Meu contato com mangás BL

Toda vez que alguém menciona sobre BL (Boys Love, depois vou tentar explicar), eu lembro desse episódio do programa TOKIO Kakeru em que foi o Koichi Domoto (KinKi Kids), em que o próprio conta que uma vez ele, o parceiro de dupla Tsuyoshi Domoto e Tomoya Nagase foram parar num motel (no Japão, é chamado de "Love Hotel").

Koichi: Foi a primeira e a última vez que fomos num motel sem ser a trabalho...

Koichi contando que, um dia, ele, Tsuyoshi Domoto e Tomoya Nagase acabaram dormindo num motel porque ficou muito tarde para ir embora e não tinham como voltar. E descrevendo que a cama era redonda e girava toda hora.

Yamaguchi: Vocês dois são BL (Boys Love)?

Nagase: BL?! Bacon Lettuce?! (*Na verdade seria BLT, um sanduíche de bacon, alface e tomate)
O episódio em questão, foi apresentado no dia 17 de setembro de 2014, no formato em que eles tinham que adivinhar o kanji de algum produto (a autora aqui foi descobrir esse episódio porque alguma boa alma caridosa postou a caption do Nagase num grupo de doramas no FB).

Piadas à parte, BL aqui no Japão, é a abreviatura de "Boys Love", gênero usado para designar a mídia de romances homossexuais [masculinos] voltados para o público feminino. (A tirinha do site Blyme Yaoi explica melhor a origem e porque aqui no Japão raramente o termo yaoi é usado). Acreditem ou não, as livrarias daqui têm uma prateleira inteira dedicado a BL sem pudor nenhum, tanto que nas lojas de segunda mão muita gente já vai direto para lá. E pensam que a faixa etária seria jovens mulheres na casa dos 20~30? Já vi muita quarentona em diante comprando "de baciada". Fora os eventos de doujinshi privados que a maioria do público que vai é quase 100% feminino. Mas isso não impede que rapazes frequentam e leiam BL (têm poucos, mas têm).

Vão me perguntar se eu leio mangás do gênero BL numa boa. Vou falar a verdade: eu conheci o termo BL num fórum (embora elas usassem muito o termo yaoi), e para quem frequenta até hoje os Comic Market e suas variantes, nem preciso estender muito o que encontro lá. Mas mangá mesmo, comecei a ler de uns cinco ou seis anos para cá, porque muita gente só indicava "os de sempre", tentei ler um volume (obviamente comprado na loja de segunda mão) e acabei repassando, porque não foi do meu agrado. Mas ainda continuava indo nos eventos como de sempre para me distrair um pouco.

Um tempinho atrás, eu acabei comprando um, mas embora eu tenha gostado da historinha, acabei repassando (pra não variar, mas ao menos posso fazer uma leitora feliz). Tá, eu sou muito exigente na leitura, e isso não se aplicava somente nos mangás BL não...

Mas foi a partir do ano passado, talvez mais incentivada pelo anime "Wotaku ni Koi wa Muzukashii", que realmente acabei comprando um exemplar, lendo e gostei. Tudo porque foi indicação de muita gente no Twitter durante o Desafio dos 32 Dias de BL 2018 promovido pela conta @blymeyaoi e no site, e deu que muita gente recomendou o mangá "Doukyusei" ("Colegas", em tradução literal), da mangaká Asumiko Nakamura. Só que achar esse mangá era muito difícil, pois tinha sido lançado em 2008 (época que nem ligava para isso) e nem era toda livraria que tinha, e no máximo era na Village Vanguard, e nem era o primeiro, somente as sequências. No final das contas, encontrei numa livraria de segunda mão em uma de minhas idas para Osaka. Acabei levando além de "Doukyusei", as sequências "Sotsugyosei ~ Fuyu" e "Sotsugyosei ~ Haru", e as spin-offs "O.B. I e II" numa paulada só.

Bem que me disseram que, uma vez que você entra nesse mundo do BL, você não sai mais (esse recado também é válido para quem frequenta muito evento de doujinshi, se me entenderam).

Mesmo eu lendo alguns volumes, a verdade que eu ainda sou muito exigente em matéria de mangá de qualquer gênero. Se for BL, agora piorou. Para terem uma idéia, e para horror de muita gente, eu não tive paciência para ler "Sekaiichi Hatsukoi" e "Junjou Romantica" (ambos da mesma autora, Shugiku Nakamura) e na época que eu estava num fórum, 90% do pessoal recomendava esses dois mangás. Resultado: não passei do primeiro volume.

O inverso ocorreu com "Doukyusei" e posteriormente "JOY" (da Etsuko). Quem eu conheço, ninguém recomendou os mangás, foi no Twitter, como mencionei. E quando muitas comentaram que o enredo do mangá de Asumiko Nakamura era completamente diferente dos demais BL, fui conferir - e não me decepcionou. Agora, surpresa minha foi descobrir que a autora de "JOY" era uma artista que eu já conhecia nos eventos aleatórios que eu frequentava anos atrás (por causa do traço e do tema - ela ama um angst que até a gente chora).

Resultado - da Asumiko Nakamura, foi o que eu mencionei. Só não comprei a spin-off  "Sora to Hara" porque não achei em lugar algum, ainda. E da Etsuko, encontrei todos que ela publicou antes de "JOY" (menos as novels, porque infelizmente ainda não estou num nível de conhecimento de língua japonesa para enfrentar kanjis que não conheço, mas aos poucos chego lá). Claro que para quem manja do assunto vai falar para mim que seria quase nada, mas para mim já seria um bom começo. Isso porque no desafio proposto no Twitter, eu nunca imaginei o quanto o pessoal tem de material!!! Contando os conhecidos batidões passando para os desconhecidos.

Anime BL existe, mas são transmitidos em canais fechados e em horário tido como ingrato para mim (madrugada adentro e no meio da semana), mas na seção de anime da Fuji Television, o Noitamina, na temporada de verão, passou a versão animada do manga BL "Given", da autora Natsuki Kizu. O manga ainda está em andamento, embora tenha começado na primavera de 2013, publicado bimestralmente e tem cinco volumes (até o presente momento). O que surpreendeu muita gente era que no Noitamina, era a primeira vez que era transmitido um anime BL nessa grade, o que levou muita revista especializada em anime, como PASH!, Animage, animate times e outras conhecidas neste universo.

Confesso que foi por causa do anime que acabei aproveitando os pontos acumulados na operadora do meu celular e troquei na livraria conveniada...


Foi sem dó nem piedade, porque meus pontos têm validade muito curta.

Mesmo eu lendo esse gênero, junto com outros (a maioria dos mangas que eu tenho variam do shoujo para josei), nada muda em mim. Leio normalmente nos meus (poucos) horários de folga e em casa. Quem me conhece, sabe que eu leio muito manga e, se algum me prende a atenção, acabo procurando os volumes anteriores e aguardando os seguintes (a livraria que fica a dez minutos de casa, agradece). Eu sei que existem as webcomics (caso de "Doukyonin wa Hiza, tokidoi Atama no Ue", que eu já mencionei aqui), mas eu ainda sou adepta do manga impresso mesmo. Aliás, manga vende muito bem aqui, tanto que dificilmente alguma livraria de médio porte, fecha.

Fonte: site e twitter Blyme Yaoi

Créditos da imagem do programa TOKIO Kakeru: kenko.koredayou.net, @a_bikke (twitter)
Créditos da imagem do manga "given": da autora, via instagram @nanekiyomi

Comments

  1. mais uma vez eu vindo parar no seu blog por pesquisa aleatória no google hahaha dessa vez foi por causa do nagase. ainda vou tirar um dia para ler todos os posts!!! <3 to nesse mundo dos dramas há um tempo mas só agora comecei a me interessar de verdade pelos atores além dos trabalhos. meu fave do momento é o tomoya. pena que é tão difícil encontrar vídeo, programas, entrevistas... legendas eu nem espero mais. só os vídeos já fico satisfeita kkkk rindo com essa história do nagase e o menino do kinki kids no motel kkkk o que eles foram fazer lá que perderam a hora? hahaha

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    1. hahahahaha vai levar um bom tempo lendo tudo.
      O Nagase tem uma história de amor fraternal com o Koichi Domoto desde antes de debutar hahahaha, ainda mais que ele com o KinKi Kids tem quase a mesma idade.
      O proprio Nagase e o Koichi no programa que destaquei na postagem, disseram que eles estavam trabalhando em algum location pra programa, algo assim, e ficou muito tarde e nem tinham mais como voltar pra casa, aí viram um motel (aqui se chama Love Hotel) e resolveram passar a noite lá. Até descreveu a cama redonda que girava hahahahaha
      Mas dizem que os três estavam pescando, e como ficou muito tarde, não tinha mais condução pra voltar.
      Eu fiz uma postagem do Nagase com os pobres kouhais perdidos nos doramas, mas claro que ele tem uma lista enorme, além de dois doramas especiais que ele atuou no 24Hour TV quando o TOKIO foi main personality.

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