O Problema de Ser Detalhista Demais


Conforme na postagem sobre o que o espelho me diria, uma das indiretas (direta) que ele daria, é o fato de eu ser muito mas muito detalhista nas coisas, especialmente quando vou descrever algo numa conversa, acaba virando um filme ao ponto da pessoa ficar completamente entediada e desistir de mim.

Tenho esse defeito (sim, muita gente chegou a dizer que esse é o meu maior defeito) de que, quando vou falar de uma coisa, acabo prolongando demais algo que se resolve em duas frases. Do tipo, para um bom entendedor, meia palavra basta. 

Eu sei que muita gente vai falar que é exagero que vou contar agora, mas é algo que carrego desde a idade escolar: ao mesmo tempo que eu gostava de conversar e muito, eu detestava chamada oral. E quando chegava a minha vez, acontecia de me dar aquele "branco" na hora de falar e começava a chorar de desespero (e dá-lhe bronca da professora e depois da minha mãe no dia de reunião), ou eu acabava falando somente o principal que eu lembrava e novamente outra bronca.

Aí no colegial, eu resolvi cursar o Magistério. Significava que eram aulas de Didática, Psicologia, Pedagogia, estágio, e simulação de como dar aulas. Ou seja... aí que o problema aumentou, porque os professores queriam um relatório de estágio completo, detalhado, mesmo se não tivesse acontecido algo de diferente. Sem contar as provas escritas cuja pergunta exigia quatro páginas de resposta. E na simulação de aula, tinha professor que pedia para ser mais sucinto mas tinha outro que pedia para explicar mais. 

E eu até hoje me pergunto porque raios fui cursar Magistério sendo que na hora de ficar na frente de muita gente, bate o maior desespero, tremo, minha pressão despenca, fico branca feito lençol e quero sair correndo. Mas foi daí por diante que veio esse defeito de eu ser detalhista demais em qualquer coisa - desde explicar o caminho para alguém até numa conversa trivial com alguém, isso quando a pessoa já corta a conversa.

Na faculdade, a situação piorou, mesmo eu tendo me formado em Ciências Exatas. Entre listagens de programação e muito cálculo, ainda tinham matérias de Humanas, que na época que estudei, eram apenas explicações sem precisar prestar prova... desde que tivesse frequência...

Até aí tudo bem, se não tivesse o bendito do TCC e, ainda por cima, ter que explicar como o programa funciona nos mínimos detalhes, como, por exemplo, que linguagem de programação usamos, o porquê, que significa tal comando, e daí pra pior, sério. No que a gente poderia dizer "é um programa de faturamento", a banca examinadora queria saber muito mais do que isso. 

Daí que eu acabei me tornando uma pessoa detalhista ao extremo, com receio da pessoa não entender nada. Se eu for sucinta, a pessoa vai emendando uma pergunta atrás da outra, o que muitas vezes eu começo a perder a paciência. E para piorar mais ainda, até hoje eu tenho problemas - principalmente em relação a socialização - com esse defeito, e olha que teve muita gente que me alerta sobre isso (ou seja, melhor eu ficar de bico fechado).

O mesmo acontece aqui neste Empório com minhas postagens quilométricas. Se eu for fazer resenha de dorama, filme, álbum de música, a probabilidade da postagem ser enorme é de 100%. 

Fico me perguntando até hoje como é que este Empório tem visualização pra caramba...

Fora isso, os assuntos serem os mais randômicos possíveis, e realmente, isso afasta muita gente, e o que acontece comigo sempre, mas reconheço sim, que eu tenho grande culpa nisso tudo, e por isso nem consigo mais interagir nas redes sociais, quanto mais in persona (entendem porque eu nunca mais consegui um emprego "bom"?)

Concluíndo que eu estar no meu canto, fazendo as coisas que eu gosto sozinha, ao menos não incomodo os outros. Rede social, responde quem quiser. Instagram, a mesma coisa. E quem não quiser ler as postagens do Empório, basta clicar no "x" que consta na aba, ué.

(E este Empório é um dos poucos espaços que possuo em poder tentar ser útil e compartilhar alguma coisa.)

Imagem: foto da autora, do Pacifico Yokohama, onde por muitos anos foi realizado o evento de final de ano do Masaharu Fukuyama, o "Fuyu no Daikanshasai".

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