Yesterday Once More

Why do birds suddenly appear? Everytime you are near... Just like me, they long to be, close to you....

Este verso, volta e meia aparece em algum filme ou algum programa de TV. Pra quem não lembra ou não sabe (acho que a maioria vai pela segunda opção) a música se chama "(They Long to Be) Close to You", pelos irmãos Carpenters.

Ah, tudo bem que muita gente não conhece. Ou se conhece vai pela comparação com aquela dupla de irmãos que eu já esqueci o nome (tudo bem, existem coisas que a minha memória não capta nem comendo toneladas de peixe), ou quando sai alguma notícia de tal pessoa morreu de algo conseqüente de anorexia nervosa. Desculpem leitores e leitoras deste sítio, mas lembrar dos Carpenters desta forma, seria coisa muito mórbida e de mau gosto não acham?

Por acaso alguém diz que a vocalista Karen era baterista? Sim, ela tocava bateria (claro que comparar ela com o Ringo eu iria acabar sendo apedrejada, mas vamos dizer o que eles tinham em comum era a mesma marca da bateria que usavam) e começou, vamos dizer, de brincadeira. Quem ouvir os primeiros álbuns, vai perceber.
E também ela tinha uma voz celestial que, na minha opinião, vai ser difícil encontrar igual. Parecido, pode até ser... Ora, quem ouvir as versões da música citada no primeiro parágrafo, "We've Only Just Begun" (que foi tirada de um comercial de TV), "Please Mister Postman" e "Superstar" podem ter certeza que elas são mais conhecidas pela voz da Karen do que pelos artistas originais (só pra ver como eu era meio lesada na época, nunca imaginei que os Beatles tinham gravado "Please Mister Postman" também).

Comecei a ouví-los por intermédio de meu irmão mais velho, no início de 1980. Graças aos bons tempos dos programas de TV pré-MTV chamados "Som Pop" (da Rede Cultura) e "Super Special" (da Rede Bandeirantes), conheci muito vídeo (tosquinho) de muita gente boa. E que fizeram história e hoje a gente encontra no YouTube, se alguma boa alma caridosa e de bom gosto coloca lá. Munido de gravador de fita, porque video-cassete era algo que, se existisse nos anos 80, era artigo de luxo, meu irmão plugava o fio no lugar onde seria o auxiliar e gravava as músicas direto da TV. Depois era só ouvir o resultado apesar da chiadeira e o narrador falando no início da música.

As músicas prediletas dos telespectadores destes programas eram "Please Mister Postman", "Only Yesterday", "Rainy Days and Mondays" (quem traduzir "rainy days and mondays always get me down", vai achar que o Jim Davis inspirou o Garfield através desta música, sei não) e "Beechwood 4-5789". Aos meus onze, doze anos nunca imaginei que por trás daquela voz angelical, escondia uma tragédia.

Foi o que aconteceu na manhã de 4 de fevereiro de 1983.

Pela manhã daquele sábado ao ligar a TV para assisir aos programas musicais (o Super Special era nas manhãs de sábado), o narrador informando do falecimento dela. E logo depois os jornais e revistas.

Trinta e dois anos.

E hoje, vinte e quatro anos depois, ela deixa saudades. Mas muita gente ainda faz questão de lembrar dela e de suas músicas.
Tenho um grande (nos dois sentidos, de tamanho e sabedoria) amigo que ajudou a produzir um programa especial dela. Incluvise presenteou-me com o "Live in Japan". Sim, os japoneses a admiram. Tanto que em algumas novelas, fazem questão de incluir uma música da dupla, como a mais recente (quatro anos atrás, vai) "Rainbow Connection" (original, do Caco, o Sapo) e "Leave Yesterday Behind".

Karen, pra mim e muita gente que te lembra, sempre será lembrada pelo seu talento e sua voz, não importando pelo resto que aconteceu.



"Superstar", por Sonic Youth - Este grupo americano, liderado por Thurston Moore, fez uma pequena homenagem a Karen no álbum-tributo "If I Were a Carpenter" com esta versão (sombria) do original de Leon Russell. O vídeo é inspirado no original de 1971. Kim Gordon (baixista e mulher de Moore) homenageou-a na música "Tunic", do álbum "Goo", considerado o melhor do grupo.



"I Need To Be In Love", por Keisuke Kuwata - Gravado no show beneficente de dezembro de 2006, o "Act Against Aids", Keisuke Kuwata, líder do grupo japonês Southern All Stars, interpreta esta música que foi sucesso em 1976. Tudo bem que seu inglês não é tão impecável assim, mas ele não faz feio. Umas das poucas raridades de Kuwata com baladas.



"I Won't Last A Day Without You", por Hikaru Utada e Ringö Shiina - A cantora e guitarrista Ringö Shiina tinha lançado um álbum duplo de suas músicas. Em uma delas, traz esta versão de 1973, tendo Hikaru "Hikki" Utada como colaboradora vocal. O vídeo foi somente montagem da Sailor Moon, nada a ver, mas vale pela música, que seria um fato raro da Ringö interpretar baladas (ela é mais conhecida com músicas e vídeos tido como underground).

(Nota: alguém aí conseguiria o vídeo das Shonen Knife com a "cover" de "Top of The World"?)



"(They Long To Be) Close To You", por cubic U - O grupo, tendo Hikaru Utada nos vocais, lançou um álbum antes mesmo dela sair em carreira solo. Tendo remixes e batida de r&s, a música só teve relativo sucesso no Japão. Vale como registro.



"Please Mister Postman", (preciso dizer quem são????) Apesar de dublado para um programa de TV inglesa, os quatro de Liverpool fizeram esta versão das Marvelettes primeiro, no álbum "With The Beatles", de 1963. Só que cortaram no meio, que droga!



"Dancing In The Street" Este raríssimo vídeo, gravado para um programa de TV, em 1966, é uma das primeiras apresentações dos Carpenters no início quando eram um trio. E apresentaram o sucesso de Martha and the Vandellas, com a Karen tocando bateria e cantando, ao mesmo tempo. Tem-se a versão completa, mas de qualidade um tanto inferior.



"Rainbow Connection", por Kermit the Frog - Originalmente escrita para o filme "The Muppet Movie", esta música foi interpretada por Kermit, o Sapo. A versão dos Carpenters estava em uma fita guardada pela gravadora, até que foi lançada em 2003 no álbum "A Time Goes By" e especialmente em single para promoção da novela "Koi ga shitai, koi ga shitai, koi ga shitai".

Comments

  1. A vida é rock'n roll não importa que estilo de musica você goste. Não, a frase não é minha. Não entendi quando li a primeira vez. Hoje, anos depois, não vejo nada mais óbvio. Karen Carpenter que a diga.

    E ela nos mostra que existe mais entre Japão e EUA do que os céus nos mostram. Duas culturas onde Freud não entra. Não há um pingo de sensualidade em Karen (a menos que você beba para tornar as pessoas mais interessantes). Daí o enorme sucesso.

    É a vida sem sexo e sem pecados, linear como os japoneses e americanos gostariam que fossem. A Disneylandia é outro exemplo. Todo personagem tem sobrinho mas não filho. Filho requer sexo.

    Tamanho foi o sucesso deles aqui que quebraram o recorde de público no Budokan em 74, o maior ginásio da época. Era um tempo em que música americana vendia mais que JPop.

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