs e singles que ouço quase todo dia no notebook

(Não, minha gente, ainda não li o livro de Marie Kondo, por sinal, acho que aqui caiu no esquecimento, porque não estou vendo nenhum artigo sobre ela, pelo menos na revista que costumo ler mensalmente, e olha que a revista foca muito em economia doméstica de mulheres que trabalham fora!)

Estudos? Posterguei o teste do JLPT pra dezembro. Um dos motivos de não fazer em julho, ainda era a incerteza se iria ter o teste ou não perante ao estado de emergência. Como até dezembro quase todo mundo estará vacinado, acredito que poderemos fazer a prova com segurança. Claro que não esquecer a máscara e higienização, porque dezembro, além de estar frio, tem o risco de influenza!

Quanto às aulas presenciais de qualquer coisa, irei fazer no segundo semestre, por motivos de estabilidade financeira. A pandemia quebrou as pernas de qualquer um, mas não quebrou a esperança de dar a volta por cima.

Podem me chamar de iludida, sonhadora, qualquer coisa, mas se perdermos qualquer esperança de melhorar, vai ser muito difícil de levantar depois. Confesso que muitas vezes eu pensei em desistir, jogar tudo pro alto e chorar pelos cantos me culpando. Apesar de muitas vezes eu ter ido num cantinho e chorar, isso muitas vezes me acalmava e me dava um pouco mais de ânimo para continuar e ser mais forte, porque existem fatos em nossa vida que podemos até mostrar nosso lado fraco, mas ao mesmo tempo nos fortalecer. Bem, pelo menos para mim.

E por mais que eu esteja cansada dessa pandemia, de limitações e incertezas no dia seguinte, eu tenho que parar por alguns minutos, fechar os olhos e lembrar que eu ainda sou uma pessoa privilegiada e nem ousar em reclamar. Tenho saúde, tenho um emprego (não dos meus sonhos, mas ao menos consigo pagar as contas, encher a geladeira e sobra para minhas coisas pessoais), acho que isso já serve para que eu caia na realidade.

E agora que entramos em julho, mês em que eu mudo de versão, vamos melhorar um pouco o quadro. Inclusive eu mesma.

Foto: da autora, tirada durante o intervalo do almoço, porque o céu estava bonito apesar de nublado.

Comments