Nostalgia dos Trintões (Ou:Nós éramos bregas e não sabíamos)

Quem está na casa dos trinta como eu, vai lembrar de muita coisa dos meados dos anos 70/80, mas quem tem menos disso, só acessando a internet ou escarafunchando nas revistas velhas que sua mãe ou tia guardava de relíquia.
Domingo, em pleno segundo tempo do jogo Japão e Austrália, estava relembrando ao kinguio encantado as "pérolas" dos anos 70. Sabe aquelas músicas do tipo "Aquela Nuvem", "Feiticeira", "Sandra Rosa Madalena" entre outras? Pois é, não sei que me fez lembrar disso, mas que posteriormente me renderam uns comentários de que andei tomando chá de orégano...
Cá pra nós, lembrar das pérolas (ahahah) musicais dos anos 70, não era tão ruim assim. Isso porque, no auge da breguice explicíta, éramos crianças, adolescentes sem nenhum senso de malícia ou gosto musical. Até hoje lembro daquela música de Jane e Herondy que meus coleguinhas do pré-primário ( eu chamava de "parquinho" devido ao nome da escolinha) tiveram a coragem de encenar ("Não se vá... não me abandone por favor..."). Talvez porque a menininha tinha a chance de usar o batom e salto alto da mamãe. Sem falar da Perla, aquela morena paraguaio de cabelão ultra-mega-longo parecendo que tinha passado a ferro, de tão liso que era : "Pequinina do meu coração...", Sidney Magal (dispensa comentários com aquele visual de cigano latino e rebolando à música de "Quero vê-la sorrir, quero vê-la cantar, quero ver o seu corpo, dançar sem parar..."), Gretchen ( conheci muita menina da minha infância tentando imitar o rebolado dela, anos depois imortalizada pelo Dinho dos Mamonas Assassinas nas apresentações ao vivo no meio de "Robocop Gay", lembram do "piripiripiri"?), e entre muitos que se colocar, ficarei até sábado.
E dos programas de auditório então? Chacrinha, Silvio Santos, Barros de Alencar. Sábado e domingo eram dias obrigatórios de sentar diante da TV e ver seu artista favorito nas paradas de sucesso. E no "Qual é a Música", muita gente torcia pelo Ronnie "Tranquei a Vida" Von, Angelo Máximo, Carlos Alexandre... Eita bons tempos aqueles...
Prova de que o que era brega virou cult, foi uns pares de anos atrás, a revista "Showbizz" fez uma matéria sobre "Brega, Kitsch, Boko-moko", tendo na primeira coluna os inesquecíveis Sidney Magal e Perla. E muito artista ressuscitando as músicas dos anos 70/80 em seu repertório ( falta de criatividade ou nostalgia mesmo?).
Ah, sim, recentemente lendo o noticiário via net, o ídolo-mor e terror das empregadas domésticas Odair José foi chamado para ser "garoto-propaganda" de uma conceituada empresa de cartões de crédito no Brasil. A música? "Eu vou tirar você desse lugar". Ai, se os publicitários entendessem MELHOR o teor da música...
Não acreditam ? Clique aqui e aqui se vocês acham que inventei a notícia...

Comments