Interação Zero, Opiniôes Sem Validade... Quem Se Importa, Afinal?

Várias vezes eu já fiz postagens a respeito disso - os motivos que me levaram a interagir menos ainda nas redes (nada) sociais, porque eu não contribuo com minhas opiniões em postagens alheias e por aí vai ladeira abaixo. 

Admito que eu seja o problema nisso tudo, e o problema é que sou muito aleatória e acabo afastando as pessoas em qualquer círculo, desde a época de escola até no trabalho. Quando acabo conhecendo alguma pessoa diferente e tento fazer amizade, acaba em vinagre. Daí que meus rolês aleatórios acabam sendo eu sozinha. 

Na verdade, eu fiz muita pouca amizade em todos os meus anos. Tenho algumas que duram desde a época de magistério, vez em quando perguntam quando eu volto, mas como elas têm família formada, com filhos e até netos, fica difícil um contato direto mesmo virtual. Quando algumas que conheci tanto virtual como pessoalmente nas redes sociais resolvem fazer rolê por essas bandas, só observo mesmo e deixo quieto, nem mando mais DM perguntando, porque elas possuem uma agenda bem apertada por causa do tempo e sei lá se teriam interesse em querer me encontrar quando estivessem na região. 

Uma ou outra que mandou DM pra mim perguntando se tal dia dava para marcar um café, e isso se repetiu várias vezes. Essas pessoas sim, eu faço o possível para manter um elo de amizade, porque elas, sim, não ligam se eu sou uma mera funcionária de uma empresa qualquer que pode não ter nada na cabeça.

Minha interação nas redes sociais que possuo caiu pra abaixo de zero, mesmo porque quase ninguém liga para o que posto (ainda bem, mas mesmo assim eu continuo postando), e evito o máximo possível de postar meu comentário em postagens alheias, porque, como já mencionei diversas vezes, só levo toco na cabeça, já recebi DMs que me deixaram tão pra baixo que fiquei me questionando sobre minha existência. Imagine se eu desse minha opinião sobre determinado assunto, minha nossa...

Existem assuntos que prefiro evitar comentar pra não piorar. Não que eu não esteja acompanhando, mas é tanta mas tanta coisa que acontece, que prefiro evitar a opinar besteira (alguns meses atrás li um post aqui que me fez pensar muito a respeito). Embora eu goste muito sobre entretenimento aqui (doramas, filmes, animes e mangas, j-pop no geral), eu prefiro nem comentar nem acrescentar mais nada, porque a última vez levei uma bronca tão grande na DM que se eu tiver que comentar algo, tem que ser com alguém bem próximo de mim via DM mesmo, e dá pra contar nos dedos quem consigo interagir (e digamos, falar mal sem sermos julgadas).

1. Pessoa aleatória ever: vou tentar explicar (de novo). Eu sou o problema nas redes sociais e na vida pessoal. Sou uma pessoa muito, mas muito aleatória ao ponto de numa hora estar falando de comida e terminar com anime, ou com um assunto nada a ver com outra quando começamos a conversa. E isso acaba irritando quem ouve. especialmente quando me tornei o segundo item a seguir.

2. Pessoa google: Termo que vi recente nas redes sociais e me identifiquei logo de cara. É outro defeito que eu tenho desde a era escolar. Como disse, foi a partir de um trauma na escola onde os professores me forçaram a fazer uma explicação detalhada de determinado assunto. Para quem cursou o Magistério nos anos 80, meus relatórios de estágio bem como minhas dissertações eram cheio de detalhes, cheguei ao ponto de fazer até um "mapa" explicando, porque na primeira revisão, teve professor que chegou a rasgar meu relatório e pediu para refazer porque faltava mais coisas. Pois é, quem lê minhas resenhas sobre qualquer coisa no Empório e no Nanimono, já deve ter sentido o drama. Imagine quando me conhecem pessoalmente...

3. Minha opinião não vale nada: Isso também vem desde minha era escolar, porque quase tudo que eu opinava, ou era motivo de chacota ou era motivo pra quase levar um apagador de lousa na cabeça. Na faculdade nem tanto porque fiz um curso que levava lógica e você mesmo faziam as inúmeras probabilidades. Quando comecei a trabalhar, eu nem me atrevia a opinar sobre algo porque sabia que ia ser motivo de piada. Por isso que eu prefiro opinar ou dar sugestões se for no modo anônimo, porque aí ninguém ia saber mesmo. Da mesma forma que não peço opiniões sobre algo, já que eu não dou a minha. A última vez que pediram minha opinião por escrito, nunca recebi a resposta ou vai saber se leram mesmo...

Daí explicado porque eu não dou minha opinião quando assisto algum filme, dorama e/ou anime, leio manga, que seja. 

4. Interação Zero: Resultado dos três itens acima, somados com minha auto-estima que oscila entre baixos e ladeira abaixo e eu ser muito, mas muito introvertida, chegando ao ponto de que, quando tento interagir com alguém, acabo sendo largada de lado, ignorada e no saldo final da festa, sozinha no canto. Por muito tempo isso me incomodou muito - e até agora, mas um pouco menos - ao ponto de eu ter uma crise emocional muito forte (como aconteceu no ano passado) e muita gente (pra não dizer todo mundo) ter se afastado de mim. Não tiro a razão. A desgraça maior é que eu não procuro ajuda - outro trauma do passado quando me disseram "se vira, você não é quadrado" em um trabalho de faculdade. Quero dizer, procurar ajuda no sentido psicológico e emocional (o que na verdade eu precisaria procurar para outros assuntos também).

5. Quer se enturmar e sempre se dá mal: Nunca consegui fazer parte de algum grupo seja na vida escolar como no trabalho. Quando era trabalho em grupo, eu sempre tive a impressão de que a tarefa mais pesada sobrava para mim. Se tive um grupo daqueles que combinava para sairmos para qualquer rolê, comes e bebes, passar perrengue e éramos felizes mesmo assim, foi a época quando trabalhei oito anos e meio em Tóquio e um grupo fechado graças ao fandom. Do resto, até no virtual estou sendo uma negação, salvo pouquíssimas pessoas que já me conhecem bem, e sabem do risco que correm. Bem que tentei, mas realmente certas coisas não dão certo quando já existem grupos fechados.

6. A chata do rolê: Depende muito do ponto de vista de cada pessoa, mas no geral eu me tornei a pessoa mais detestada em qualquer grupo ou comunidade. Só não sou pela família, porque, bem... Já tenho problemas de interagir com as pessoas, sou muito randômica (melhor dizendo, tenho quase a certeza de que eu devo ter TDAH, realmente vou ter que ir num psicólogo pra me dar o diagnóstico, porque não é possível), tenho auto-estima abaixo de zero, e me julgam por eu ser isso, ser aquilo, como por exemplo, eu gostar de idol groups (quem me conhece muito bem, sabe de quem falo), assistir doramas pouco conhecidos da maioria, assistir muito filme japonês, consumir conteúdo boys love, ir em eventos de doujinshi, lugares comuns, essas coisas. Do tipo... eu não acompanho tanto o que a maioria acompanha, se me entenderam, embora eu tento ficar "por dentro" dos trendings para não ficar divagando demais. 

O certo seria realmente eu procurar ajuda (além do namorido, uma das poucas pessoas que me entende), mais especificamente, ajuda especializada. Existem certos traumas do passado que acabam voltando com tudo, fazendo com que eu acabe ficando um tempo ausente, no meu canto, às vezes acontecendo de cometer muitas gafes sem intenção maldosa e acabar sendo julgada ao invés da pessoa perguntar da minha condição.

Se bem que, nessa altura do campeonato, quem se importaria? No máximo minha família, claro, tanto que todas as vezes que converso com minha mãe, ela sempre pergunta como estou de saúde (em todos os sentidos da palavra), como vai o trabalho, a vida, o de sempre. E pouquíssimas pessoas que me conhecem há muito mais tempo, e olhe lá.

Mas tudo bem, eu estou aos poucos parando de me preocupar com opiniões alheias, que são coisas que estavam me fazendo mal. Se eu gosto de ficar no meu canto lendo um manga ou ouvindo a nova música do Masaharu Fukuyama ou do King & Prince ou da milet nos fones de ouvido no Spotify, para mim tudo bem. Se eu vou nos meus rolês aleatórios sozinha, também tudo bem. Se eu posto aqui ou no Instagram, nem espero um milhão de curtidas tampouco algum comentário. Posto porque gosto. Posto porque sei que poderei estar ajudando alguém a descobrir um lugar diferente para comer, um dorama com tema diferente, um filme que alguém possa gostar.

Em tempo: nas minhas resenhas de doramas e filmes japoneses que faço aqui e no Nanimono e quando lembro de postar no Instagram do blog, já não dou mais minha opinião, tampouco recomendo ou não - isso já me deu uma baita dor de cabeça no passado, então vai por sua conta e risco. Posto por curiosidade, por diversão. Se eu critico ou elogio, pode afastar quem estava com vontade de assistir. Como eu disse, teve muito dorama e filme japonês que deixei de assistir na época, porque me deixei levar pela opinião alheia. E agora estou correndo atrás do prejuízo.

Diferente do pessoal (legal) do Otaku no Kissaten, que dão as impressões sobre animes da temporada, como eles possuem opiniões e gostos diferentes, então a gente acaba indo ver mesmo assim, o que é diferente de quando é uma pessoa apenas, como é meu caso.

E também estou evitando de comentar nas resenhas de doramas e filmes japoneses que o pessoal no Instagram anda postando, porque se deixar, a probabilidade de eu me exaltar tanto no lado bom como no lado ruim na resposta, é grande. Daí eu paro por uns minutos e lembro daquele velho ditado que acabou virando meu motto - gosto é que nem b*nda, cada um tem a sua. Da mesma forma que eu não gostaria de ver gente criticando minhas resenhas. Quando falo criticar, está sendo na pior forma quando vez ou outra leio as resenhas alheias. 

OK, eu também já fui essa pessoa no passado, de armar barraco mesmo. Mas com o tempo e muita "comida de rabo" que já levei, estou me contendo mais nos comentários. Inclusive se a pessoa postou informação errada, estou pouco me lixando, porque se eu pedir pra corrigir, já sei a resposta, por mais que eu peça com educação. Então, se eu parei de comentar, de interagir, de participar de algumas brincadeiras virtuais, respeitem minha condição ao invés de mandarem DM dando bronca, porque problemas, todo mundo tem, não precisa aumentar.

Imagem: Foto da autora no interior de um Family Restaurant (Gusto) em Minami-Funabashi.

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