[Discoteca Básica do Empório]: Os três primeiros álbuns de Franz Ferdinand

Imaginem quatro rapazes vindo da Escócia, terra do uísque e da gaita de foles, tocando em bares, muquifos e pequenos teatros. Mas a música seria uma mistura de tudo um pouco: rock, post-punk, dance, e de forma mais independente possível, isto é, não encaixa numa coisa nem outra. Isso porque antes de formarem a banda com nome de arquiduque austríaco, eles tocaram em outras bandas aqui e acolá, sem muita expressividade.

O quarteto Franz Ferdinand surgiu em 2002, começando com Alex Kapranos (guitarra) e Paul Thomson (bateria) que tocavam em outra banda obscura em Glasgow. O baixista Robert Hardy entrou logo após a convite de Alex (ambos trabalhavam em um restaurante como chef e Robert era formado em Arte) e o guitarrista e tecladista Nicholas McCarthy, recém-chegado da Alemanha, veio logo depois de ter conhecido Alex numa destas festas pós-show por aí. Juntando tudo, deu no que deu.

O mais engraçado nessa história toda é que, apesar do grupo ser formado na Escócia, o único quem realmente nasceu lá foi o baterista Thomson. Os outros nasceram na Inglaterra (apesar de Alex possuir sobrenome paterno grego e McCarthy ter sido criado na Alemanha).

O álbum de estréia, em 2004, homônimo e sem foto na capa, somente o nome da banda, caiu no gosto da crítica, pois as músicas eram uma mistura de rock-post punk-dance e até meio anos 60. Se era pra agradar as meninas, como eles apregoam, não sei, mas as batidas fortes em "Take Me Out", "This Fire" e "The Dark of The Matinee", passando pela androginia em "Michael", e a pseudo-balada "Jacqueline", já dava pra sentir o estrago que ia ser.

Reconhecidos e requisitados nas ilhas britânicas, repercussão no exterior somente quem encarava a cena indie, que não precisava de produções milionárias, nem terem assinado contrato com uma gravadora enorme. Exemplo típico até hoje são os norte-americanos Sonic Youth, que, mesmo com mais de vinte anos de estrada, eles sempre serão referência em matéria de rock indie. E os PVs iniciais, inspirados na arte soviética pós 1917 (vide "Take Me Out", "This Fire").

No ano seguinte, com "You Could Have It So Much Better", a arte soviética na capa da foto de Lilya Brik (1924), as músicas ainda sem deixar cair a peteca, como "The Fallen", "Outsiders", "Do You Want To" (cujo PV eles avacalham sem dó nem piedade uma vernissage de uma exposição de arte); baladas como "Eleanor Put Your Boots On" (uns dizem que foi uma homenagem a namorada de Kapranos, Eleanor Friedberg, mas o próprio jura que foi inspirada em "Eleanor Rigby" dos Beatles) e "Walk Away" (a melodia é linda, mas a letra é deprimente)...

Foi a partir de 2005 que já começaram a serem mais conhecidos. Mundialmente. Quem manda eles abrirem shows pro U2? Depois o povo pediu show solo. Foi o que fizeram na América do Sul. Sem falar que depois já começaram a "bater ponto" nos shows como Glastonbury (Inglaterra), Coachella (EUA) e Fuji Rock (Japão). E ainda fazendo shows aqui e acolá em lugares de pequeno porte (pra menos de 5 mil pessoas).

Restava a pergunta: se eles sobreviveram a síndrome do segundo disco, será que o terceiro supera? Em janeiro de 2009 a surpresa: "Tonight: Franz Ferdinand" embora divulgado antes no My Space, já deu pra sentir a guinada de 180 graus que eles fizeram. Entre a música eletrônica, dub, e outros experimentalismos, ainda tem sinais do rock indie no qual eles ainda tiram de letra, como "Ulysses", "No You Girls" e "Bite Hard". Se o álbum dividiu opiniões, eu diria que seria um álbum acima da média. E pela primeira vez, os quatro aparecem na capa do álbum, parodiando as cenas de crime dos anos 40 (cortesia do fotógrafo dinamarquês Søren Solkær Starbird). Houve gente que pensou que nos singles teria a sequência (se no álbum, a vítima era Bob, nos singles "Ulysses" e "No You Girls", foram Alex e Nick, respectivamente), mas no terceiro single aparecem os quatro dentro de um vagão (ou ônibus, não prestei atenção).

Querem se divertir sem compromisso? Ouça os três álbuns. Tanto que o primeiro já entrou na lista de "1000 discos para ouvir antes de morrer".

A autora avisa: os quatro escoceses já passaram em Niigata no sábado passado, mas não deu pra ir, mas vai ter repeteco nos dias 10, 12 e 13 de novembro em Tóquio, Nagoya e Osaka respectivamente. Se algum louco quiser se habilitar a acompanhar a autora em Tóquio, avisa neste blog antes do dia 22 de agosto... Ela não se responsabiliza pelas consequências caso se aceitar...

Nota número 2: era para ter postado antes, mas devido a compromissos chamado trabalho, aniversário, trabalho e um sistema pifado (não, meu PC não foi a vítima), foi fazer só agora...

Comments

  1. Não sou muito fã de FF, mas respeito quem goste rs.. o que acho interessante da Escócia talvez seja a gaita de foile e o kilt ahahahah

    Kisu!

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  2. Eh mesmo, Bah! Esqueci do detalhe primordial... Num dá pra esquecer a gaita de foles e o kilt (e a lesada aqui esqueceu, mas lembra da bebida), ah, e a Nessie...

    Beijos!

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  3. Suilad ^^

    Não gosto mto do som deles não, mas tb não me incomodam, meu gosto é um pouco mais pesado, nessas sou igual a Luria, hevay metal is the law hahahaha

    Já a Escócia eu adoroooooo, país simplesmente fofo ^^

    Boa quintaaa

    Miquilis
    bru

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  4. Aiya!
    Tu devia mudar o nome do sue blog...porque de Yokohama mesmo,vc quase naum fala xDDDD

    Algo como um mix de Beatles + Franz Ferdinand + Masaharu hauhauah

    Vou dar uma sugeston...
    O Cofrinho da Kikki

    q tal _? hahahaha
    zuera kikki!

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