[Discoteca Básica do Empório]: Southern All Stars - "Ballad 3 - the album of LOVE"



Pra muito leitor deste sítio, a maioria nunca ouviu falar deste grupo que está há trinta anos mais ou menos na ativa. E quem ouviu falar, uma parte gosta, outra mais ou menos. Quando a gente diz, pelo menos quem conhece, que o grupo Southern All Stars tem dois grupos divididos, não é exagero.

O grupo (eram seis, agora são cinco), formado no tempo de faculdade, entre shows em campus, cantando folk e blues, no meio dos anos 70, começou em 1978 com "Katte ni Sindbad", que seria a junção de duas músicas que faziam sucesso naquele ano - "Katte ni shiyagare" do Kenji Sawada e "Nagisa no Sindbad" do duo Pink Lady. Misturando inglês e japonês num sotaque que só o vocalista Keisuke Kuwata sabe fazer, o single foi direto para o número 3 das paradas da Oricon (a "Billboard" japonesa).

Entre ritmos que variam do pop ao romântico, o grupo se destaca pela versatilidade e pelo teor inusitado das músicas - desde temas de praia (lembrando que o vocalista nasceu em Chigasaki, bem proximo à praia de Enoshima), baladas românticas ("Itoshi no Eri" foi regravada até por Ray Charles como "Ellie My Love", mas na verdade seria uma homenagem do Keisuke Kuwata para a irmã dele, que hoje sofre de câncer) até insinuações sexuais (discretas, mas não deixa de sê-las, como "I Love You Hitorikoto"). Claro que muito tempo de estrada teria que ter alguns "Best of..." no meio.

Em 1982, eles lançaram "Ballad 1977-1982", um pouco depois do casamento do vocalista com a tecladista Yuko Hara (colega desde os tempos da Universidade Aoyama). Em 1987, a parte número dois - quem viu pela primeira vez a capa do álbum, percebe-se a irreverência do grupo (pra quem lançou um álbum tendo dois besouros em ato sugestivo, outro com um homem pelado entrando na maré, o "Ballad 2 - 1983-1986" trazia um velho índio na capa).

"Ballad 3", em 2000, saiu logo ao mega-ultra sucesso de "Tsunami" (preferido entre 11 dos 10 fãs do grupo ou quem conhece o grupo). A capa, com o sol - em forma de coração - se pondo, dá-se a entender a intenção do álbum. Sol, praia e amores de verão. Logo no primeiro CD a música "Manatsu no Kajitsu" - do filme "Inamura Jane", dirigido por Kuwata - fez mais sucesso que o filme em si. Mas depois que passamos pelos sucessos conhecidos "Namida no Kiss", "Sutekina Birdy" e "Christmas Eve" (cujo single era uma foto p/b com um disco voador em cima de uma casa), vão perguntar - "Cadê o sucesso Tsunami??" Calma que são dois CDs.

No segundo CD, com a abertura exótica de "Ai no Kotodama (Spiritual Message)" que traz entre metais, um rap falado em indonesiano, dá-se a entender que nem de música lenta se faz uma balada. Claro que tem "Blue Heaven" e uma música com título em português - "SAUDADE". E o número um do ano 2000 e preferido de muita gente - "Tsunami" (que foi tema de um programa de TV e logo o vídeo e a música cairam no gosto de muita gente).

Muita gente vai achar estranho, mas depois que "Tsunami" fez enorme sucesso, ganhou o "Nippon Record Taisho" em 2000, o grupo tornou-se um pouco mais discreto, mas continuando a lançar singles, mas não com tanta regularidade como antigamente.

Boatos que o grupo vai terminar de vez, isso vem desde 1982, quando demoravam muito para lançar um novo single ou álbum. Este ano seria o último show deles, justamente quando farão 30 anos de carreira? Ninguém sabe, pois o grupo também gosta de pregar surpresas.

Veja também do mesmo tema:
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Carpenters - From the Top

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