Muito Barulho Por Nada

Eu sei que também já comi no mesmo prato, e hoje me arrependo, e nem adianta eu dar a desculpa de que naquela época eu havia perdido o emprego e estava desesperada para encontrar outro e só levava um monte de nãos na cara dura, e isso estava me estressando e sabem o resto, né? Acaba postando e respondendo o que não deve e toma suspensão e banimento sem dó. O que estou dizendo é que, uns bons anos atrás eu era tão barraqueira nas redes sociais que, teve blog que bloqueou meus comentários e já fui suspensa de alguns fóruns que eu participava.

Pra verem como eu era... E se eu continuasse desse jeito, as chances deste Empório fechar e ir no limbo da blogosfera e nunca mais recuperar seriam enormes, isso porque já tive postagem deletada do nada (e sim, era postagem bem polêmica), então, se eu quisesse manter este lugar no ar, ou eu me endireitava ou eu me endireitava.

Aí muita gente deve ter notado que raramente comento em blogs alheios, porque não quero causar mal-entendidos e interpretações errôneas. Inclui isso nas redes sociais, como o Instagram e o Twitter. 

Eu até interagia bem um tempinho atrás, mas quando percebi que algumas coisas não estavam indo conforme eu pensava, tive que "frear" antes que eu caísse no mesmo erro do passado. Inclusive na minha vida pessoal que tive que levar boas chacoalhadas nas idéias para cair na real, virar a página e tomar esses erros como lição de casa que eu tenho que aprender, mesmo sabendo que minha fama já ficou manchada em alguns lugares (isso inclui até no ambiente de trabalho).

Parece mesmo que eu tenho que cair no fundo do poço para tomar tento e aprender, e que mesmo no fundo do poço tem o subsolo que pode ser a luz do fim do túnel, ainda bem.

Voltando... Quem me conhece há muito tempo, sabe que eu consigo interagir bem quando os assuntos seriam doramas, j-pop, idols, mangás, animes e filmes japoneses, comidas diferentes, cafeterias diversificadas, coisas bem aleatórias. Não que outros assuntos eu não interaja, mas eu acabo ficando perdida e pode dar desconforto em ambos os lados.

Onde eu quero tentar chegar? 

Quando o assunto é j-pop e idols, sai muita briga entre fandons quando enfiam o k-pop no meio, competitividade, reconhecimento internacional e tals. Como o mundo musical tem espaço pra todo mundo e gostos diversificados, o pessoal até deixa essa rivalidade de lado e acontece de ter até parcerias que dão certo, ué. Eu nem ligo mais pra isso, já tenho meus ídolos que acompanho, gosto e que me dão prejuízo toda vez que lançam álbum novo, turnê nova, concert goods, e fico feliz. 

Recentemente no IG, está saindo uma briga de foice no escuro sobre o bendito termo dorama, que na língua portuguesa foi incluida como "qualquer produção de novela ou série asiática" e aí pronto, quem acompanha quaisquer produções asiáticas (japonesa, coreana, chinesa, taiwanesa, tailandesa, etc.) ou acostumou com o termo e usa normalmente como sempre usou no passado, ou arma o maior barraco com direito a postagens provocativas, e por aí vai.

Pior que eu quase caí nessa, graças as pessoas que me enviaram DM e pediram para que eu ficasse fora disso antes que eu tivesse todas minhas contas derrubadas por motivos nada a ver. E parando para pensar nesse tempo todo que fiquei ausente (por causa de mudança e tudo o mais), a melhor coisa está sendo evitar esses "movimentos pela defesa do termo dorama" e "dorama é somente japonês" e por aí vai. Eu estava tentando modificar neste Empório, mas sabe quantas mil postagens eu tenho? Aquelas: deixa como está mesmo, viu. E mantém as tags antigas e novas intocáveis.

Daí vai ter gente me mandando mail, DM nas minhas contas do IG reclamando "ain, mas você deveria defender o termo, você só assiste dorama japonês, mora no Japão" e por aí vai. Dá vontade mandar essa gente pro..., mas é melhor não, porque de boas intenções o inferno tá cheio.

E se disserem que "ain, estou chateada com você com essa atitude blablabla", já vou respondendo agora: "me deixa quieta, estou em paz assistindo meus doramas numa boa, e me deixem fora dessa briga". Porque não é causando discórdia entre os fandons que os doramas asiáticos vão ganhar o coração do pessoal, muito pelo contrário - vai acabar é desanimando o pessoal de se interessar em assistir conteúdo novo com esse barraco todo.

Nem sei como é o fandom de k-drama, mesmo porque eu nem acompanho. E nem adianta tentar fazer eu assistir um, porque não tenho interesse, não faz o meu gosto e respeito quem gosta. Acho que é por isso que quem eu conheço e gosta de k-drama, respeita meu gosto de dorama japonês porque eu não fico criticando. Ué, assiste o que quiser, desde que não torrem meu saco.

Eu já não gosto de ficar indicando isso ou aquilo para outras pessoas, tampouco dando minha opinião sobre tal filme ou dorama, se bem que alguns que andei assistindo tive (e tenho) vontade ou de panfletar ou de espancar o diretor e roteirista. Porque cada um tem sua opinião, mas que saiba criticar sem espantar ou desanimar quem está a fim de conhecer.

Minhas postagens sobre doramas e filmes japoneses, no caso de resenhas, eu coloco a sinopse, ficha técnica, elenco, detalhes e curiosidades. E também um pouco os pontos abordados no enredo. Mas criticar, dar nota, estrela, whatever, isso nem ouso fazer, porque sei que dá maior confusão. E outra: não sou crítica de cinema e TV. Quem quiser, assiste. Se gostou ou não, isso não é problema meu.

Ao invés de uma turma ficar martelando e reclamando sobre o termo dorama, que "dorama é só japonês", "k-drama não é dorama" e outras coisas mais que causam desconforto até mesmo para quem curte os doramas e filmes japoneses, por que não postam sobre os doramas e filmes japoneses que andam assistindo e colocam os pontos fortes do enredo, ao invés de criticar ou exaltar, dando nota ou estrelinha, que seja?

É uma das formas de divulgar os doramas e filmes japoneses sem atacar outros fãs e sem irritar aqueles que gostam do gênero. Vou dar alguns exemplos de como tentar divulgar um dorama ou filme sem causar problemas...

1. "Unicorn ni notte". Pontos abordados*:

- "Empresas Unicórnio": empresas start up que fazem muito sucesso rapidamente, se destacando entre as demais. Mas também acabam sumindo caso não forem bem administrados.

- Aceitação de pessoas acima de 40 anos no mercado de trabalho: as empresas unicórnio geralmente são criadas por pessoas entre 20~30 anos. Quando um ex-funcionário de um banco de meia-idade é contratado, os jovens acabam aprendendo com ele diversos trabalhos burocráticos que desconheciam e fazem muita diferença.

2. "ANTI HERO". Pontos abordados:

- Erros judiciários, confissão forçada, provas forjadas: isso acontece e muito em qualquer lugar do mundo. Coincidentemente, na mesma época que o dorama foi transmitido, um homem com quase noventa anos foi inocentado depois que provaram que as provas do crime foram forjadas.

- Abuso de autoridade e de poder. Embora um seja para solucionar o caso, outro foi para encobrir o caso.

- Existem outros meios de investigar sobre um mesmo caso.

3. "Chubou no Alice". Pontos abordados:

- Autismo. No caso de Alice, ela tem autismo auto-funcional, ou seja, ela sabe que é autista, consegue fazer diversas tarefas, mas ela tem sua rotina que não pode ser quebrada.

- Relacionamento homoafetivo: o pai adotivo de Alice é homossexual. E dois de seus alunos que fazem pesquisa na universidade que trabalha também são. Enfrentam o preconceito e julgamento, mas são pessoas como quaisquer uma.

- Corrupção, suborno e disputa pelo poder: o que causou a morte do pai de Kousei e da mãe biológica de Alice.

Existem muitos outros, afinal, aqui a cada temporada saem mais de trinta títulos, incluindo especiais, aqueles transmitidos tanto na rede aberta como na paga ou nos streamings (Netflix, Prime Video, U-NEXT, Hulu) ou pela internet (DMM-TV, Lemino). Tem para todos os gostos, basta tentar ler a sinopse para não ficar tão perdido (porque sempre existem aquelas pessoas "eu não leio resumo porque quero saber como vai andar a coisa"). E se for divulgar para que outros conheçam, é colocar a sinopse e alguns pontos abordados.

Certo que cada um quer dar seu pitaco, que seja, mas para mim, acaba afastando quem estiver interessado em assistir. Teve muito dorama e filme que acabei deixando de lado por causa de opinião alheia, e agora estou correndo atrás do prejuízo, porque, claro, minha opinião pode ser diferente dos outros, é normal. O duro quando acaba sendo influenciado, né.

Na real, essa picuinha entre fãs de k-drama e dorama japonês já está tirando eu e algumas admiradoras do sério. As fãs de doramas japoneses armam maior confusão e depois não querem ser chamadas de barraqueiras. Isso que acaba afastando as pessoas.

Ficam reclamando que os streamings dão pouco valor para as produções japonesas. A Netflix por exemplo, fez parceria com a emissora TBS e agora estão colocando um monte de produção da emissora em todo o mundo (fora as produções da própria Netflix que é transmitido mundialmente). Como não dá pra agradar todo mundo, sempre vai ter aquele que reclama que "dorama do meu ator/atriz favorito não está", "só colocam produção ruim", "só puxa o saco dos coreanos" e outras coisas mais que já encheu o saco. 

E eu achando que fã estrangeira dos meninos da agora STARTO fossem chatas no sentido de exigirem ao menos botarem as músicas no Spotify e no You Tube (estão botando aos poucos, ou ser que nem o Arashi que tacou mais de cinquenta PVs oficiais na conta do YT num dia só). Mas estava enganada. Estou percebendo que uma parte das dorameiras (de qualquer gênero) é que estão sendo irritantes ao ponto de fazer muita gente desanimar de acompanhar qualquer dorama (de qualquer gênero).

Vez ou outra, alguma amiga minha (que sempre pergunta se estou bem e se dá pra comentar sobre doramas no privado) troca idéias do dorama ou filme japonês, o que achei, essas coisas, mas em particular, para ninguém aleatório vir dar pitaco e desanimar meio mundo depois. O bom que ela posta sem resenha, nada, somente dados técnicos.

Como eu já cansei de dizer, não dou mais minha opinião sobre o que eu achei do dorama ou filme para não espantar mais gente (mais do que já está acontecendo). Quando eu posto sobre doramas ou filmes japoneses, é mais para despertar a curiosidade de quem estiver lendo, porque não preciso fazer polêmica só para ganhar visualizações ou mais seguidores, até mesmo as postagens que faço no Empório, que são coisas bem aleatórias, têm boa visualização. E olha que nem divulgo direito quando posto...

Pessoas podem discordar ou concordar, mas que saibam fazer de forma coerente, sem ofender ninguém. Talvez tentar explicar, mas como ultimamente, mesmo explicando já sai discussão... 

Com essas coisas acontecendo no mundo dorama de qualquer gênero e nacionalidade entre os "admiradores", são fatos que me deixam decepcionada e desapontada, porque a gente assiste para se divertir, descontrair, extravasar nossas emoções depois de um dia ou semana caótica, quer esquecer os problemas, quer aprender mais qualquer idioma estrangeiro, até mesmo conhecer lugares diferentes assistindo programas diversos. A gente sabe que costumes e modos são diferentes em cada país, então vamos tentar entender a cultura e a mente de cada país ao invés de comparar, porque a realidade é outra.

(Ou se não gosta, retira a pessoa da vida virtual que ela nem vai ficar sabendo.)

Por isso que ultimamente estou longe disso tudo, ficando no meu canto, ao invés de ficar me irritando à toa sem necessidade e acabar me estressando por besteira.

*No podcast Otaku no Kissaten episódio 94, a Umeko Mikan fez um bom comentário e seu ponto de vista sobre o dorama "Unicorn ni Notte", que no exterior virou "Riding a Unicorn" (sei que o uso da conjugação no inglês tá errado, mas foi assim que saiu no exterior na Netflix). Ela focou mais no conteúdo corporativo, na inclusão de gente de terceira idade no mundo jovem e sobre empresas unicórnio, que foi febre uns bons anos atrás.

Imagem: gif da cena do "Yonimo" em 2006 ou 2007 em um dos episódios que Sho Sakurai protagoniza, mas não lembro onde consegui.

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