Postar ou Não no Instagram, eis a Questão (mas vai assim mesmo?)

ACTIVE G, Gifu Station.
Desde que aderi ao Instagram (em agosto de 2013, quando finalmente liberaram a versão android), tenho pra lá de 2000 fotos e postagem nada frequente, daquelas que só posto foto quando dá na telha e quando acho que vale a pena. Pra falar a verdade, muitas vezes penso enésimas vezes antes de postar e divulgar nas redes sociais, porque gente pra dar opinião negativa tem aos montes. Pode até que não comentem no seu feed, mas dão indiretas em outras redes sociais.

"Me deprime ver gente bem na vida"

"Todo mundo mostrando coisas que jamais terei"

"Coisa de gente podre de rica"

E aí vai...

Sigo gente que conheço (um pouco óbvio), postagens de comida, dicas de como otimizar sua agenda e trabalhos manuais, e se tiver gente famosa, duas e olhe lá. Mas nem por isso fico por baixo. Muito pelo contrário.
Todai-ji, Nara.

Quando vejo postagens de conhecidos, eu tenho mais é motivação de poder conseguir fazer alguma coisa para melhorar minha vida. Desde comprar um produto novo que poderá valer a pena (especialmente comida e cosméticos), até conhecer um lugar que nem os nativos sabem direito.

Costumo seguir muito as postagens de culinária (como o Tastemade Japan, Delish Kitchen e ABC Cooking, sites japoneses que mostram tutoriais de muitas receitas, desde os ingredientes até o preparo) e de como otimizar sua agenda (a maioria são também japoneses, como o Wakibungu e mt masking tape). Gente famosa no máximo três, e olha que as postagens nem são tão frequentes assim (pra terem uma idéia: antes do seu aniversário, Paul McCartney deletou todas as fotos em seu instagram oficial e postou sobre seu novo álbum "Egypt Station" e sua turnê mundial).

Falando em turnês, um dos temas que fico pensando antes postar é esse. Porque a gente sabe que vai despertar quase todos os sete pecados capitais de quem estiver lendo (menos a gula e a preguiça) e vai ler coisa que pode acabar com a pouca felicidade que temos.



Já cheguei a ler comentário no Twitter, dando indiretas para nós, um grupo de cinco a seis meninas que moram décadas no Japão, que não merecemos ir em shows e eventos porque dekasegi não se diverte e coisas do gênero. Na verdade, fico com pena de gente que pensa desta forma, porque nós moramos aqui, vivemos aqui, pagamos impostos como qualquer um, trabalhamos e isso nos dá o direito de ir em shows e eventos. Na verdade, em vinte anos aqui, eu já estou perdendo a conta de quantos shows e eventos que já fui, e quantas vezes eu fui ao cinema.

A péssima mania do pessoal "de fora" (e dentro também) achar que, só porque moramos no Exterior, a gente não pode ter um dia de folga pra esfriar a cabeça. Ou porque temos uma certa facilidade em ir em muitos lugares (bastam dinheiro e tempo) e aproveitar porque a vida é curta demais. Em outros casos, temos que ter muita sorte (mais conhecido como conseguir ser sorteada para ir em algum show, porque a capacidade dos lugares onde são realizados, se for 70 mil, é muito e isso depende do artista).

Por isso que muitas vezes eu posto depois que volto de um show ou evento, para evitar maiores constrangimentos e risco do mesmo ser cancelado em cima da hora. Sim, essas coisas acontecem.

Mesma coisa ocorre quando compro concert goods e até mesmo algo novo no aleatório. Já começa que os itens não são nada baratos, e ultimamente, eu compro o que realmente vou usar.

 

Em matéria de concert goods, tem de tudo e mais um pouco. E tem gente que não hesita em deixar metade de um rim nessas compras. Como não é o meu caso, itens que sei que vou usar e muito, acabei priorizando na hora de comprar, como a shopping bag que cabe a casa toda, e a blusa. Mas e o uchiwa? Penlight? O uchiwa tem algumas utilidades, como usar para se refrescar no verão e sinalizador quando você vai marcar encontro com alguém em shows. E o penlight ao menos, para mim, serve para achar a caixa de luz quando raramente cai a energia nesta casa e também para iluminar (em termos) quando volto para casa à noite.

Mini clear file do Triple-Nyanko Sensei, brinde para quem foi assistir o anime movie "Natsume Yuujincho".
Também gostamos de coisas lindas e fofas, eu tenho que admitir que nesse ponto eu sou um caso perdido. Mas também estou me contendo, senão acabo levando a loja toda. Então, se eu tiver um clear file (a famosa "pasta L" no Brasil), já me contento. Apesar que tenho um monte deles.

Porto de Nagoya, visto da passarela do Maker's Port.

Quando tem uma visão natural que vale a pena compartilhar para mostrarmos que ainda existe vida neste mundo, nem precisa parar pra pensar. Devo ter um monte de fotos que terei que organizar, pois existem lugares que fui que tenho que ficar procurando onde é que fica.

Castelo de Nagoya, primavera de 2018.
Num ponto, meio que desencanei da vida e quando vejo uma paisagem legal, algum lugar interessante, um objeto aleatório, estou eu tirando foto. Se vou postar, aí fico naquelas se valerá a pena.

Sabem, nem estou pensando mais nisso.

Fotos: todas da autora, via smartphone Fujitsu F-04 e F-01K

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