Dias de Vários Nadas a Fazer



Sabe aqueles dias em que você volta pra casa e depois que faz o que tem que fazer (no meu caso, ver a correspondência, comer algo que namorido fez, lavar a louça, tomar banho e tentar ler algum livro ou mangá ou qualquer coisa), acaba despencando numa preguiça dos infernos, e tudo o que você estava planejando na sua mente durante o trabalho, fica pro dia seguinte? Inclusive até assistir meus doramas favoritos, meus programas de entretenimento pra distrair, meus trocentos (tá, exagerei) DVDs esperando para serem assistidos.

Pois é, eu não sei o porquê de alguns tempos pra cá acontece isso quase duas ou três vezes por semana. Ou mais. Ainda se fosse SO na segunda-feira... E olha que meu trabalho nem pesado é (talvez por eu ficar muito tempo em pé quase no mesmo lugar), então nem era pra eu estar nesse estado lastimável. Sim, bem nesses termos, porque, para quem um bom tempinho atrás eu vivia aqui e ali, até pra atualizar o Empório eu era bem mais ativa, hoje... pfff! Nem Twitter e nem Instagram ajudam (FB nem falo nada, porque é o último lugar que entro).

Para ter uma idéia - até pra entrar no PC eu demoro. E nem é porque estou usando o notebook do namorido (porque o meu nem pra assistir meus DVDs tá servindo mais), mas eu tenho a leve (???) impressão de que falta algo na minha vida. Claro que trabalhar todo mundo precisa, pois preciso pagar minhas contas, ajudar a botar comida na mesa, juntar uns trocados para me divertir, porque não estou a fim de um karoshi (aka morrer de tanto trabalhar e nem ter aproveitado um terço da vida). Mas onde foi parar boa parte do meu ânimo que eu tinha? E o primeiro que vier com a conversa que a velhice chegou, vai levar uma tijolada no meio das idéias e nem venha reclamar de que eu sou revoltada.

Quando fui transferida de cidade desta última vez, minha qualidade de vida social caiu vertiginosamente ao ponto de eu chegar em casa e ir direto pra cama. Isso deveu-se muito ao fato de eu ter trabalhado um ano em período noturno, quase nem ter assistido aos doramas e animes da temporada, e quando ia aos eventos e shows, era ir e voltar quase no mesmo dia, ou seja, nem encontrar osazmigo eu estava prestando. O que acaba fisicamente e seu relógio biológico vai pras cucuias. Quando mudei de setor, melhorou um pouco - o fato de eu ter voltado ao turno diurno, melhorou 80% do meu desempenho, voltei a fazer as coisas que eu gostava, enfim. Mas sempre fico naquelas de tentar mudar algo na minha vida e sempre acontece alguma coisa que acabo adiando. O que para mim é o fim da picada. TODO ano é a mesma premissa - criar vergonha na cara e procurar algo pra melhorar. Até tento em partes, mas fico nos 50% que consigo e o resto encosto. Assim não dá!!!

Mudar de emprego ajudaria? Pra dizer a verdade, depende muito. E olha que tentei e muito, mas receber não na cara em todas elas, desmonta qualquer um. Idade nem era o empecilho, mas eu teria que melhorar era meu currículo, mais conhecido como atualizar sua vida.

O que falta para melhorar tudo isso então? Teria que depender de mim mesma, de eu levantar o corpo todo dessa modorrice e botar a mão na massa. Um dos obstáculos para mim sempre foi o maldito, famigerado, chamado tempo. Ou seja, conciliar horário e dia livre para fazer algum curso, alguma atividade, que seja. E a maioria das atividades que eu quero fazer é num horário e dia ingratos - dia de semana e no horário que estou trabalhando. E se eu ainda estivesse trabalhando no horário noturno, que horas eu iria dormir? Aí quando você encontra tudo do jeito que você gosta, o custo financeiro é superior ao que você tem guardado. Mas continuo procurando ao mesmo tempo que algumas coisas eu consigo aprender on line, como curso de japonês (sigo as páginas Meguro Language Center e Valiant College, que dão dicas de todos os níveis para o JLPT e vida cotidiana) e culinária (como Dailymade e CookPad, ambos em japonês).

Tempo você não tem. Você FAZ. Juro que não sei se agradeço ou mato quem me falou isso. Se bem que a maioria das vezes eu arranjo um tempinho para fazer alguma coisa. Mas outras vezes, bem que tentava, mas precisava mesmo de tempo suficientemente longo para realizar.

Se você não tentar, nunca vai conseguir. Isso eu vejo no meu trabalho também. Deixei de ser muito aquela pessoa que pensava "eu não vou conseguir" sem nunca ter tentado. Eu tento fazer, se der errado, peloamordeDeus, me expliquem como fazer de forma certa. Foi de alguns erros (que davam para serem consertados, ainda bem) que eu consigo fazer outros trabalhos também. Mesma coisa quando vou para algum lugar que nunca fui. OK, hoje temos o Google Maps™ para "salvar" a gente na hora do aperto. Mas ainda vou muito no modo tradicional, ou seja, no aleatório mesmo, andando e procurando sem mapa. Cada lugar interessante que a gente acaba descobrindo numas "quebradas" nas ruas do Japão, que um dia terei que fazer uma postagem a respeito.

Até mesmo receitas culinárias, que muitas vezes até o tradicional bolo de cenoura a gente tem que adaptar às medidas daqui (por causa da maioria dos fornos que são de dimensões menores do que a gente estava acostumado no Brasil). Se o bolo solou, ficou seco demais e/ou afundou, vamos ver no que faltou, errou ou fez demais para fazer de novo e ver se deu certo...

Receber dicas de outros blogs ajuda? Vocês não imaginam o quanto!!! Através de alguns blogs que sigo, acompanho (e comento quando eu lembro, foi mal ae) e, claro, leio, eu conheci outros mais. Afinal, blog foi feito para passar informação (desde que tenham as fontes seguras e confiáveis de onde encontraram), dicas e ajuda para pessoas de alminhas semiperdidas no universo. E se a gente comenta e/ou recebe comentários (mesmo se for críticas), muitas vezes é para melhorar e procurar onde é que tá falhando para que fornecemos uma qualidade melhor para os leitores. Aprendi muito com isso. Crítica às vezes dói, a gente vai pro cantinho e chora, mas depois reflete que "é um sinal que tenho que melhorar nisso". Bem, pelo menos para mim está surtindo efeito.

Crítica muitas vezes não é para destruir, mas para você enxergar de outro lado também. Uma vez recebi um recado meio mal-educado de um leitor sobre um incidente no Twitter, que sem querer eu acabei abrindo um arquivo e acabou sendo repassado para outros, o chamado SPAM (que não é aquele enlatado famoso no Hawaii). Na hora fiquei chateada demais pela forma que a pessoa escreveu para mim, mas depois serviu-me como se fosse um alerta para que eu pudesse avisar os demais do perigo de abrir um site que você desconfia mas a curiosidade fala mais alto...

Outra ocasião e que nunca mais esqueci é sobre shows e concertos. Até uns quatro anos atrás eu postava no Twitter e no Empório (eu raramente usava o FB e nem Instagram tinha conta) que eu havia sido sorteada para concerto de tal artista. Uma semana antes, eu havia feito uma postagem sobre ter conseguido o ingresso, recebi um comentário do tipo "nunca conte com o ovo antes da galinha o botar", o que poderia ser entendido para muitos (inclui eu nesse "muitos") como inveja (ou recalque, tanto faz) da pessoa. O que aconteceu? Concerto cancelado (quem me conhece muito bem, sabe de quem e onde estou falando). Foi a partir daí que eu evito de comentar que consegui ingresso para tal show antes do mesmo acontecer. Sou mais comentar depois que o evento aconteceu, e se eu tirei alguma foto na entrada do local do evento, o pessoal só verá depois de dois dias (ou mais se depender da boa vontade da autora aqui). Pode acontecer de eu comentar a respeito antes, que vai ter, esperando que dê tudo certo.

O que aprendi e aprendo com as críticas? Que eu tenho que refletir os diversos pontos de vista de muita gente. E eu mesma tirar minhas conclusões. Meu Empório anda parado? O que eu posso melhorar nisso? O que falta e o que tem de excesso? Pegando dicas aqui e ali, lendo outros blogs, lendo comentários de blogs de outras pessoas, depoimentos, etc., eu tento dar uma pequena melhorada. Mas se a pessoa que comentou escreve que é pra você fechar o blog, encerrar sua carreira, como fica? Se a pessoa não gostou, paciência, basta a pessoa deixar de me seguir. Nem precisa falar que vai me dar unfollow no FB ou Twitter, basta clicar no botão e acabou. Falta nem faz, eu acho.

Nunca é tarde para começar ou continuar. Pra falar a verdade, para mim não funciona "começar no primeiro dia do ano" ou "começo numa segunda-feira". Se for para começar ou continuar, que seja na hora que dá aquele estalo na mente, deixa a preguiça de lado e vambora.

Apesar do título ser um pouco nada a ver com o texto, às vezes a luz acende do nada nas idéias e vamos aproveitar para colocar em prática.

Blogs que muitas vezes me inspiram nas horas em que parece que não sai nada produtivo em sua vida, e elas não estão ganhando nada pra divulgar, somente o carinho e apoio de vocês:

https://www.subindonolustre.com/ (Tô sentido sua falta na blogsfera, Karupin, quando tiver uns minutinhos, me indica uns BL mangá pra eu ler.)

http://www.sernaiotto.com/ (Muitas dicas de blogs e blogueiras achei aí.)

http://desancorando.com.br/ (Descobri graças às duas blogueiras acima. Obrigada!!)

Foto: da autora, durante o Fuji Matsuri em Tsushima (Aichi).

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