Mais sobre Concertos, Shows e Eventos... (Mais sobre o Fuyu no Daikanshasai Sono 21 Live A Live)

Como eu havia contado nesta postagem aqui, eu acabo lendo comentários de gente que vai em concertos, shows e/ou eventos e passa por perrengues que, confesso, eu fico pasmada. Certo que eu estou quase metade da minha vida morando no Exterior e quando vou nesses lugares, o máximo que pode acontecer é perder o último trem para voltar para casa, mas nas redes sociais, pessoal que vai em shows em outros lugares, sem ser o Japão, eu quase nem vejo comentando, exceto um que deu no que falar uns meses atrás no Brasil (porque a autora do post foi no show e contou como foi).

Outros conhecidos e amigos meus foram em outros shows, como uma brasileira que conheci aqui no Japão, fizemos amizade e até hoje mantemos certo contato porque ela casou e foi morar nos Estados Unidos, foi no show da Madonna, artista que ela admira desde adolescente. Ela teve que viajar para assistir, mas qualquer esforço vale a pena. Outros conhecidos, inclusive uma ex-kouhai minha dos tempos de Tóquio, foram nos shows do Paul McCartney no Brasil. Nenhum deles comentou de problemas ou incidentes, mas eles se divertiram e gostaram muito.

Não sei se é impressão minha ou porque o pessoal não quer comentar, talvez para não estragar a felicidade de estar num estádio ou arena vendo e curtindo o espetáculo do seu artista favorito, mas eu mais reparei quando Paul McCartney faz turnê mundial, nada de estranho acontece, até mesmo aqui (tirando o concerto de 2014 que era para ser no Estádio Olímpico em maio, antes da reforma, que ele passou mal na véspera - e pior que o problema dele foi sério mesmo - e teve que cancelar).

Como disse, eu só fui uma vez em um show no Brasil, e desde 2006 eu ando indo em shows e eventos aqui no Japão, e como dificilmente acontecem incidentes ao ponto de pararem em noticiários mundiais, muitas vezes eu não tenho como comentar, exceto no Empório eu tentar postar minhas experiências de como se faz para conseguir ir...

Recentemente (pra não dizer no sábado, dia 23), fui no recém-inaugurado K-Arena, que fica no centro de Yokohama (Kanagawa). Desde que inaugurou, eu andei lendo algumas postagens no Twitter, só li comentários de gente reclamando do lugar, como o acesso, organização, excesso de gente do lado de fora, povo esquece as coisas na arena (pra não dizer o lixo, pra vocês verem que nem todo mundo é 100% perfeito como dizem), na hora de ir embora é um congestionamento, etc., mas falar do show que era bom...

Nem falo nada sobre a hora de ir embora, porque já cansei de comentar que, qualquer lugar, pelo menos aqui no Japão, a hora de ir embora de shows, concertos, eventos, onde tiver muita gente, sempre a volta vira um congestionamento, não importa que artista for (povo ama pegar no pé dos idols da Agencia, não é possível), e tem que testar a paciência, porque pra voltar, quanto mais devagar, melhor, porque assim não acontece algum incidente.

Bem, tirando um episódio em que depois que teve a premiação do Video Music Awards da MTV, em que uma mulher diz ter sido esfaqueada (e depois confessou que se auto-esfaqueou, ainda ninguém sabe o motivo)...

Voltando, eu fui no sábado, dia 23, no primeiro dos seis dias do concerto de final de ano do Masaharu Fukuyama, o "Fukuyama Fuyu no Daikanshasai", evento que ele realiza quase todos os anos desde 1998 e este ano entrou em sua 21a. edição, com o tema "Live a Live". Como eu sou do FC dele, eu já fiquei sabendo na época que ele estava fazendo concerto no Budokan no verão passado, e quando ele anunciou que ia ser no K-Arena, confesso que fiquei perdida, porque eu nem sabia desse lugar, sério. 

Isso no que deu ficar muito desatualizada em algumas coisas aqui...

Depois da inauguração, eu fui em outubro somente para comprar goods e, bem, estava cheio, e a dona aqui, resolveu ir no último dia. Mas como eu já tenho experiência em ir comprar concert goods em dia de show nos Domes da vida, eu já sabia como ia ser, então eu nem tenho o direito de reclamar.

Como o ingresso é digital, e em outro sistema que o Ticket Pia possui, tiveram que aumentar um pouco a quantidade de staffs para ajudar o pessoal antes de abrirem os portões, porque nem todo mundo sabe direito como esse sistema funciona (inclusive eu, que já era a terceira vez que eu apanhava feio com isso). Como abrem uma hora e meia antes do show começar, então problema não tinha.

Sabe que o pessoal costuma vir cedo para comprar os goods em cima da hora, comer alguma coisa e até ir no Kusunoki Jinja agradecer pelo ano que passou (que pra muita gente, vou te falar...) e pedir saúde para conseguir ir em mais shows em 2024.


Kusunoki Jinja, um lugar que os fãs fazem fila para agradecer e pedir mais saúde e felicidade para conseguirem ir nos próximos shows. A oferenda arrecadada vai para o Projeto Kusunoki de Nagasaki, que Masaharu mantém desde 2014, que é manter as poucas árvores sobreviventes da bomba atômica, conscientização e proteção. Teve uma época que foram confeccionados chaveiros com os galhos caídos dessas árvores. 


Assim como suas kouhais Perfume, Masaharu também tem uma linha de produtos produzidos por ele mesmo e vendidos na loja virtual Fukuyamaya (qualquer paródia com a rede Takashimaya, é mera coincidência), mas recentemente, durante os shows, ele abre loja física temporária (as chamadas pop-up stores) em algum espaço. No Daikanshasai deste ano, a loja temporária ficou no espaço do K-Arena Shop. 


Os concert goods podem ser adquiridos tanto no site oficial como no local do evento. Caso não der pra comprar no local, pode fazer pedido no site oficial, mas vai ter que esperar um pouco por causa da demanda (pra terem uma idéia, na época que fui comprar o calendário no local do evento, o item esgotou e tive que pedir no site oficial. O pedido foi em dezembro e o item chegou em fevereiro do ano seguinte. Isso porque já no site tem o aviso que a previsão é demorar esse tempo mesmo).


Todo ano (exceto a época da pandemia que não teve show presencial), pelo menos desde 2015 quando passei a ir nos Daikanshasai, a produção do show costuma vender comes e bebes quentinhos, porque dezembro faz uma friaca do caramba em Yokohama, ainda mais que o mar fica ao lado. E tudo produto de Nagasaki, terra natal do Masaharu. Teve ano que teve o black curry, produto típico de lá. Este ano, foram mais as bebidas - os chás tradicionais e de biwa (ou nêspera), e o café inspirado na série "Galileo", onde o protagonista Manabu Yukawa, vivia bebendo café.

Para uma coffee addict como eu, o gosto é muito bom, encorpado e nada amargo, daqueles que deixa um gosto ruim no final. Muito pelo contrário, sabe aquele tipo de bebida que desce bem na garganta e fica com gosto de quero mais? Mesmo tamanho pequeno, pra mim demorou pra acabar.

*Esqueci de perguntar pras atendentes simpáticas de que procedência eram os grãos, e não lembro se na época que saiu o último filme da franquia, se estava vendendo o café (e se estava, deve ter esgotado rápido).

Embora eu soubesse onde era meu assento quando recebi a notificação, três dias antes, só vi a real situação quando entrei na arena mesmo (quando fiz a inscrição, tinha três chances de escolha - o especial, que era bem de frente do palco; arena, que eram os assentos depois do assento especial; e o stand, que eram as arquibancadas, que eram três andares - 3o, 5o. e 7o. andares!). E tal minha surpresa que o bloco que eu fiquei dava bem de frente na passarela, ou seja conseguimos ver bem de perto mesmo, acho que até melhor de quem ficou no especial.

Pelo que depois dei uma lida rápida nas redes sociais na hashtag do Daikanshasai ou do K-Arena, pelo visto ninguém andou reclamando, muito pelo contrário, na hora de ir embora, foi por ordem de chamada conforme os announcers iam avisando, para não congestionar na saída. Se bem que todo show que eu fui, era bem por aí mesmo. Tanto que, desta vez, para chegar na estação de Yokohama para ir embora pra casa, não demorei tanto assim, embora eu tivesse parado algumas vezes para tirar fotos da paisagem noturna da cidade, que fica linda iluminada. 

E olha que pra voltar, nem estava com tanta gente assim, mesmo sendo sábado à noite, e horário que muita gente volta também, porque deu no mesmo tempo que o comércio fecha.

O show, bem, sou muito suspeita para falar, porque quem acompanha o Masaharu desde 1998 (e vai nos shows dele desde 2007), cada apresentação dele é uma surpresa a parte. Quem acha que show de fim de ano seria somente músicas mais levinhas, baladas, essas coisas, do Masaharu, podem esquecer, porque só faltou botar fogo na arena com as músicas como "CHERRY" (não é a música do SPITZ nem da YUI), "PopStar", "Hou no Fighter" (pra quem não sabe, é a música-tema do lutador Antonio Inoki). Os momentos mais calminhos, pra ninguém ficar cansado, foram as músicas mais lentas, como "Kazoku ni Narou yo", "Saiai" e "Hitotsuboshi" (as duas últimas são self-covers, porque Masaharu compôs para Koh Shibasaki).

Depois foi só música pra esquentar de vez, inclusive no encore final, a versão acústica de "Niji" (que foi tema do dorama "Water Boys"), pedindo para que a platéia cantasse também, numa interação divertida.

E depois tem gente sem amor no coração dizendo que "onde já se viu artista pedir pra platéia cantar junto"...

Como eu fui em quase todos os concertos que ele realizou (eu não consegui ir no do verão que foi no Budokan, por motivos de que foi concorrido até pro fã-clube. E quando abriu para a geral, que já eram poucos ingressos, eu tinha acabado de me mudar e estavam sem condições, mas felizmente vai ter o Live Film em janeiro e já garanti meu ingresso para ver na telona, e ainda bem que podemos surtar nessas horas), eu sinto a diferença dos repertórios quando é Arena Tour e quando é Daikanshasai. 

O Arena tour costuma ter um repertório mais longo e muito mais variado - inclui músicas mais agitadas e algumas que quase nem entram no repertório. Já teve show que fui que durou CINCO horas, sendo que quase duas horas foram de diversos MCs e, o que mais demorou foi porque naquela época, era divulgação de produto novo. Sem contar que, quando é show que encerra a turnê, costuma demorar mesmo.

Já o Daikanshasai, por ser bem no final do ano, o tempo é um pouco mais curto (embora dure duas horas e meia). Dependendo do tema, ou seriam músicas que não entraram em single (o chamado "No Single Live") ou seriam músicas que raramente interpreta nos shows, mas no encore ou no meio, tanto faz, Masaharu inclui uma ou duas músicas temáticas. Pelo menos no Seijoya, exclusivo para mulheres, que ele fazia na véspera de Natal, o último que fui (2019) ele incluiu a balada "Heart of Xmas".

Como eu havia comentado com uma amiga minha: não dá pra comparar os shows que a gente anda frequentando. Se de uns artistas a gente passa maior sufoco, e de outros a coisa flui tranquilamente, o mais importante de tudo seria, aproveitar muito bem o tempo lá dentro, esquecer o mundo lá fora, se divertir e voltar com segurança, mesmo tendo deixado metade da alma e a voz no local do espetáculo.

Imagens: Do K-Arena e Yokohama, da autora. A que abre a postagem, site oficial do Masaharu Fukuyama.


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