Sobre amizades, conversas paralelas e cafés


Como um tempo atrás eu estava dizendo que ultimamente é mais fácil eu fazer inimigos do que novos amigos, e uma das coisas que eu preciso me corrigir é deixar de ser randômica e melhor ficar no meu canto, fazendo as coisas que eu gosto. Tá certo que também eu tenho que largar mão de ser tão negativa e também achar que todo mundo vai querer conversa comigo, sendo que isso não é verdade.

Se eu for contar bem, tenho muito mas muito pouca gente que ainda tenho contato mútuo, se pergunta se ainda estou viva, essas coisas. 

Vamos deixar o lado negativo de lado e vamos para coisas boas, porque o ano mal começou e aqui já vi notícia de três tragédias.

Meus sinceros sentimentos e condolências para as pessoas que perderam seus entes queridos logo que o ano se iniciou, e que consigam superar logo essas perdas, e reconstruir a vida.

Um dia depois do Ano-Novo, fui para Yokohama encontrar com uma amiga que veio do Brasil a passeio depois de algum tempo. Na verdade, ela é colega de faculdade do namorido, mas a gente acabou se conhecendo no ano retrasado, e por coincidência, ela é conhecida de minha prima. Coisas da vida.

O que mais admiro nessa pessoa é ela ter enfrentado duas cirurgias para retirada de tumores e vive melhor do que muita gente que conheci. Digo, ela trabalha, viaja, participa de várias maratonas e ainda tem tempo para encontrar as pessoas. E quando ela vem para o Japão, é para passeio, gastronomia e encontros. É o tipo de pessoa que reserva algumas horas na agenda apertada para um café.

Era a terceira vez que a gente se encontrava, e novamente, foi uma conversa de horas a base de café, porque é uma excelente companhia. Falamos de tudo, desde o cotidiano, trabalho, entretenimento e conselhos que seguirei pela vida, como já pensar no futuro (que eu deveria ter feito quando eu ainda trabalhava em Tóquio) e que nada é tarde para começar algo novo.

Durante a volta para casa, fiquei pensando mesmo sobre ter amigos. Realmente, de nada adianta ter contato com um monte de pessoas, se elas acabam te deixando por diversos motivos da noite pro dia. Isso vale pra quem tem Twitter e/ou Instagram (que a gente segue um grande número de pessoas porque a gente sempre acha que temos algo em comum e depois descobre que, com o tempo não tem nada). Ou seja, melhor ter poucos amigos mas que sabe que pode confiar, que pode chamar para algum rolê aleatório que vai topar. 

Se alguém me chama para um final de tarde numa cafeteria qualquer, para jogar conversa fora, posso dizer que é um dos melhores momentos que eu tenho na vida.

Foto: da autora, em Yokohama. Desta vez, acho que a iluminação ajudou. 

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