Conforto, Auto-Cuidado e Life Goes On

Outubro chegou, e também o outono aqui no Japão (e no Hemisfério Norte). Depois de um verão escaldante que literalmente drenou toda minha energia, meu ânimo e sei lá o que mais, nem sei como ainda conseguia fazer outras coisas num calor de quase quarenta graus e sensação térmica de noventa. 

E ainda tem gente que ama, idolatra, venera o verão...

Bom, como gosto nunca se discutiu, vamos lá: certo que de um tempinho pra cá eu andei muito mal emocionalmente, tanto que nem interagia direito por aí, e evitava para não causar mal àquelas pessoas que nada tem a ver comigo e com meus problemas internos, mas depois de uma pausa e me acalmar, estou aos poucos voltando à programação normal, ou quase.

Muita gente fala sobre confort-qualquer-coisa (comida, bebida, etc.), auto-cuidado e outras coisas que fazemos para nosso bem-estar próprio (claro!). Não sou expert e nem manjo dos paranauês do assunto, mas algumas coisas que eu faço para mim, são coisas que eu me sinto melhor. 

Lembrando que cada um tem seu modo de viver, então aqui são as coisas que eu faço para me cuidar e ver se minha auto-estima levanta de vez. Se alguém for seguir modelo similar, vai por sua conta e risco...

Alimentação: Não sou aquela maravilha em pessoa em matéria de comida, porque sou muito instável - durante a semana procuro evitar comer muito doces e petiscos, e desconto tudo no final de semana. Mas, há mais de um ou dois anos (acho) que eu procuro mais consumir leite vegetal (como soja, aveia e amendôas), depois de constantemente ficar passando mal depois que eu consumia leite animal. Derivados como queijo e iogurte ainda tudo bem, o problema era a bebida em si, que eu consumia com café ou chocolate. 

Depois que comecei a consumir leite vegetal, meu organismo agradece.

Sobre "alimentar-se bem", quem sou eu para dar dicas... Mas eu acabei diminuindo o consumo de arroz, intercalando com "arroz de couve flor", na tentativa de diminuir o consumo de carboidratos (mas no café da manhã eu acabo comendo uma torrada ou algum pãozinho aleatório em casa). Aumentei o consumo de legumes e verduras, como abóbora, cenoura, batata-doce, berinjela... Doces e petiscos eu acabo descontando no final de semana. 

Desde criança não fui habituada a consumir refrigerantes; eram sucos, chás e água. Refrigerante era somente nos domingos, dias de festa e olhe lá. E continuo até hoje - mas se eu consumo refrigerante no meio da semana, nos finais de semana é suco, chá e água, mesmo em restaurantes.

Exercícios físicos: Sou uma negação no quesito prática de esportes. Nunca fui boa em algum esporte nas aulas de educação física, depois que me formei na faculdade comecei a frequentar academia por causa do meu sedentarismo, fui por meio ano e parei. Depois de muitos anos e resultados dos exames médicos que faço anualmente aqui, voltei à academia mais para melhorar meu condicionamento físico (porque subir escadas era quase morte para mim). 

Entrou a pandemia e limitei a fazer exercícios em casa.

Por um longo tempo virando alvo de piadas no trabalho por causa do meu físico (tá, eu sei que vai ter gente dizendo que era pra mandar essa gente ir passear, mas a situação era pra lá de pior mesmo), por intermédio de uma colega de trabalho, comecei a frequentar aulas de hot yoga, o que me beneficia até hoje - ganhei mais resistência física, estou tendo um pouco mais de tolerância e perdi doze quilos em questão de sete meses. 

Isso porque desde maio deste ano estou indo ao trabalho de bicicleta...

Tratamento corporal: Leia-se da cabeça aos pés. Por muitos anos demorei para acertar shampoo, condicionador e tratamento aqui no Japão, porque as drogarias possui uma parede inteira só de produtos capilares para quase todos os tipos de cabelo (acho que quem possui cabelo ondulado sofre em achar produto para esse tipo). Como é gosto individual, acho que desde que a Kosè lançou uma linha de shampoo e condicionador para diminuir volume, passei a usar - ainda mais que essa linha não contém silicone, parabeno e sulfeto, componentes que podem causar enfraquecimento e queda capilar. E ainda, essa linha usa somente óleos vegetais.

Só que, como nada é perfeito, de dois anos para cá, quando mudaram a embalagem e alguma coisa na fórmula, parece que meu cabelo não fica com menos volume, e olha que compro que está escrito "para deixar o cabelo liso e macio". Cogito em mudar, mas para achar que não tenha esses três componentes acima citados e com óleo vegetal, vou ter que procurar muito...

Já sabonete eu já acho mais fácil, ainda mais que a maioria agora está usando óleo vegetal e tirando silicone, parabeno e sulfeto na composição do produto. Uso atualmente a linha Botanist, que procura usar produtos naturais. O de chá branco com frutas cítricas além de tirar bem as impurezas, deixa a pele macia e com cheiro relaxante.

Tratamento facial, eu não sou nada expert, porque eu tenho que procurar produtos condizentes com minha idade, então é produto antiaging pra cima (e esses produtos têm o preço nada condizente com minha carteira). Recentemente eu usava a linha Roots of Strenght, da The Body Shop, que usam produtos naturais de diversos países, mas eu não sabia que era por tempo limitado e o produto saiu de circulação... 

Lavar o rosto, eu uso um que leva colágeno na composição. O importante na hora de lavar, é aproveitar a hora e fazer massagem facial, para não deixar a pele flácida. Não esquecer do pescoço também. 


Tonificação e Hidratação: já que o Roots of Strenght saiu de linha, estou usando recentemente o Lu Mild, da Kenei Pharmaceutic. Além de possuir componentes naturais, ele é isento de etanol e outros tipos de álcool. Ou seja, quem tem pele delicada demais, pode ser uma boa indicação.

De vez em quando (pelo menos duas vezes por semana), faço máscara facial com o produto da The Body Shop, que vai ginseng e arroz, para hidratar e iluminar a pele. Como tem arroz na composição, é altamente aconselhável antes de retirar com água, fazer massagem de leve para melhor efeito. Quem tem pele muito delicada, aconselho evitar esse tipo de máscara (aí o melhor seriam aqueles do tipo mask sheet, que é só colocar no rosto, deixar por um tempinho e retirar - e aproveita o líquido para tonificar, todas fazem isso).

Equilíbrio Mental: É o que estou tentando fazer faz tempo. Não é de hoje que vivo instável, no sentido emocional e psicológico. Sei que eu deveria procurar ajuda, essas coisas, mas a verdade é que, se eu desabafo, acabo espantando as pessoas. Ou porque eu falo demais, ou porque eu tenho um jeito nada peculiar, sei lá. No final, eu acabo ficando no meu canto sozinha e tentando fazer as coisas que eu gosto. 

O que eu estou fazendo ultimamente, além de dar uma limpada nas redes nada sociais, é assistindo meus doramas favoritos, voltei a ir ao cinema (mais porque recentemente sairam filmes bons), aproveitando mais meus tempos livres, como frequentar as sessões de hot yoga, ouvindo mais música de outros artistas (preferencialmente j-pop), lendo mais manga e revistas...

Ainda mais que este ano estou me preparando para prestar - finalmente - o N2 em proeficiência em língua japonesa. Agora depende muito de mim para conseguir passar.

Espero que eu consiga superar diversas fases que estou passando. O que tenho que agradecer todas as noites pelo dia que passei, independente se foi bom ou não, mas que passei com saúde, e agradecer todos os dias que acordo pelo fato de eu estar viva e poder enfrentar mais um dia.

Fotos: todos da autora. De cima para baixo: Yokohama, vista da saída da estação; morning coffee na cafeteria e padaria Penny Lane, no Soramachi, Tóquio; onde faço minhas sessões de hot yoga (*não estou sendo paga pra divulgar, tá); a linha de tratamento facial Lu Mild que estou usando e só vou perceber os efeitos depois de um mês; exposição "Kimi ni Todoke" que teve em Tóquio, em setembro.

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