THE BOY FROM OZ (2022)


"THE BOY FROM OZ" é um "jukebox musical" baseado na vida do cantor e compositor australiano Peter Allen. A peça consiste em dois atos - o primeiro era sobre a infância, o início da carreira musical e o casamento com a atriz e cantora Liza Minelli, e o segundo ato era sobre sua homossexualidade, o sucesso como compositor, a doença e os momentos finais de sua vida. 

"Jukebox musical" é uma peça musical onde as músicas utilizadas durante o enredo são conhecidas do público, e não músicas compostas especialmente para a peça. No caso do musical "THE BOY FROM OZ" foram utilizadas todas as músicas compostas por Peter Allen.


A história começa com Peter Allen contando sua própria história, desde a infância na Austrália, ainda com o nome de batismo de Peter Woolnough, que ganhava a vida cantando e fazendo performances nos bares para ajudar a mãe. A carreira artística com Chris Bell, fazendo dupla como Allen Brothers. Em uma de suas apresentações, a atriz e cantora Judy Garland estava na platéia e Peter a convence a fazer uma apresentação juntos. Judy gostou tanto da performance que o convidou para participar de uma série de apresentações nos Estados Unidos. Foi quando Peter conheceu Liza Minelli, filha de Judy com o diretor Vincent Minelli.


O casamento de Peter e Liza não durou muito tempo, devido aos excessos do marido e suposta homossexualidade. Depois de uns anos na Austrália, Allen retorna aos Estados Unidos e começa a compôr para outros artistas. E tem um relacionamento com o fashion designer Gregory Connell, que o acompanha nas apresentações. 


Descoberto pelo produtor Dee Anthony, a carreira solo de Allen decolou - apresentações no famoso Copacabana e no Radio City Music Hall com as lendárias The Rockettes, além de ter ganho o Oscar de melhor canção no filme "Arthur" (a música "Best That You Can Do", na voz de Christopher Cross). Mas acaba sofrendo com a perda de seu amante Connell, e ele também acaba sucumbindo com a mesma doença, e até o final de sua vida, compunha e atuava tanto na TV como no teatro.


A peça musical foi baseada na biografia "The Boy From Oz: The Peter Allen Biography", escrita por Stephen MacLean, jornalista australiano que acompanhou a carreira de Allen até a morte do compositor em 1992. A produção realizada para a Broadway foi a mais conhecida devido à atuação do ator australiano Hugh Jackman no papel principal (e também protagonizou na turnê australiana em 2006). Jackman ganhou o prêmio Tony de teatro em 2004 pela sua atuação.

A produção japonesa teve quatro produções - 2005, 2006, 2008 e 2022 -, com quase o mesmo elenco. A quarta produção era para ter sido em 2020, mas devido a pandemia, foi cancelada e na espera até 2022.

O diretor e coreógrafo Philip Wm.McKinley (à esquerda), com o elenco (da esquerda para direita): Yoko Kon (Marion Woolnough), Jun Shibuki (Liza Minelli), Masayuki Sakamoto (Peter Allen), Ran Otori (Judy Garland), Seiya Suezawa (Gregory Connell) e Hiroshi Miyagawa (Dee Anthony/Richard Woolnough).

O elenco da produção japonesa era formado por Masayuki Sakamoto (Peter Allen), Jun Shibuki (Liza Minelli), Ran Otori (Judy Garland), Yoko Kon (Marion Woolnough), Tsuyoshi Matsubara (Chris Bell). Quem interpretou Gregory Connell nas montagens de 2005, 2006 e 2008 foi IZAM; era para Takuto Teranishi interpretar Connell na montagem de 2020, mas como foi cancelada devido a pandemia, na de 2022 foi Seiya Suezawa (Ae! Group), pois na mesma temporada, Teranishi estava em turnê em outra apresentação. Jiro Dan interpretou o produtor Dee Anthony e o pai de Allen, Richard Woolnough, nas três primeiras montagens, substituido por Hiroshi Miyagawa na produção de 2022.

Todas as produções foram apresentadas em duas cidades - Tóquio e Osaka.

Trivia:

- Quando haviam anunciado a quarta montagem de "THE BOY FROM OZ" em janeiro de 2020, depois de 12 anos, Sakamoto chegou a comentar que naquele ano, ele completaria 48 anos de idade, mesma idade que Peter Allen faleceu. A montagem teve que ser cancelada devido à pandemia.

- Curiosamente, a data da estréia da versão de 2022, caiu no mesmo dia em que Peter Allen havia falecido (18 de junho de 1992).


(Falar das habilidades artísticas do Sakamoto seria chover no molhado - muita gente sabe disso. Até diríamos que é pra compensar a pouca atuação na TV, pois até hoje, Sakamoto fica muito nervoso quando está gravando, inclusive o Yoshihiko Inohara comentou a respeito no programa "Admatic Tengoku" quando Takahisa Masuda foi convidado e disse que no 6o. capítulo de "Kichijoji Losers" o Sakamoto fez participação especial.)


- As atrizes Jun Shibuki e Ran Otori (que interpretam respectivamente Liza Minelli e Judy Garland) foram atrizes do Teatro Takarazuka. Shibuki foi top star da trupe Tsuki (lua) e Otori foi da trupe Hoshi (estrela).

- Ran Otori tem registro em Taiwan, embora tivesse nascido em Kobe (Hyogo). Ela seria parente distante de Marius Yo (Sexy Zone) por causa dos bisavôs.

- Yoko Kon (que interpretou Marion Woolnough), era vocalista da banda Pinky and Killers, famosa nos anos 60 pelo sucesso "Koi no Kisetsu".


- Seiya Suezawa, que interpretou Gregory Connell na montagem de 2022, é membro do grupo Ae! Group, que ainda faz parte do Kansai Johnny's Jr., que compreende outros grupos ainda não debutados, mas da região de Kansai (Osaka, Hyogo e região). Quando se apresentam musicalmente, Suezawa é o vocalista.

- Pelo fato de ter muita coreografia, a peça é dividida em dois atos e com intervalo de 20 minutos (pelo menos quando eu fui).

Nota da autora: Foi só recentemente que comecei a ir em teatro aqui no Japão. Um dos motivos, era que boa parte dos espetáculos tinha que comprar ingresso antecipado, e dependendo do artista, fazer parte do FC, e ainda se submeter a sorteio, porque peças teatrais e musicais geralmente são em lugares bem menores. Quando fui no "Murder For Two", consegui através do site do Ticket Pia e, se quisesse, dava para comprar no dia no local onde ia realizar o espetáculo.

Quando fiz a solicitação do ingresso de "THE BOY FROM OZ", foi no FC do 20th Century (que eu faço parte) e ainda torcer para ser sorteada na primeira opção. No meu caso, não tinha escolha - ou era Tóquio ou era Tóquio. Não coloquei Osaka em nenhuma das opções porque além de serem quatro apresentações, eu tinha certeza que a maioria ia ser do FC dos Juniores, já que Suezawa estava no elenco. Fui sorteada para o segundo dia da apresentação em Tóquio.

O ingresso era via QRCode, e vinha por e-mail um dia antes do evento. Por um lado, era bom, porque não corria o risco do ingresso impresso acabar sendo extraviado pelo correio. Mas, por outro lado, se acontecesse algum problema no servidor da operadora de celular (como aconteceu recentemente com a KDDI), a administradora do teatro teria que apelar para um terminal onde o público poderia acessar o e-mail via computador.

Meu assento foi quase perto do palco, então deu para ter uma boa visualização. Mas só fiquei sabendo onde era para eu sentar NO DIA em que fui, pois no QRCode não traz informação, só quando é lido e impresso. Aconselho levar binóculo, porque nunca se sabe onde vai ser seu lugar.

As músicas foram traduzidas em japonês para a montagem em Tóquio e Osaka. Mas nada tira a essência da peça, com momentos de emoção, tristeza e muito entretenimento (especialmente no segundo ato, quando Allen consegue apresentar seus espetáculos em grandes locais, como Copacabana e Radio City Music Hall). 

Um espetáculo que valeu o ingresso e seis horas de viagem no meio da madrugada, porque eu consegui para Tóquio (só escolhi lá mesmo). Sem contar que os atores desempenharam muitíssimo bem, especialmente nas coreografias.

PS.: Sim, teve até beijo entre Allen e Connell, porque eles eram amantes.

PS2: Postei propositalmente hoje, porque dia 24 de julho, o Sakamoto completa 51 anos. Incrível como ele consegue manter a forma em todos os sentidos, porque no musical, ele troca de roupa no palco mesmo e tá com um físico invejável, sem falar que ele dança que é uma maravilha, mesmo tendo operado o joelho há três anos.

Imagens: Theater Girl, My Navi News, Pia Ticket, Model Press, e creditadas.

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