Unindo o útil ao agradável

Nos primeiros dias do ano, é costume dos japoneses praticarem o hatsumode, ou seja, a primeira oração do ano. Mal dá meia-noite, e os templos ficam superhipermegaultralotados. Todo mundo quer agradecer o ano que passou e rezar para que o ano que entra seja melhor e dar sua oferenda (no caso, dinheiro). Os trens, que os 364 dias do ano param à meia-noite ou um pouquinho mais, no dia primeiro de janeiro, funcionam 24 horas. Claro que o horário não será frequente, mas melhor do que nada.

Passei a virada do ano em Kawasaki, no La Cittadella, um microcidade italiana em pleno centro da cidade. Não foi lá aqueeeeeeeeelas coisas, mas valeu a pena pelo fato de ver gente diferente fazer algo diferente ainda. Leia-se: no palco principal do La Cittadella, os DJs surtaram e fizeram um remixagem de baticum de escola de samba com som de berimbau e techno. Ficou uma coisa estranha, mas os japoneses junto com alguns gringos e com uma dose de saquê a mais...

No segundo dia, eu e uma amiga minha que veio do Brasil tirar seus vinte dias de merecidas férias e matar a saudade dos pais, resolvemos dar uma ida por Shibuya, já que ela, que morou aqui uns dois anos, não lembra (ou nunca foi, vai saber...) como era o bairro. Então, fomos cedo, pois de Shibuya a gente ia pra Harajuku (que fica ao lado).

Andando no Dogenzaka e Udogawa, onde ficam as inúmeras lojas fashion, resolvemos ir para Harajuku. Bastava ir no sentido do CC Lemon Hall e NHK Hall, a pé não era tão longe assim. Sabe quando duas comadres se encontram e resolvem pôr a fofoca em dia? A hora passou rápido...


O estádio onde foram realizadas as Olimpíadas de Tóquio, em 1964.

... mas tão rápido que a gente mal percebeu que já estávamos no Meiji Koen, onde tem um dos maiores templos de Tóquio. Como a gente tinha tempo sobrando e eu de férias, resolvemos entrar.


Entrada principal do Meiji Koen, onde fica o templo Meiji Jingu

E nós andando, andando, andando e acompanhando o povo que também estava indo. A gente sabia que era para fazer o hatsumode, mesmo sendo no dia 2, estava valendo. (Pra dizer a verdade, ir ao templo, rezar e agradecer, pode ser qualquer um, mesmo sendo um jinja no quarteirão do seu bairro.)



Quando a gente viu aquele monte de gente na entrada de acesso ao templo, voltar não dava mais. Atrás de nós, mais gente que resolveu fazer a mesma coisa. Ou quase, pois no nosso caso, a gente não estava planejando ir ao templo. Bom, pelo menos não naquele dia.


Se na frente já estava assim...

Como dizem, a fila anda. Apesar daquele mundaréu de gente, o evento era bem organizado. Com a devida fiscalização da polícia, não tinha empurra-empurra, gente mandando ir passear, gritaria, nada. Enquanto uma turma já fazia o que teria que fazer, outra ficava esperando. Se na procissão de Aparecida fosse assim, eu jamais voltaria pra casa reclamando que tive os pés pisados e cheia de hematomas.


Fila de liquidação? Não, pessoal indo agradecer na frente do templo!



Depois que a gente joga (literalmente) as moedinhas da oferenda e rezar, sair é que são elas. Sair pelo mesmo lugar que se entra, fica praticamente impossível, lembra que falei que atrás da gente juntou muito mais ainda? Então...

Na saída do templo, temos um sem-número de mamoris e outros itens para que seu ano seja melhor do que o outro que passou. Até para deixar uma placa de agradecimento e pedir muitas coisas. Sim, o pessoal acredita em algo parecido de Santo Antônio e São Expedito...


Pedidos para que a pessoa case com o bem amado, que tenha saúde, que passe no vestibular de faculdade...



Para quem estiver em Tóquio, e quer conhecer o templo com mais calma e sem tanta gente assim, basta descer na estação Harajuku da linha JR Yamanote e ir na direção do Templo Meiji Jingu. E leve câmera para registrar e provar que você esteve lá.

Se bem que Asakusa também tem, um dos cartões postais do Japão, mas quem disse que eu voltei lá?


A autora em uma das inúmeras saídas/entradas do Meiji Jingu depois de ter entrado sabendo o que esperava.

Comments

  1. meu deuuuuuuuussss que fila eh essa!? eh rezar antes de ir para ter menos pessoas ahahahaha
    FELIZ ANO NOVO IWAAAA!!!!
    Beijos

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  2. Feliz ano Novo atrasado procêis!!! Sabe que eu pensei a mesma coisa da fila? ahahahah Ano retrasado foi BEM pior (fui bem na virada do ano e quase morri pisoteada).

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  3. Bom, nem precisa dizer como foi meu final de ano que voce já sabe né...fiquei em casa por causa da gripe...uma coisa horrenda.

    Mas fui no jinja que tem aqui na frente de casa.Por ser aqui no Neverland, achei que nem ia ter gente.. 8D
    Que nada....non sei de onde sai tanto japa nessa hora...

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  4. Feliz ano novo, menina!
    Adoro o jeito que você descreve essas 'aventuras' no Japão.
    Beijo pra ti, daqui do outro lado!
    E quando vier ao Brasil, vê se leva algum dos bichinhos pra dar uma volta aí!

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  5. Eh outro país memso... sem empurra-empurra... aqui qualquer filinha jah tem gente furando e empurrando... FELIZ 2009!!!

    Bjus

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