Decepções e Decisões

Eu não deveria me importar com muitas coisas que acontecem ao meu redor mas existem coisas que são injustas e ninguém faz nada.

E isso me deixa decepcionada demais. Ainda mais que acontecem comigo.

Faz um bom tempo que estou reivindicando mudança de setor porque o atual está me deixando num estado em que, se eu não respirar fundo e contar até cem, posso cometer alguma besteira, como xingar alguém aleatório e mandar ir pra... bem, vocês sabem onde.

Tinha comentado na postagem anterior que esta semana entrei numa crise de choro em casa que não deu pra aguentar. Certo que eu sou uma verdadeira manteiga derretida, daquelas que chora por qualquer bobagem, mas naquele dia foi bem pior. 

Daí chego a conclusão que, quanto mais você se esforça, se dedica para fazer um trabalho bem-feito, menos te valorizam. Mais fácil as pessoas valorizarem aquelas que fazem um trabalho "nas coxas" mas porque são verdadeiras puxa-saco dos superiores do que valorizarem aquelas que não medem esforços para fazer um trabalho bem-feito. E reclamam, ainda por cima.

Fiz o pedido de uma semana de folga (antes que eu jogasse a parafusadeira pela janela), mas aceitaram apenas dois dias. Melhor do que tivessem recusado. Mesmo assim, é injusto porque sabem o quanto minha sanidade mental e física estão acabadas. Se fosse outra pessoa, iam aceitar o pedido numa boa e sorrindo.

Acho que devo ter sido uma péssima pessoa em algum momento do meu passado, porque estou pagando pelos meus erros e ainda estou esperando o meu troco.

Ontem, sexta-feira, fui ao cinema depois de alguns meses. Como, por enquanto, acabou o estado de emergência na província, o night show do cinema voltou, então, depois do trabalho, consigo ter um tempo hábil para pegar uma sessão. Apesar do enredo do filme ser bem tenso, ao menos me fez aliviar em tudo, esquecendo dos problemas.

Nesse meu período de folga, uma das coisas que decidi é tentar procrastinar menos - se eu tenho que fazer alguma coisa, tenho que fazer neste momento. Desde acordar mais cedo e botar a mão na massa até tomar uns tapas da realidade e procurar algo que me faça feliz.

Na saída do trabalho, fiquei um tempinho olhando para o céu, que uma parte estava de um tom azulado e de outro meio avermelhado. Mas era algo muito raro de se ver, e neste dia tinha chovido e ameaçado vir um tufão por estes lados, mas depois que passou, a natureza nos presenteou com uma imagem que para mim trazia uma sensação de paz, alívio e esperança.


Muita gente esquece de reparar nesses detalhes naturais. Certo que depois de um trabalho exaustivo, muitas vezes estressante, inclusive eu já estava a um nível de surtar, ver essa paisagem, me fez esquecer da maioria dos problemas.

Fotos: da autora.

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