Aleatoriedades... Ou: Como tentar parar de procrastinar nesta vida


Quando eu começo a pensar demais, seja o que for, é sinal que eu mesma preciso tomar uma atitude e reverter o quadro, nem que seja a longo prazo. Ou, dependendo do que for, pra ontem. Só que eu tenho um grave problema: procrastino pra caramba. Não pareço, mas para muita coisa, eu demoro muito para executar, exceto as coisas que têm prazo (como renovação de visto e de habilitação).

Acho que depois de levar muita traulitada na cabeça, estou criando vergonha na cara e tomando várias atitudes, porque se eu ficar enrolando [demais], não saio do lugar...

- JLPT ou mais conhecido como Noryuku Shiken, ou Teste de Proeficiência em Língua Japonesa. Pelo tempo que estou aqui, eu era para ter o N1 (o desejado por muitos) e ter um emprego melhor. Se eu tivesse o tempo disponível e grana sobrando, juntos. Ah, mas têm vídeos no iuchubi, por correspondência... A verdade é que eu prefiro ter um professor nativo e ao vivo, numa sala de aula. Recentemente, estou pegando apostilas de uma home page de uma escola de língua japonesa e estudando por conta. Parte de audição, obviamente, assistindo programas de TV ou ouvindo rádio (via internet mesmo). Depois de anos enrolando para fazer a prova (um dos motivos, era que eu esquecia do prazo mesmo. Quando eu lembrava, o prazo já tinha expirado), este ano tentarei. Se eu conseguir, ou não, depois que terminar a prova, levar os estudos muito mais à sério. Felizmente aqui, o JLPT dá pra fazer duas vezes no ano.

- TOEIC ou Teste de Proeficiência em Língua Inglesa. Sete anos atrás, fiz pela primeira vez a prova, mesmo sem ter estudado quase nada, ter saído do trabalho e ido direto no local do teste. Mesmo assim, consegui a pontuação mínima de 660 pontos. Depois disso, era para eu ter feito novamente, para conseguir uma pontuação melhor e, além disso, ter feito os testes de conversação e redação. Vem a pergunta: e eu fiz?! Pior ainda: as provas do TOEIC são realizadas de 9 a 10 vezes no ano, então eu não teria desculpa para não ter feito. Apesar que uns aconselham fazer o teste do IELTS (pelo British Council) embora o preço seja bem salgado. Mesmo assim, TOEIC ou IELTS seriam minhas metas pro ano que vem, eu espero.


Eu bem que tento tirar umas horinhas para estudar, revisar e tentar absorver tudo, mas...

- Traduções. Eu precisaria saber muito mais das técnicas e dicas de traduções, para que eu tenha mais segurança do que eu estaria traduzindo. Recentemente, estou fazendo algumas traduções para um projeto que será lançado em breve, mas o que estaria me matando nem tanto seria o tempo, mas muitas vezes chego exausta em casa que, nem para pegar numa caneta estou prestando. Em dois meses que iniciamos o projeto, eu era para ter deixado pronto, ao menos, uns 60 itens traduzidos. Não traduzi nem um terço disso. Mas, como recentemente meu ânimo voltou com tudo, já adiantei boa parte, agora falta eu revisar, pegar links, fotos e enviar.

Continuando o tópico: tenho intenções de traduzir algumas short stories de alguns mangás só para ir treinando. Cogitaria até uma remota possibilidade de querer trabalhar com isso, nem que seja traduzir mangás, em sistema home office, já que as editoras estariam no exterior. Mas enquanto isso, vou procurando maiores informações - descobri que tem um grupo de tradutores atuando aqui, e tentarei contato com eles. O máximo que poderei ouvir será um não, mas não vou desanimar.

- Fotografia. Pouca gente sabe, mas gosto de fotografar, embora ainda não tenha criado vergonha na cara e ter comprado ao menos uma câmera semiprofissional de segunda mão. Por enquanto, vou me virando com meu smartphone (não, não é iPhone), e fotografar quando vejo algo interessante nos dias que estou de folga. Ou seja, batendo quase quatro anos morando a 10 minutos de Nagoya e mal conheço a província toda (diferente da época que morei em Kanagawa e conheci a província de uma ponta a outra, literalmente). Para completar, já deixei de participar de exposições três vezes por motivos de: procurar uma foto bacana para expôr, enrolar demais no prazo, e falta de fundos. Arrematando: sempre falo para mim mesma que, da próxima viagem que eu fizer, vou fotografar alguma coisa, mesmo no aleatório (se bem que eu faço isso mesmo...)

Quando se fotografa num dia em que tem muita gente, o resultado dá nisso - falta de foco, noção e vergonha na cara porque até hoje não investe nem numa câmera semiprofissional simples de segunda mão e fica usando smartphone antigo...

- Economizar. Por mais que eu tente, eu falho miseravelmente no quesito juntar uns cobres para poder ter uma boa quantia para eu poder viajar. E quando falo viajar, é pra bem longe mesmo. Isso porque eu vivo juntando pontos, participando de promoções, campanhas, eventos para conseguir alguma coisa de graça. E faço isso sem pudor nenhum, fora ir no supermercado quase no final do expediente para garantir o jantar (ou o almoço do dia seguinte) pela metade do preço. E mesmo assim, meu cofrinho de porquinho (literalmente falando mesmo!) anda magro. No que num mês eu consigo juntar, noutro mês acontece um imprevisto, e acabo esvaziando o cofrinho. Pior quando chega no meio do ano, meus artistas favoritos inventam de fazer show no final do ano. E acabo conseguindo, porque nunca se sabe o que pode acontecer...

- Trabalhos manuais. Isso é quase ninguém sabe, mas eu tive uma fase na vida em que eu passava finais de semana em casa, ouvindo música ou assistindo filmes no vídeocassete (entreguei a idade) e ao mesmo tempo, tricotando... Acho que isso durou bons anos e quase uma dezena de blusas, cardigãs e cachecóis feitas por mim para uso próprio (nunca tive coragem de pegar encomenda), fora que eu bordava em ponto cruz (desconsiderem o verso do tecido). Vim parar no Japão, e o que aconteceu, nem preciso falar mais nada. Uns anos para cá, bem que estava tentando fazer um cardigã que vi numa revista (inclusive comprei tudo de novo - agulhas, lãs, a tal revista, acessórios), mas empacava. Bordar, então, estou com um parado no meio e estou tentando criar paciência para descobrir onde foi que parei. Péssima mania que eu tenho de querer fazer duzentas coisas ao mesmo tempo e nada sai completo...


Para que eu diminua minha procrastinação, eu tenho que saber administrar meu tempo livre:

- quando vou para muito longe (geralmente para Tóquio, onde quase todo mês vou para eventos de manga independente), levar ao menos um caderno e um estojo pequeno com lapiseira, caneta três cores básicas, borracha e grafite reserva, pois como vou muito cedo, paro numa cafeteria e fico estudando (anotando dados importantes das apostilas) ou, como estou tentando fazer uns amineko, levar a sacola com o livro e material juntos;

- como ultimamente (lá se vão três meses) estou saindo mais cedo do trabalho, como não jantamos muito (salada e sopa), tenho que aproveitar o tempo vago para sentar em frente ao notebook e pegar firme nas traduções do projeto, ou estudar para o JLPT não somente para este ano, mas para o outro;

- finais de semana que acabo ficando em casa, botar as coisas pendentes em ordem (desde fazer aquela limpeza no quarto até botar os doramas em dia), e, claro, estudar nem que seja duas ou três horas. Já tive sábado (especialmente quando chove) que passei a tarde toda estudando para o JLPT, organizando meu HD externo, traduzindo para o projeto...

- uma das coisas que dificilmente eu faço, mas quando cheguei a fazer, deu mais ânimo, foi tirar uma soneca da tarde no dia de folga que fiquei em casa. Só tive que tomar cuidado para não hibernar (como já aconteceu: fui tirar um cochilo à tarde num sábado e acordei três da manhã num domingo);

- voltar à academia, algo que não faço desde setembro. Embora esteja fazendo mais caminhadas e comecei a consumir menos carboidratos e beber mais água, em dois meses consegui diminuir seis quilos. Se eu voltar aos exercícios na academia, ou me inscrever em hot yoga, talvez consiga eliminar mais peso extra combinando com a alimentação, mas isso vai depender de mim mesma...

Bem dizendo mesmo: tudo isso vai depender de mim mesma, independente se tiver algum fator que possa atrapalhar ou não os planos. Se eu quiser, consigo, nem que eu leve tempo, mas vou atingir os objetivos.

Fotos: da autora, exceto o que abre o post, caption da cena do desenho animado "Charlie Brown e A Grande Abóbora", que, por sinal, esqueci de fazer uma postagem sobre Dia das Bruxas e A Grande Abóbora...

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