Na Tentativa e Erro

Segundo Kishi, broto de feijão, ou moyashi, seria um vegetal semelhante ao Ren Nagase (ou seja, comparou o corpo do Ren com o vegetal...)

Muita gente costuma dizer que é na tentativa e erro que aprendemos algo. No meu caso, dependendo, é na força do ódio mesmo. Tirando isso, muita coisa que aprendi foi na tentativa e erro mesmo. 


Acho que eu já havia mencionado aqui que, antes de inventar de vir no Japão e acabar fixando de vez, eu era uma negação em matéria de cozinha. Nem tanto assim, porque cozinhar arroz em panela comum, assar bolo, fritar ovo, e comidas simples, isso eu sabia. Mas algumas outras coisas, fui aprender quando mudei pra cá... 

Não riam, sei que muita gente ainda passa por isso. 

- Usar panela de pressão: tinha trauma de cozinhar qualquer coisa na panela de pressão desde que a mãe de uma colega de ginasial foi parar no hospital com queimaduras de segundo grau porque a panela explodiu. Tanto que mesmo depois de adulta, eu morria de pavor de usar panela de pressão. Esse trauma só passou depois que juntei, porque ficar pedindo pra ele todas as vezes, até eu ficaria de saco cheio. 

Hoje, até feijoada aprendi a fazer sem problemas... 

- Fazer frituras sem medo de queimar: batata frita sem problemas, mas eu detestava era fritar linguiça. Motivo era que SEMPRE espirrava óleo no aleatório e acertava meu braço, o que gerava altos berros de dor e susto em casa. Vez ou outra eu faço frituras, mas tento tomar cuidado pra não me queimar, mas sempre escapa. 


Sim, já cheguei a esse ponto de usar tampa de panela como escudo pra gordura não acertar em mim, mas a diferença era que eu fazia sozinha (e não como Jinguji usando a tampa enquanto o Hirano tenta botar a comida no óleo pra fritar).



Eu era pior que o Nagase pra fritar algo como tempurá. Isso quando eu não deixava passar demais do ponto, ou desmanchava tudo. 

- Bolo: se tem bolo que acerto fácil, é o bolo formigueiro. Fica fofo e dificilmente afunda, mas tem bolo que fica solado. Mas isso fui tentando, como tipo de farinha, o ponto de deixar claras em neve, bater manteiga com açúcar, e DEIXAR O FERMENTO POR ÚLTIMO E MISTURAR SEM BATER... Isso porque tem gente que taca tudo no liquidificador e fica perfeito.

- Adaptar medidas: isso é fato. Se no Brasil a gente acostuma com fôrmas e medidas de um jeito, aqui tive que tentar diminuir, porque as fôrmas e o forno são de dimensões menores. Ou eu achava alguma receita em japonês ou eu adaptava as medidas das receitas do Brasil. Acabou que faço as duas coisas. 

Confundir espinafre com komatsuna (ou mostarda japonesa), quem nunca, né Kaito?

- Confundir alguns alimentos: mesmo escrito em romaji, no começo já fiz confusão de verduras. Mas nunca confundi iogurte líquido com leite, ou sal com açúcar, erros bem comuns para muita gente. Confesso que existem tipos de peixe que não sei a diferença, me julguem. 

 
No conceito do King & Princeru English Cooking, o "sutiã da Pequena Sereia" seria o escalope...


Nagase: Os ovos, quando ficam quentes, eles endurecem?
Kaito: ???????????


Kishi (na imagem à direita): O vegetal parecido com o Nagase é um vegetal de preço muito bom. (= broto de feijão)

- Tentar decifrar uma receita em uma linguagem que não é a sua: se em inglês muitas vezes eu quebrava a cabeça por causa do sistema de medidas utilizadas e dá-lhe aprender conversão, em japonês era tudo, isso nos meus primeiros meses aqui, e, bem, até hoje tenho que traduzir primeiro pra depois fazer. Se vi a receita na TV, rezar pra que coloquem na home page do programa. 

A verdade que aventurar-se na cozinha é bem por aí mesmo, a gente erra, deixa passar do ponto, queima ou fica cru por dentro, erra medida, esquece ingrediente, improvisa mas não dá certo... No fim, se o resultado for ao menos comível, ao menos valeu a pena e... vamos tentar de novo. 

Imagens: captions dos vídeos do programa King & Princeru, no quadro "Nihongo Kinshi, English Cooking" onde um dos membros (no caso o Yuta Kishi) teria que ditar uma receita culinária tudo em inglês, e as duas duplas teriam que tentar decifrar o ingrediente e o modo de fazer, que, bem, pelas imagens, dá pra ter uma noção de como era, mas quase sempre dava certo. 

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