Feliz Dia das Mães


Claro que a gente tem que lembrar das mães todos os dias, não somente na data especial. E antes que me digam que eu sou insensível porque eu telefono para ela todo mês, eu explico pela enésima vez: se eu ficar telefonando para ela todo dia, vou ouvir duas coisas:

"O QUE ACONTECEU????????" (sim desse jeito mesmo, dando pra ouvir pelo bairro todo)

"VAI FICAR CARA ESSA LIGAÇAO!!!" (até eu explicar que finalmente as ligações do exterior para o Brasil ficaram bem mais em conta... E não, meus pais não possuem computador para usar o Skype)

Mesmo assim, lembro dela todos os dias, apesar da distância bem gritante entre nós. Quem me dera ficar perto dela, mas quando a gente atinge uma certa fase na vida, temos que nos virar sozinhos e levar tudo o que aprendemos de nossas mães, desde conselhos até receita de como cozinhar feijão sem ter medo de explodir a panela de pressão.

A gente até brinca com as frases que ouvimos (até hoje) dela quando chega o Dia das Mães, como "Hoje é o dia de 'leva o casaco que vai esfriar'" ou "Hoje é o dia 'eu te avisei'", mas a gente sabe que tudo isso é verdade. Principalmente quando um dia a gente se torna uma e acaba usando as mesmas frases para as futuras gerações.

Existem frases que a gente ouve sempre mesmo depois que saiu de casa e levando a vida, mas temos que reconhecer que mãe é mãe, e quem se tornou uma, sabe do que elas queriam dizer... Já postei várias, algumas me baseei no livro das Garotas que Dizem Ni, e outras no nosso cotidiano.

"Leva o casaco que vai esfriar", frase muito ouvida para quem é principalmente paulistano, onde em um dia temos as quatro estações. Sim, nas minhas férias, teve dia que eu saí de casa com cardigã e voltei com um guarda-chuva.

"Tá pensando que sou dona da Eletropaulo?" Ou "sócia da Light", tanto faz. Minha mãe sacava da primeira frase quando a gente esquecia a luz do banheiro ou da sala acesa sem ninguém estar lá dentro. Na verdade, quando a gente era criança (e adolescente também) nunca tinha a noção do valor monetário das coisas. A gente vai se tocar disso quando é adulto e vai morar sozinho. Isso quando de vez em quando a gente esquece a luz acesa e vai dormir/fazer outras coisas/sair.

"Come que isso vai te fazer bem!", principalmente quando era algo que a gente torcia o nariz. E quando a gente se torna adulto, acabamos por comer o que a gente detestava e passa a não comer o que, quando criança, abria o maior berreiro porque queria que queria comer (leia-se doces e outras "besteiras" que nossos pais condenavam). Ou seja, quando ficamos adultos, parece que nosso paladar fica mais seletivo...

"Não volta tarde porque amanhã você trabalha/tem prova.", era os bons tempos em que sair de casa para ir ao cinema/balada/sair com azamiga não tinha perigo. Pelo menos onde eu morava. Acho que se fosse hoje, certamente minha mãe ia falar "porque é muito perigoso ficar na rua até tal hora". (Mas se ela morasse comigo, no Japão, ela ia falar a primeira frase.)

"Eu avisei!" , essa toda mãe fala quando alguma coisa deu fora de nossas expectativas. Quando são os outros que falam isso, a gente diz que seria inveja, botaram "olho gordo", e por aí vai. Mas quando é a mãe da gente...

"Não quero nada!", não sei a mãe de vocês, mas pelo menos a minha sempre fala quando eu pergunto se quer alguma coisa no supermercado, lembrança de viagem, presente de aniversário/Natal/Dia das Mães. No fundo, eu sei que ela quer, mas não quer falar para não dar trabalho para a gente. Mas a verdade é que ela quer nos ver bem, com saúde, tranquilidade e feliz, assim como nós queremos com a mãe da gente.

Mamãe, obrigado por sempre dar à luz! (Por Satoshi Ohno)



Imagens: pinterest (Lucy e Charlie Brown) e ninosan_1983 @ twitter.

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