Chá com Leite na Ladeira de Cerejeiras

Sábado, 20 de Janeiro de 2007.
Estava um frio de rachar e ainda achei que fosse chover. Nem levei guarda-chuva, pois nesses lugares, onde é que eu iria colocar? Depois do que ocorreu no dia 30 de novembro do ano passado, eu é que não iria arriscar desta vez! Mas ainda bem que é tudo coberto. Não choveu, eu acho, mas caiu algo que pareceu neve. Digo pareceu, porque para mim, neve tem que estar tudo branco, mas não... nem cosquinha fez!
Uma hora e tanto de trem de casa até a estação de Saitama Shintoshin. O trem não estava lotado, nem sei se era devido ao horário ou porque quem ia lá era o pessoal que morava nas redondezas mesmo. Ora, quem seria doido de sair da "cidade grande" como Yokohama pra ir em Saitama? Eu.
Eu e mais de dez mil pessoas, creio. Cheguei na estação e gente com cartaz em manuscrito "Quero ingresso, peloamordeDeus". Claro que não era bem isso que estava escrito, mas dava pra entender que era. E gente abordando os outros pedindo se tinha ingresso ou se queria comprar um. Tá vendo? Nem aqui a gente escapa de cambista!
A fila estava dando nem sei quantas voltas no pátio de entrada, depois fui ver na verdade era pros souvenirs. Se a fila estava comprida pra isso, nem queria ver pra entrar no estádio... Felizmente já tinha lugar marcado e não precisava disputar o melhor lugar. Mas como a gente compra via internet essas coisas, nem tem como escolher o lugar, vai onde sobrou mesmo.
Quatro e meia da tarde e eu na fila pra comprar ao menos um calendário. Tudo bem, janeiro estava acabando mesmo, e daí? Ainda tinham onze meses pra acabar o ano, viu? Bom, logo depois de ter comprado o que eu queria, fui para o portão e fiquei esperando abrir. Uma pena que lá dentro nem deixaram tirar uma foto, snif.
Lugarzinho encontrado, todo mundo sentado. Até na arena. Sério, tinha cadeira pra todo mundo. O bom nisso é que a organização estava invejável, mas foto que era bom...
Cinco horas e o público (90% de mulheres, os 10% restantes, eram os namorados, maridos, pais, irmãos, amigos das mulheres pra acompanhar no sentido de companhia mesmo, o meu nem pôde ir, snif) na ansiedade de começa logo. Quando o tudo escureceu e começaram os primeiros acordes de uma marcha escocesa, a gente já sabia - ia começar! E com "Niji", tema de filme. A arena explodiu em alegria e cantoria. Nas animadas, o povo cantava e acena. Nas baladas, escutava e chorava.
E eu lá, no meio, dando pra ver tudo, nem precisava tanto de ver no telão nem de binóculo. Eita pedaço de mau caminho é esse homem, minha nossa... Tudo bem, só perde pro maridon.
Chorei quando ele cantou "milk tea", música que por um tempo ouvi ad infinitum devido a um fato que tinha me acontecido, mas felizmente tudo deu certo. Mas quando cantava "aishitai, anata ni aitai..." as lágrimas cairam soltas de meus olhos.
Uma pena que não levei um copo d'água na cabeça no meio do show, mas mesmo assim estava feliz. "Peach!!" me fazia lembrar que foi a primeira música que ouvi dele quando cheguei aqui, quase nove anos atrás. Só não gostei da capa do single. Muito... sem-vergonha, eu hein!
Pra terminar, que ninguém é de ferro e somos filhos de Deus, "Sakurazaka". Sem banquinho mas com violão. E ninguém queria que o show terminasse. Mas um dia ele volta novamente.
Voltei pra casa com os braços doendo e quase sem voz. Mas feliz e realizada ao ver meu ídolo pela primeira vez ao vivo e a cores.
As cerejeiras ainda não floriram nas ladeiras da rua de casa, mas posso ao menos deliciar-me com um chá com leite.



Arigatou, Masaharu. Em março a gente se vê em Yokohama Arena.

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